A Sociedade e Individuo
Por: SonSolimar • 1/9/2017 • 1.369 Palavras (6 Páginas) • 655 Visualizações
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Já a teoria sociológica em Max Weber, consiste basicamente no entendimento das chamadas ações sociais. Para Weber, ação social se define como ação orientada ao outro, tendo sua fonte motivadora pautada em costumes, sistemas de valores etc.
Ainda para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais, que são aquelas que o indivíduo faz, orientando-se pela ação de outro indivíduo. Consequentemente, só existe ação social, quando um indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações com os demais.
Inclusive, Weber diferenciou os tipos de ação social, sendo essas: a ação racional com relação a fins, a ação social racional com relação a valores, a ação social afetiva e a ação social tradicional.
A ação racional com relação a fins ou com relação a um objeto, tem um fim previamente determinado, no qual a ação é estritamente racional, buscando os melhores meios para se atingir um fim. Já a ação social racional com relação a valores é aquela relacionada a moral, no qual não é o fim que orienta a ação, mas sim o valor, seja este ético, político, religioso etc. Em seguida há a ação social afetiva, que é ditado pelo estado de consciência, onde a conduta é movida pelos sentimentos, tais como orgulho, vingança, inveja, paixão, medo etc. E por último a ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos, ditados principalmente por valores culturais absorvidos pelo indivíduo como naturais.
Weber, em sua obra Conceitos básicos da sociologia, ainda define alguns conceitos, tais como relação social, que segundo ele, diz respeito a condutas baseadas em sentidos recíprocos e expectativas em relação às ações alheias.
Nesta mesma obra, Weber buscou compreender o sentido, a motivação e os padrões das ações humanas através de uma perspectiva racional.
Dentre os importantes conceitos elaborados por Weber, está o de estratificação social, ou seja, a divisão da sociedade em grupos, camadas, classes de forma hierarquizada. Através deste conceito, Weber propôs um entendimento distinguindo três dimensões. Especificadamente conceitos como: Ordem social, referente a status, parentesco, hereditariedade, poder e tradição. Outro conceito é a Ordem econômica, que se refere as classes sociais, pelas posses e rendimentos. E por último a Ordem política, referente às influencias políticas, como a participação junto ao poder.
Outro conceito abordado em sua obra, foi a dominação, podendo ela ser legal, tradicional ou carismática, uma forma de autoridade. A dominação legal é aquela legitimada através de um estatuto que confere poder ao dominador. A dominação tradicional prevalece através da tradição, por exemplo a monarquia. E por fim, a dominação carismática, que se dá pela obediência relacionada a suas qualidades virtuosas, carisma.
Com alguns conceitos definidos, podemos notar a forma em que Weber difere de Durkheim, no que se refere ao método sociológico.
Durkheim queria mostrar que o cientista precisa romper com qualquer pré-noção, ou seja, é necessário, desde o começo da pesquisa sobre a sociedade, o abandono dos juízos de valores que são próprios ao sociólogo, uma total separação entre o sujeito que estuda e o objeto estudado, que também pretendem as ciências naturais. No entanto, para Weber, na medida em que a realidade é infinita, e quem a estuda faz nela apenas um recorte a fim de explicá-la. Nesse sentido, não há, como queria Durkheim, uma completa objetividade.
Além disso, Durkheim vê a necessidade do estudo dos fatos sociais, que precisam ser: gerais, exteriores e coercitivos, além de objetivos, para esta ser chamada corretamente de “ciência”. Enquanto Weber opta pelo estudo da ação social, que é dividida em tipologias. Também, Weber não se apoia nas ciências naturais a fim de construir seus métodos de análises e nem mesmo acredita ser possível encontrar leis gerais que expliquem a totalidade do mundo social. O seu interesse não é, portanto, descobrir regras universais para fenômenos sociais. Mas quando rejeita as pesquisas que se resumem a uma mera descrição dos fatos, ele, por seu turno, caminha em busca de leis causais, as quais são suscetíveis de entendimento a partir da racionalidade científica.
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