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Resumo do livro ditadura e serviço social

Por:   •  15/6/2018  •  3.907 Palavras (16 Páginas)  •  474 Visualizações

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E foi neste cenário que a tendência a hegemonia ideal das correntes democráticas e progressistas e de esquerda se apresenta na cultura brasileira ao mesmo tempo em que se firma a autocracia burguesa em 1965/1968 nas ciências sociais, no teatro, na poesia, no cinema na ficção – é inteiramente dominado pelas correntes críticas, democráticas e progressistas, com peso inclusive de matrizes intelectuais extraídas da tradição marxista. Umas das mais ricas conjunturas da vida cultural deste país. Com a tradição marxista colocada no índex oficial, traduzem-se e editam-se autores dela expressivos (as primeiras versões de Lukács e Gramsci são deste período, assim como pensadores como Lefebvre, Schaff, Goldmann, Althusse), inicia-se também a primeira tradução portuguesa integral de O CAPITAL. Nas ciências sociais, o impacto de autores críticos (como Mills) ganha ressonância; a economia e a história econômica beneficiam-se do aporte de pensadores como Dobb, Sweezy e Huberman.

A crítica e a prática teatrais se enriquecem com os textos de Breacht e Piscator. É o tempo de uma atividade editorial febril e é o tempo, de cultura que marcaram indelevelmente o período. E é o tempo, no campo das artes, em que floresce o acumulo crítico que vinha do pré-64, temperado pelo traumatismo do golpe: a ficção amadurece (entre tantos Callado, 1967), o cinema novo prossegue em seu curso, a expressão cênica se alça a novo patamar estético e técnico.

Manifestações privilegiadas de todo esse processo é a dimensão - estética e cultural – que a música popular adquire: desenvolvendo as conquistas temáticas e técnicas dos anos cinquenta, na composição e na interpretação, ela recebe o aporte da alta cultura (Vinicius de Moraes, por exemplo) e de uma geração intelectual moldada pelo clima crítico do pré-64 (Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso). E a crítica literária e cultural se renova amplamente. O regime emergente de abril não conseguia capturar para sua orbita nenhuma expressão significativa do “mundo da cultura”; a sua presença, neste, só era visível enquanto interdição e contenção.

Entretanto houve um forte componente de problematização nesta hegemonia. Se o golpe não implicou um corte, ou uma solução de continuidade, com o acúmulo crítico que vinha dos anos precedentes, ele impôs um curso político ao “mundo da cultura”: as conexões deste com o movimento político e social das classes subalternas foram interrompidas. O que a ditadura operou foi a obturação dos canais que permitiam e propiciavam tais ligações. Ai sim houve um corte devido a ditadura. Sitiada no “mundo da cultura” passou a sofrer um comando cada vez mais marcado pela pressão política imediata vivida por seus protagonistas. O ato da cultura passou a ser imediatamente, o ato contra o regime político.

No período da ditadura entre os anos de 1964 e19687 o mundo da cultura mantem certo desenvolvimento, considerando que o período é bastante critico por conta da frente de repressão vinda por parte dos militares.

É neste período que grandes nomes se destacam, através da música. A partir desta veem uma maneira de se expressar e passar informações sem que os militares detectassem expressões que incentivavam a oposição ao governo.

Desta forma as canções eram de duplo sentindo permitindo que eles expressassem seus sentimentos sem contrapor a ordem da burguesia autocrática; caso contrário seriam pegos, presos, torturados e até mortos, ou seja, os artistas poderiam se apresentar nas praças , parques, e locais públicos desde que, não contrariassem o regime autocrático burguês.

Os anos de vazio foi o período que se iniciou a implantação da politica cultural da ditadura, foi a transformação de uma ditadura racionaria em ditadura fascista, pois o estado autocrático burguês estava no poder e implantava a sua politica cultural eram poucos os produtores culturais que aceitavam esse gesto “positivo” que impunha a autocracia, a produção cultural estava deslocada da sociedade pois na verdade o que operava no momento era o cacete policial o Estado tenta se apropriar do monopólio da memoria nacional para manipular os símbolos nacionais. Neste momento começa avançar uma nova corrente racionalista corrente inédita incorporada por um segmento intelectual que conseguiu sobreviver à pressão autocrática, o sinal que identificava essa corrente era o pensamento estruturalista que contribuiu para neutralizar os vetores críticos no Brasil.

Através do mundo da cultura podem-se observar os resultados das relações entre forças estatais e a movimentação social. Mesmo quando o estado autocrático burguês possui condições para implementar a sua politica cultural positiva, estas são realizadas em circunstancias precisas: primeiro através de um divórcio entre o estado autocrático burguês e o mundo da cultura onde o terrorismo realizado contra a massa opositora pesavam mais que os esforços promocionais da ditadura fazendo com que produtores culturais não aceitassem qualquer gesto positivo do estado ou colaborassem com o mesmo ou seja não estava em questão colaborar com um estado que se relacionava com a cultura através de um cassetete policial

A segunda circunstancia foram as colisões que se desenvolviam no interior das instituições estaduais ou conectadas com o Estado.

O ponto central de suas iniciativas incide no terreno da conservação do patrimônio histórico cultural que promoveram recuperações e ganhos efetivos para o acervo cultural brasileiro firmando o primeiro investimento essencialmente construtivo positivo do plano cultural da ditadura e firmando o papel do Estado de manter acesa a chama da memória nacional.

Porém a ação sobre conservar tais patrimônios não foi a única ação positiva, ela estendeu-se na ação de eventos através de várias manifestações estéticas que não interferiram nos setores em que a indústria cultural podia dar conta do controle ideológico e da reprodução do próprio setor.

De 1969 a 1970 e 1974 e 1975 a autocracia burguesa e seu Estado criaram vários conflitos com tudo aquilo que poderia problematizar seus planos, liquidando-os para formular e implementar a sua politica cultural. Tais conflitos serviram como dados no momento em que a autocracia burguesa declina: focaram em projetos repressivos, mas que não ofereceram projetos que distanciaram da coerção, da opressão. Vale ressaltar que os militares detinham de inesgotável material repressivo.

A tardia formulação da politica cultural aparece no documento de diretrizes para uma politica nacional de cultura: o documento de 1975 é situado

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