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Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas

Por:   •  7/8/2018  •  1.385 Palavras (6 Páginas)  •  268 Visualizações

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O valor médio de chumbo em sangue (Pb-S) encontrado na população foi de 5,5±2,34 μg/dLn=62). Cerca de 5% das crianças avaliadas, indicando uma exposição importante, e 40% (n=25) apresentaram valores de Pb-S acima de 6 .Com base em evidências de toxicidade do chumbo a níveis de Pb-S menores do que o limite recomendado pelo CDC de 10 g/dL , o ponto de corte deste estudo é de Pb-S de 6. A média de recuperação da atividade da enzima ácido delta-aminolevulínico desidratase (ALA-D%) foi de 40,3±8,9% e 56,7% das crianças apresentaram valores abaixo do índice biológico máximo permitido (40%). Os valores médios de ALA-D% dos grupos de crianças com Pb-S abaixo e acima do ponto de corte adotado (6 μg/dL) apresentaram diferenças estatisticamente significativas (p=0,000; teste t-Student). Estes valores indicam que as crianças que ficaram acima do ponto de corte de Pb-S apresentam alteração no indicador de efeito ALA-D. Foi encontrada correlação positiva e significativa (r=0,400; p=0,000; n=58) entre ALA-D% e Pb-S, sem diagnóstico de colinearidade.

Várias são as fontes de contaminação não ocupacionais, sendo a alimentar a principal delas, mas podendo contemplar baterias usadas e solo contaminado.Mesmo com a diminuição da contaminação, a exposição a baixas concentrações é ainda uma questão de saúde pública, pra a implementação de projetos que visem a intervenção em áres aonde a exposição de chumbo é muito alta.

Estudos realizados dos EUA e Austrália apresentavam deliberadas homogeneidades metodológicas e também a utilização, em geral, de um método comum de avaliação da inteligência infantil. O baixo desenvolvimento neurocomportamental foi um dos primeiros resultados observados com crianças em níveis abaixo daqueles considerados não danosos à saúde naquela ocasião, como 25μg/dL.

Tem sido realizado um screening universal dos níveis de Pb-S em todas as crianças americanas. O Centro de Prevenção e Controle de Doença (CDC/USA) publicou uma revisão sobre os vários estudos acerca da contaminação do chumbo em crianças e modificou os níveis aceitáveis de chumbo no sangue de 25 µg/ dL para 10µg/dL.

Dentre os fatores de risco encontrados, podemos destacar alguns aspectos sociodemográficos, como o baixo nível de escolaridade e de renda dos pais, destino inadequado do esgoto, e limpeza insuficiente dos ambientes. Além desses fatores, a maioria dos responsáveis trabalha ou já trabalhou com atividades relacionadas ao chumbo (ex.: fábrica de borracha e de plástico), o que pode levar a contaminação das crianças através de roupas e sapatos contaminados.

A exploração oral do ambiente pelas crianças também leva a um considerável risco de exposição ao chumbo, ao se ingerir solo, poeira ou outros objetos contaminados. Esse risco é principalmente relacionado a crianças de até 5 anos de idade, e é especialmente prejudicial na fase de desenvolvimento cerebral (6 meses – 3 anos de idade). Outro fator relevante como risco de exposição ao chumbo são as demolições, realizadas ao redor da cidade, devido ao conteúdo das tintas utilizadas nessas construções.

A quantificação dos níveis de chumbo nas matrizes ambientais e a avaliação de exposição mostraram significativo risco carcinogênico e de danos neurológicos. Os indicadores biológicos são de extrema importância para avaliação da exposição, porque ajudam a predizer o desenvolvimento de doenças e podem ajudar para a prevenção.

O CDC/USA determinou o valor de 10µg/dL de Pb-S como nível indicativo de necessidade de intervenção clínica. Nesse estudo encontrou-se uma forte correlação positiva entre os níveis de Pb-S com o indicador de efeito que é a enzima ALA-D. A baixos níveis de chumbo no sangue a enzima ALA-D é inibida, que pode levar a efeitos hematológicos.

Para aprofundar as conclusões obtidas no presente estudo, da relação da exposição ao chumbo com os sistemas ósseos, hematológicos e neurológicos, com segurança, é necessário ampliar o número de famílias estudadas. De forma geral, podemos concluir que as crianças têm mais fatores de risco e por isso são mais vulneráveis a exposição. Esse estudo constituiu etapa fundamental para implantação de um programa preventivo de saúde pública. Os resultados obtidos possibilitam maior conhecimento do assunto, da realidade da população, e permitem subsidiar órgãos de saúde e do meio ambiente nas ações de vigilância sanitária.

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