O LÍDER COACH

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A Foxconn reagiu aos acontecimentos, devido a população ter sido informada e a empresa do Sr. Gou, ficar exposta. Após pressões, a organização tomou medidas como aumento dos salários, consideravelmente, que beneficiou 85% de seus colaboradores em Shenzhen. Instalou cercas de segurança, para evitar novos casos de suicídio, contratou sociólogos, psiquiatras e outras medidas de melhorias. A Apple também reagiu, pois foi acusada de não auditar a fornecedora e componentes e explorar seus serviços de baixo custo de mão de obra, enviando consultores para fazerem um relatório, defendendo-se das críticas. Inclusive, para não alarmar a exploração da Foxconn, a Apple colocou em seus relatórios, nada pertinente ao aumento de salários. Fica claro, com essa atitude, que a Apple pouco se importava com as práticas adotadas por seus fornecedores.

Apesar de todo esse cenário, a Foxconn se mostrou ainda, sem se preocupar com seus funcionários. Enquanto aumentava os salários somente por causa da exposição à população, já buscava outras cidades que ela poderia implementar suas fábricas e explorar seus funcionários, pagando salários muito mais baixos do que eram pagos em Shenzhen. Isso mostra total ignorância para o seu bem mais precioso, o capital social.

Algumas práticas poderiam ter sido adotadas pela Foxconn, para evitar os suicídios e todos os problemas relacionados a sua estrutura corporativa. Se Sr. Gou era tão preocupado em dar bons exemplos, deveria aplicar boas práticas de RH, tornando-se referência em seu mercado, de forma sustentável. Poderia ouvir seus empregados, usar sua estrutura, para o bem dos seus funcionários, melhorando-as, afim de fidelizar, como o próprio dono da empresa gostaria, mas com outros métodos. Liderar pelo exemplo não é trabalhar 16 horas por dia, como ele era conhecido, mas oferendo boas condições de trabalho e um equilíbrio pessoal e profissional para os seus colaboradores. Com certeza, se as práticas de governança corporativa fossem adotadas de maneira a ter uma política de “ganha-ganha”, certamente a Foxconn teria outro cenário na comunidade e no mercado. A prática de aumentar os salários, não é suficiente. Os colaboradores precisam de equilíbrio em suas vidas, motivação, reconhecimento profissional e serem tratados com equidade. Repassar esses custos, investindo em qualidade dos seus componentes, através da valorização do seu maior bem, o capital social, garantiria o sucesso a Foxconn.