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Relatorio de estagio CRAS

Por:   •  18/4/2018  •  2.347 Palavras (10 Páginas)  •  289 Visualizações

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Nos encontros utilizamos recursos áudios-visuais como data-show, também foi utilizada como estratégias didáticas dinâmica de grupo com textos para discussão e elaboração de cartazes com colagens, exposições orais do resultado, debates, material de orientação sexual que emprega uma metodologia com eficácia comprovada para motivar e instruir o jovem sobre a prevenção da gravidez na adolescência. Todos os encontros foram montados levando em consideração a população adolescente.

Vários são os determinantes da ocorrência da gravidez na adolescência e conhecê-los é muito importante para melhor agir de forma preventiva. A partir do momento que temos conhecimento destes condicionantes podemos fazer algum tipo de trabalho junto à comunidade local com o intuito de sensibilizá-los dos possíveis desafios e problemas que poderão encontrar diante de uma gravidez indesejada. A facilidade de acesso à informação sexual não tem garantido maior proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e nem contra a gravidez nos adolescentes. Diante de pesquisas realizadas verificamos que vários segmentos são responsáveis por este trabalho de sensibilização junto aos adolescentes. A organização familiar, educacional, setor de saúde e políticas públicas devem se voltar para a questão da gravidez na adolescência, pois o número de adolescentes grávidas vem aumentando e os problemas de ordem social também.

As atividades desenvolvidas com os adolescentes foram gradativas, primeiro foi realizada uma leitura e reflexão sobre o assunto da gravidez na adolescência, por meio de textos informativos, assistiram documentários retratando a realidade de adolescentes que engravidaram precocemente e como estão convivendo com esta nova realidade.

Um profissional da saúde também enriqueceu os trabalhos dando uma palestra sobre a gravidez na adolescência (métodos contraceptivos e consequências de uma gravidez precoce). Durante a execução do projeto de intervenção constatou-se por meio da aplicação de diferentes recursos que os adolescentes possuem conhecimento a cerca dos fatores que podem levá-los a engravidar, mas nem todos a colocam em prática na hora do ato sexual. No decorrer deste processo percebe-se o envolvimento dos alunos, visto que a temática apresentada (Gravidez na Adolescência) é de interesse da maioria dos adolescentes, pois estão vivenciando esta fase que desperta o lado sexual dos mesmos.

A utilização inadequada de métodos contraceptivos, o início precoce da atividade sexual, juntamente com a orientação errada ou muitas vezes ausente sobre sexualidade tem levado ao crescimento da gravidez na segunda metade da adolescência. A adolescência quase nunca é vivenciada com simplicidade e tranquilidade. Frequentemente, é um momento instável. Os sentimentos do jovem não são mais como os da criança, tampouco como os do adulto. Muitas vezes, os adolescentes não conversam com os adultos porque acham que todos sabem o que estão pensando; outras, falam muito e reclamam que ninguém lhes escuta. Por tudo isso, a adolescência é um dos momentos mais especiais na evolução de cada pessoa e, portanto, exige atenção muito especial. É importante que as pessoas que lidam com adolescentes tenham sensibilidade para perceber o adolescente em sua totalidade física e psicológica, respeitando suas origens, seus preconceitos e tabus.

A questão da gravidez na adolescência envolve problemas que vão muito além da relação entre mãe e filho, envolve questões de ordem econômica, educacional e social. Agir educacionalmente é uma forma de enfrentar esse problema. No entanto, ações educacionais que enfatizam a abordagem apenas biológica do planejamento familiar não têm sido eficazes se considerarmos as estatísticas referentes à saúde reprodutiva das adolescentes. Para que a educação possa efetivamente contribuir para a redução desse tipo de gravidez, todas as dimensões devem ser consideradas, com especial destaque para a dimensão sociocultural na qual encontramos fortes determinantes da gravidez indesejada. A gravidez na adolescência é multicausal e sua etiologia está relacionada a uma série de aspectos. As causas que levam as adolescentes a engravidarem tão precocemente podem ser: fatores familiares, fatores sociais, fatores biológicos, fatores psicológicos e métodos contraceptivos mal utilizados pelos adolescentes. O contexto familiar tem relação direta com a época em que o adolescente inicia a sua atividade sexual. Assim sendo, adolescentes que iniciam vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cujas 10 mães também iniciaram vida sexual precocemente ou engravidaram durante a adolescência (NEWCOMER ET AL, 1983; DAVIS, 1989). Os tabus, as inibições e os estigmas estão diminuindo e por sua vez a atividade sexual e a gravidez vêm aumentando (HECHTMAN, 1989, BLOCK). Isto em consequência de uma sociedade que tem passado por profundas mudanças em sua estrutura, inclusive aceitando melhor a sexualidade na adolescência, o sexo antes do casamento e também a gravidez na adolescência. Dependendo do contexto social em que o adolescente está inserido a iniciação precoce na vida sexual pode e/ou é encarada como algo normal, como uma ação que não acarreta problemas (NECCHI,1998) . A questão dos valores (religião) para muitos adolescentes ainda pode ser algo que encoraja os adolescentes a desenvolverem um comportamento sexual responsável. Um outro dado interessante é que nas classes econômicas mais desfavorecidas onde há maior abandono e promiscuidade, maior desinformação, menor acesso à contracepção, está a grande incidência da gestação na adolescência (BEHLE, 1991). Aquela questão de achar que “comigo nunca vai acontecer”, “eu nunca vou engravidar” cai por terra quando adolescentes não se previnem com métodos contraceptivos adequados em encontros eventuais que são corriqueiros. Em contrapartida há aquelas adolescentes que por falta de apoio e afeto da família, cuja auto-estima é baixa, com mau rendimento escolar, grande permissividade familiar e disponibilidade inadequada do seu tempo livre, fatores estes que poderiam induzi-la a buscar na maternidade precoce o meio para conseguir um afeto incondicional, talvez uma família própria, reafirmando assim o seu papel de mulher, ou sentir-se ainda indispensável a alguém.

Tivemos palestra com a enfermeira da unidade básica de saúde de referencia do bairro, que conduziu o tema sobre gravidez e métodos contraceptivos, momento este de grande interação entre os alunos e a enfermeira que conduziu as discussões. Para conduzir o trabalho a enfermeira apresentou/mostrou os principais métodos contraceptivos utilizados pela população: a pílula anticoncepcional,

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