A Sustentabilidade em Organizações

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O estudo realizado, na minha opinião, embora interessante, não deve ser representativo, visto a grande limitação do universo pesquisado, além da intencionalidade e falicidade da escolha dos entrevistados. Mesmo assim, dentro dos critérios científicos, resultou que a organização não está comprometida com o real intuito do desenvolvimento da sustentabilidade, pois além de não apresentar efetivamente os ideais sustentáveis em seu core business (se estivesse nos valores e no núcleo central do negócio, todos colaboradores, acionistas e stakeholders saberiam), em seus relatórios a empresa exalta positivamente sua organização, criando uma bela imagem para o stakeholder e acionistas desinformados. Fica evidente o interesse unicamente econômico nas ações, na obtenção de lucros, demonstrando que a empresa é socialmente correta, o que não é confirmado pelo entrevistados. O documento apresentado minimiza os problemas sócio ambientais. Se continuar desta maneira, a empresa perdera qualquer capacidade de obter uma real vantagem competitiva no longo prazo, e tende a perder toda a credibilidade com os atores envolvidos e comunidade.

Na minha visão fica clara a mensagem: “se não sabemos onde queremos ir, qualquer caminho serve”, pois a falta de metas e objetivos e os seus respectivos indicadores como check points afeta o alcance das metas. A transparência e honestidade nos relatórios é vital ao sucesso na empreitada, sempre baseado nos três fatores social, ambiental e econômico.

Não há definição do que efetivamente é sustentabilidade, não existe conceito universal até o momento, o mais próximo de uma definição foi apresentado por Callado Fensterseifer (2009), e pelo que percebo, isso não é necessariamente ruim, pois este conceito da maneira mutável que se encontra, pode incluir e se adaptar à novas realidades e exigências.

REFERÊNCIAS

CALLADO, A. L. C; FENSTERSEIFER, J. E. Indicadores de sustentabilidade. In: ALBUQUERQUE, José de Lima. Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações. São Paulo: Atlas, 2009.

MASTROTI, R. R; SOUZA, D. G. de. Sistemas de indicadores e boas práticas de sustentabilidade empresarial. In: AMATO NETO, J. (org.). Sustentabilidade & Produção: teoria e prática para uma gestão sustentável. São Paulo: Atlas, 2011.

TURANO, L.M; CHERMAN, A; FRANCA, L.S. Sustentabilidade em uma grande corporação: uma análise da discrepância entre discurso e prática. Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, v. 7, Edição Especial, p. 111-128, NOV. 2014.5-103. 19p.