Paradigmas e Metodologias: Não Existe Pecado do Lado de Baixo do Equador

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A metodologia adotada pelo artigo consiste em um estudo exploratório. A amostra analisada foi composta de 50 dissertações, pelas quais foram identificados os paradigmas e opções metodológicas adotadas, possibilitando assim identificar uma incoerência nas dissertações que mesclam dois ou mais paradigmas. Notavelmente, em pesquisas que mesclam os paradigmas não se tem clareza de quais caminhos metodológicos foram seguidos.

Verificou-se, de maneira geral, "a confusão, a mistura, o ecletismo" em relação aos paradigmas adotados, ou seja, "não existe pecado do lado de baixo do Equador" em relação ao se fazer Ciência. A confusão metodológica e paradigmática mostra-se como uma constante nas ciências sociais, contrariamente a posição de autores precursores, que por sua vez, afirmam tais características são mutuamente exclusivas.

O artigo fornece uma contribuição importante para a consolidação de programas de mestrado em Minas Gerais. Além dsso, consiste em alertar os pesquisadores sobre a cautela que se deve ter ao iniciar um trabalho científico. Dentre os resultados encontrados ressaltam-se algumas incoerências dos programas. Um caso clássico é a constatação dos autores de que os alunos de mestrado da UFMG, uma das principais universidades brasileiras, por exemplo, não possuem uma formação epistemológica forte, identificando uma incoerência entre a teoria abordada e o universo metodológico das dissertações defendidas.

Outro fato importante a ser ressaltado nesse contexto, é a evidente a importância do orientador, que nesse sentido assume o importante papel de conduzir o processo de formação de conhecimento do mestrando. Contudo, torna-se importante destacar que o orientador sozinho não consegue resolver todos os problemas.

Nesse sentido, um questionamento merece ser levantado: Até que ponto o conhecimento que é gerado em universidades brasileiras é confiável?