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“Gravidez na Adolescência, por si só não é um risco de vida, é um desafio social.”

Por:   •  2/4/2018  •  3.419 Palavras (14 Páginas)  •  413 Visualizações

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mas a incidência é maior e mais grave em populações mais carentes. O rigor religioso e os tabus morais internos das famílias, a ausência de alternativas de lazer e de orientação sexual especifica e contribui para aumentar o problema. Por causa da repressão familiar, algumas adolescentes grávidas fogem de casa, abandonam os estudos e com isso, interrompem seu processo de socialização e abrem mão de sua cidadania.

Um problema que também começa a ser visto como questão de saúde pública é a reincidência da gravidez na adolescência. São comuns os casos de meninas que têm o segundo ou terceiro filho ainda durante a adolescência. Isso reafirma que, a primeira gravidez, não vem acompanhada de um aprendizado, nem implica uma mudança de comportamento. Por isso a menina volta a engravidar, inclusive num curto espaço de tempo. O índice praticamente dobrou nos últimos 10 anos. Se a ideia de que "isso não vai acontecer comigo", própria da adolescência, leva garotas a uma gravidez indesejada, o pensamento do tipo "não é possível que isso vá acontecer de novo" leva essas mesmas meninas à segunda gestação.

Falar sobre gravidez na adolescência é também falar sobre violência contra a mulher, mortalidade materna infantil, problemas na saúde de adolescentes e crianças, mas, principalmente, de exclusão social, aumento da pobreza e evasão escolar. Hoje, a mulher tem um papel significativo na geração da renda familiar, e quando há uma separação do casal ou omissão de paternidade, é ela, em geral, quem assume a família. De modo geral, o pai costuma ser dois a três anos mais velhos que a mãe adolescente. A paternidade precoce se associa com maior frequência ao abandono dos estudos, à sujeição a trabalhos aquém da sua qualificação, a prole mais numerosa e a maior incidência de divórcios.

Há ainda as garotas que acreditam que uma gravidez pode tirá-la da sua condição de pobreza e falta de privacidade – ter um canto que seja seu, junto com o pai do bebê e este filho que na sua fantasia só terá amor para lhe dar. Daí porque nos parece um equívoco pensar que a gravidez nesta fase de vida é necessariamente indesejada. Infelizmente o que se tem visto é um final longe dos contos de fada. Em geral, ambos não têm como se manter e, portanto continuam nas casas dos pais, abandonam a escola, e acabam dando a seu filho privações e culpa; dois elementos que dificultam a relação amorosa entre pais e filhos.

Ao tratarmos sobre prevenção da gravidez, podemos encontrar pesquisas realizadas através de universidades ou do Ministério da Saúde, onde revelam constantemente que grande parte da população tem tido a informação básica necessária sobre o uso de anticoncepcionais e camisinha, e que apesar dos adolescentes possuírem este conhecimento acabam mantendo um relacionamento sexual sem tomar os cuidados necessários e assim, engravidam inesperadamente.

Se por um lado encontramos uma série de informações que chegam até os jovens, por outro, percebemos a constante falta de diálogo entre pais e filhos, não bastando apenas dizer ao adolescente para que use preservativo, mas também esclarecendo sobre as decorrências possíveis, lembrando que uma relação afetiva e estável tem maiores chances de entendimento neste diálogo.

Conflitos geracionais no interior da família se concretizam em aspectos relativos à sexualidade e reprodução. Pais realizam queixas de falta de informações e estratégias para poder orientar seus filhos nesta área de conhecimento e comportamento, e acabam reagindo com omissão e oculta mento, estratégia que adquire segundo eles um significado preventivo diante do risco com o desconhecido.

Diante desta realidade, adolescentes se ressentem de diálogo e ficam obrigados a buscarem informações e orientações em outros espaços de convivência: escola, amigos, parentes próximos de geração.

Diantedo Estágio Supervisionado, da identificação da problemática acima descrita, e, com o objetivo de contribuir com a reversão desse quadro, o presente Projeto de Intervenção será implementado, buscando a diminuição da gravidez na adolescência, pois as consequências mais conhecidas da violência, abuso e exploração sexual são a gravidez precoce e indesejada, a contaminação por DST/AIDS, distúrbios psicosocioemocionais, prostituição infanto-juvenil, entre outras.

Será feita uma abordagem do tema gravidez na adolescência, por meio da realização de ações socioeducativas e prevenção das DST/AIDS, enfatizando a prevenção da gravidez não planejada e dos métodos contraceptivos, com o objetivo de que os alunos também sejam protagonistas no processo de informações, formando assim jovens com um melhor desenvolvimento social e cultural, para que o processo de informação seja uma ação contínua não só na escola, mas também na sociedade em geral. Assim, esperamos contribuir na diminuição da gravidez na adolescência e da contaminação das DST/AIDS.

Segundo a análise dos principais indicadores de saúde, de acordo com o SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica), o Município de Pilar apresentou em 2011 os seguintes dados relacionados à Saúde Reprodutiva: dos 587 nascidos vivos, 47 (8,01%) nasceram de baixo peso; 67 (11,41%) nasceram prematuros; 371 (63,2%) nasceram de partos cezáreos; 185 (31,52%) nasceram de mães adolescentes; 35 (5,96%) nasceram de mães analfabetas; 280 (47,7%) nasceram de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal. De acordo com o consolidado das famílias cadastradas no ano de 2013 no SIAB, encontramos o registro de gestantes na faixa etária de 10 a 19 anos, sendo 83 (2,18%) concentradas na Zona Urbana e 04 (1,47%) na Zona Rural.

A partir das informações da PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), podemos destacar alguns indicadores do Município de Pilar.

No que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), Pilar registrou 0,610 em 2010. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação, seguida por Longevidade (esperança de vida ao nascer) e por Renda. Nesse mesmo período, a população de Pilar teve uma taxa média de crescimento anual de 0,65%. Nas últimas duas décadas, a taxa de urbanização cresceu 25,55%.

No que diz respeito à mortalidade infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano), em Pilar houve uma redução de 49%, passando de 51,1 por mil nascidos vivos em 2000 para 25,6 por mil nascidos vivos em 2010.

A esperança de vida ao nascer é o indicador utilizado para compor a dimensão Longevidade do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Em Pilar, a esperança de vida ao nascer aumentou 16,3 anos nas últimas

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