CRIAÇÃO DE TILÁPIAS MELHORIA DE PROCESSO
Por: Jose.Nascimento • 22/11/2018 • 4.498 Palavras (18 Páginas) • 249 Visualizações
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De acordo com Nogueira (2008), são vários os motivos que justificam a preferência dos produtores pela tilápia, entre os quais destacam-se:
- Fácil adaptação às diversas condições de cultivo nas diferentes regiões do País;
- Ciclo de engorda relativamente curto (seis meses em média);
- Aceitação de uma ampla variedade de alimentos;
- São resistentes a doenças, altas densidades de povoamento e baixo teor de oxigênio dissolvido;
- Desova durante todo o ano;
- Possui carne saborosa e saudável, com baixo teor de gordura (0,9g por 100g de carne);
- Possui baixo nível de calorias (172 kcal por 100g de carne);
- Não possui espinhas em forma de “Y”;
O rendimento do filé chega a 37% em peixes com peso médio de 600 gramas
3.1 Fatores externos que influenciam na produção
Um dos fatores, segundo Santos (2010) são os altos preços cobrados pelos fornecedores de ração, o que encarece os custos de produção, sendo que corresponde a 80% do custo de produção total. Uma alternativa seria a compra de insumo em maior quantidade dos fornecedores, favorecendo a estratégia de planejamento e gestão da produção.
A competitividade com a carne bovina, suína e de frango é de suma importância, já estas já veem sendo cultivadas a muito tempo e possuem maior investimento em técnicas e equipamentos baixando seu valor comercial competindo diretamente com a carne de peixe. (HORN, 2009)
Ainda segundo Horn (2009) não há o apoio das organizações no compartilhamento de pesquisas, informações e experiências, tendo assim que investir, em métodos e processos produtivos buscando melhorias para o processo produtivo, correndo o risco de não serem efetivamente os mais adequados.
Em relação a questão cultural, o consumo per capto de carne de peixe no Brasil é muito baixo, correspondendo a 6kg/ano, onde o ideal segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação deveria ser de 12kg/ano (FAO, 2008)
O custo de mão de obra e valores de cobrança de impostos tornam se fatores externos de grande relevância quando se leva em consideração a produção para exportação. Afirma Sussel (2007), os concorrentes diretos do Brasil, no mercado de exportação são países encontrados nas américas como Equador, Honduras e Costa Rica, que buscam ganhar o mercado do maior comprador mundial de tilápia, Estados Unidos. Uma vez que os impostos são menores e a mão de obra mais barata nesses países concorrentes.
3.2 Fatores Internos que influenciam na produção
A temperatura está diretamente relacionada ao desenvolvimento da tilápia. (ANDRADE et al., 2016) O crescimento das tilápias são bastante reduzidos a temperaturas abaixo de 25ºC; abaixo de 20ºC as tilápias consomem muito pouco ração e compromete o sistema imunológico; entre 14 e 8ºC sobre tempo prolongado, se não houver uma ação imediata gera grandes prejuízos, pois se torna uma temperatura torna letal. Dessa forma em certas regiões, torna se muitas vezes inviável ou encarece muito o processo produtivo nas estações mais frias do ano.
Devido à perceptível vantagem em ganho de peso ocorrida nos machos desta espécie, é prática comum entre os produtores o uso da “reversão sexual”, que consiste no fornecimento de ração contendo hormônio sexual masculino às larvas de tilápia, uma vez que estas não possuem ainda o sexo definido ao nascer, transformando todas elas em machos. (MOREIRA,2008)
Um adequado manejo na hora de alimentar o peixe é essencial para o sucesso do empreendimento, tendo em vista que a ração é o insumo mais caro, chegando a responder por 70% do custo total da produção da tilápia. Com manejo eficiente e compra de ração em grandes quantidades, é possível alcançar índices de lucratividade superiores a 20% no cultivo de tilápias em tanques-rede instalados em grandes açudes (uma vez que o investimento inicial desta forma de cultivo é significativamente inferior ao verificado com a utilização de viveiros escavados). (NOGUEIRA 2008)
A água é o composto considerado com essência da Terra e domina por completo a composição química de todos os organismos, além de ser o meio onde vivem os peixes. Sendo assim especificamente, as suas características regulam eficazmente o metabolismo do ecossistema a variações climáticas e geográficas (BOYD,1997). Vários fatores alteram a composição e as condições da água, interferindo que os peixes e outros organismos aquáticos vivam de forma equilibrada e possam expressar todo o seu potencial de crescimento. Avaliar e monitorar alguns parâmetros pode ser fundamental para o êxito em qualquer sistema de produção de peixes, evitando muitas vezes a ocorrência de grandes prejuízos por desequilíbrios no meio onde vivem os peixes.
De maneira geral a distribuição e disponibilidade de gases e sais na coluna da água afetam diretamente a distribuição e a sobrevivência dos organismos aquáticos, por isso Woynarovich (1993) destaca a importância do uso de aeradores, que além de atuarem como oxigenadores, ainda desempenham papel importante na desestratificação dos ambientes aquáticos. As tilápias são peixes tropicais que apresentam conforto térmico entre 27 a 32ºC.
O oxigênio é o gás mais importante para os peixes, por isso, em termos de piscicultura é a ele que devemos dar maior importância. As fontes de O2 dissolvido é o processo de fotossíntese/respiração e a decomposição. A amplitude desta variação é função principalmente das densidades das populações de fitoplâncton, micrófitas aquáticas e de bactérias, que por sua vez estão diretamente relacionados com as horas de luz por dia, luminosidade, temperatura e disponibilidade de nutrientes, e também pela profundidade do tanque (BOYD,1997).
O pH, é à medida que expressa a acidez ou alcalinidade de uma solução e, além de ser influenciado pela quantidade de íons H+ e OH, ainda é afetado fortemente por sais, ácidos e gases que ocorram no meio. Os valores de pH variam de 1,0 a 14,0 sendo que abaixo de 5,0 é fatal a maioria dos peixes, entre 5,0 e 6,0 causas queda no desenvolvimento, entre 6,5 a 9,5 permite um desenvolvimento satisfatório, entre 7,0 a 8,5 é a faixa ideal ao desenvolvimento dos peixes e, acima de 11,0 também é letal
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