EMPREENDENDO PELO EXEMPLO: UMA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR DOS PROFESSORES DE UM CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

...

Esse número significa que, em 2015, 52 milhões de brasileiros com idade entre 18 e 64 anos estavam envolvidos na criação ou na manutenção de algum negócio, na condição de empreendedor em estágio inicial ou estabelecido. A pesquisa também revela que 56% dos empreendedores que estão criando ou já abriram uma empresa identificaram uma oportunidade. (GEM, 2015).

De acordo com uma pesquisa de Almeida et al. (2012, p. 9), “os resultados obtidos requerem uma atenção maior da instituição, docentes e alunos”, visando confirmar ou identificar os verdadeiros motivos para que os perfis de empreendedores ou de alunos portadores de algumas características empreendedoras se modifiquem com o passar do tempo e com a evolução dos alunos no decorrer do curso. Nota-se que 53,33% dos entrevistados realmente já possuem um perfil empreendedor, mas o interessante é que esse índice é nos primeiros semestres da graduação, demonstrando assim que de início os alunos possuem ambições mais aguçadas, um maior interesse em querer ter um negócio próprio, possuem uma criatividade mais aguçada do que aqueles que já estão com o curso em andamento. Assim, torna-se relevante compreender a influência dos docentes na formação e no fomento ao empreendedorismo dos discentes do ensino superior. Sendo assim, pode ser mais fácil identificar oportunidades e desenvolver métodos para abrir o próprio negócio, aplicando os conhecimentos adquiridos durante o curso de Administração na área do empreendedorismo.

- Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Analisar a percepção dos alunos em relação ao incentivo do comportamento empreendedor, por parte dos professores de um Curso de Administração.

- Objetivos específicos

- Caracterizar os alunos participantes da pesquisa;

- Identificar os principais aspectos do perfil empreendedor do professor, que inspiram características empreendedoras nos alunos;

- Verificar as práticas de ensino que mais fomentam o empreendedorismo na percepção dos alunos.

- REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentados os conceitos do Ensino do empreendedorismo e estratégias de ensino ao empreendedorismo.

- Ensino do empreendedorismo

O ensino do empreendedorismo está voltado para a formação de excelentes profissionais, os quais possam criar ou gerir empresas. Sendo assim ensinar a empreender está diretamente relacionado com a capacidade destes alunos de desenvolver as características empreendedoras e colocá-las em prática no âmbito empresarial. Mesmo que o crescimento de cursos de empreendedorismo seja uma boa notícia, as ofertas ainda são tímidas em termos de quantidade de disciplinas oferecidas sobre o tema, que na maioria dos casos, não representa mais do que uma única disciplina. Mas, Segundo o SEBRAE (2015) nos últimos anos, mais de duzentos mil alunos tiveram disciplinas que envolvem o ensino do empreendedorismo.

Segundo Carvalho (1996), empreendedores são indivíduos que têm capacidade de criar algo novo, tudo em função de um sonho e eles identificam as oportunidades que possibilitam os melhores resultados, tem facilidade para resolver problemas que podem influenciar em seu empreendimento, são indivíduos incansáveis na procura de informações novas para melhorias de seu setor ou ramo de atividade, aprendem com seus erros e encaram seus negócios como um desafio a ser superado. Enfim, esses indivíduos são ousados e procuram elevar ao máximo sua gestão.

Para Filion (1999, p. 19), “o empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios”. De acordo com Dornelas (2008, p. 22), "empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso". Já Dolabela (2008, p. 24), trata o empreendedorismo como "[...] um termo que implica uma forma de ser, uma concepção de mundo, uma forma de se relacionar".

Sendo assim, empreender é o envolvimento de pessoas em processos como forma de criar ou transformar oportunidades de mercado em um negócio de sucesso. Já, a partir dos professores, é possível dizer que todos evidenciam que o estudo do empreendedorismo deve começar desde cedo, pois quanto mais conhecimento e informações sobre o assunto o indivíduo possuir, mais fácil se torna o entendimento e a identificação das habilidades empreendedoras.

Os trabalhos acadêmicos e ações políticas surgiram em meados da década de 80; pois na metade do século XX o governo brasileiro não possuía ações e planejamentos para estimular o comportamento empreendedor da época, de acordo com (DUTRA; PREVIDELLI, 2003). Assim partir dos anos 90, foi criada uma organização para assessoria aos empreendedores, o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, com isso o tema ganhou maior destaque no Brasil.

Atualmente, existem diversos outros programas de auxílio ao empreendedorismo, tais como o Brasil Empreendedor e o Jovem Empreendedor, que visavam à capacitação de novos empreendedores, o Empretec, voltado à capacitação empresarial, esses buscam aperfeiçoar os conhecimentos sobre o assunto e auxiliar no desenvolvimento de novas atividades empreendedoras. Conforme o SEBRAE (2016) o empreendedorismo continua crescendo, sendo muito favorável para a abertura de novos empreendimentos. Ele também oferece cursos gratuitos para o desenvolvimento das habilidades técnicas ao empreendedor. São cursos, oficinas e palestras, oficinas para quem pensa em abrir sua empresa para aqueles que já iniciaram o próprio negócio.

Para Filion (2000) não importa somente o que se ensina num programa educacional, mas também o padrão do aprendizado estabelecido com o processo de aprendizado envolvido; pois o padrão de aprendizagem adquirido deveria inspirá-los a buscar uma aprendizagem contínua, os deixando mais à vontade com o novo papel empreendedor que está desempenhando. Já Dornelas (2001, p.19) entende que “uma vez que os empreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento e o próprio processo empreendedor devem ser estudados e entendidos”.

Já o conceito de “aluno empreendedor”