A QUESTÃO DO PRECONCEITO COM OS AFRODESCENTES
Por: kamys17 • 20/11/2018 • 2.370 Palavras (10 Páginas) • 281 Visualizações
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“Um Sr. negro entra na farmácia para pedir atendimento pois tinha acabado de ser assaltado e recebeu um tiro no pé ele se aproximou do balcão a atendente percebeu que ele estava ferido com um tiro no pé ,ela saiu correndo, com a reação dela outras atendentes correram e se refugiarão no escritório próximo ao balcão de atendimento os clientes a ao ver a reação das atendentes também saíram correndo e esvaziaram a farmácia e por final o Sr. ficou sem entender oque estava acontecendo e acabou se retirando ferido da farmácia.” Eu estava presente no momento em que aconteceu isso e também sai correndo pois eu não sabia oque estava acontecendo. Pelo que pude perceber a atendente o jugou por ser negro e estar de bermuda com os pés no chão e ferido, ela reagiu como se ele fosse um assaltante, mas se ele fosse um branco bem vestido com e ferido com o tiro no pé qual seria a reação dela? As vezes julgamos as pessoas pela aparência sem analisar os fatos.(fato ocorrido em Valença-BA/ 2008)
A descriminação contra o afrodescendente esta incluída no Etnocentrismo uma atitude na qual a visão ou avaliação de um grupo sempre seria baseada nos valores adotados pelo seu grupo, como referência, como padrão de valor. Trata-se de uma atitude discriminatória e preconceituosa. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico sendo considerado como superior a outro. Foi oque aconteceu no relato acima.
A população afrodescendente do nosso pais e considerado raça inferior, a dominação de um grupo sobre o outro se dá na exclusão desse grupo étnico na sociedade .A exclusão social acontece quando se afasta um individuo do meio social em que vive. O preconceito social é a forma mais comum de exclusão que existe no Brasil. Apesar de ser um pais de maior população de afrodescendente o racismo acontece com muita frequência muitas vezes de forma absurda e abusiva. O fato real que no mercado de trabalho e na sociedade os negros são menos aceitos é obvio que a cor da pele não julga a capacidade e competência de ninguém.
O racismo contemporâneo tem fortes componentes econômicos, mas, sobretudo políticos, sociais e culturais. Os laços de exclusão social e econômica dos negros no Brasil contemporâneo tem suas explicações.
Precisamos entender e intervir no conflito social brasileiro como um conflito que é de classe, e de etnia. Ele não se inicia na virada do Império para a República, com a chegada dos imigrantes europeus para o trabalho industrial, mas sim com o desembarque do primeiro navio negreiro no Brasil.Esse conflito, produto da nódoa escravista que mancha a história brasileira, se aguçou com as revoltas negras, para resistir e fugir da escravidão. O conflito está presente nas lutas dos quilombolas de Palmares, na revolta dos Malês, na Balaiada, na Sabinada, no Dragão do Mar, na Revolta da Chibata, Búzios e tantas
A abolição formal da escravatura não resultou numa superação das mentalidades escravocratas das elites, empresarial e política, brasileiras, ao longo deste século. Se por um lado altera a forma da relação capital trabalho, passando do escravismo para o assalariamento, por outro lado não melhora a vida dos ex-escravos, agora homens negros livres e pobres, e de seus descendentes.Livre do açoite da senzala, são feitos novos prisioneiros, agora da miséria e exclusão, nas favelas, prisões, filas de desempregos, nos trabalhos precários, na ausência de direitos humanos e sociais básicos, como Saúde, moradia e educação.
Os dominadores – ex-proprietários de escravos que se metamorfosearam em patrões e proprietários de capitais, continuaram dominando e explorando a força de trabalho dos trabalhadores assalariados. Permanecem com os mesmos privilégios e os mesmos domínios econômicos e políticos.Os latifúndios, em sua essência, permanecem intocados. Os capitalistas emergentes sugam a mais-valia dos salários e mantém as velhas formas de exploração do trabalho humano. Os negros e negras, analfabetos, sem direitos, sem cidadania, sem posses, na mais absoluta miséria, e sem alternativas de vida, se lançam própria sorte, no subemprego, na marginalidade, nas ruas nos cortiços. Excluídos ontem, excluídos sempre. Hoje, o trabalho informal ou forçado, a precarização atingem majoritariamente a população negra. O neoliberalismo, que agora está se desmoronando, tão sólido que se desmanchou no ar, ou na roleta, continua vitimando negros e negras no mundo do trabalho. A luta pela cidadania ativa presupõe enfrentar e debater a exclusão e a desigualdade, entendendo que o enfrentamento da questão racial é um componente fundamental para a construção de um país justo, democrático e desenvolvido, com igualdade de oportunidades para todos os que vivem do trabalho.
Segundo O Grupo de Trabalho das Organizações das Nações Unidas relacionado ao Afrodescendentes no Brasil o racismo é “estrutural e institucional”. Para a organização, nosso país viveria em uma “falsa democracia racial”, que nega a existência do racismo devido à miscigenação entre diferentes povos e raças.
A ONU sugere medidas como garantir a permanência de estudantes negros cotistas nas universidades, prevenir a violência contra mulheres e jovens negros, elaborar um plano nacional de controle e treinamento das Polícias Militares (PMs), abolir o auto de resistência, aprimorar o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, agilizar e desburocratizar a titulação de terras quilombolas e prover recursos financeiros e humanos para os órgãos municipais e estaduais de combate ao racismo.
Algumas das medidas sugeridas pela ONU já foram implantadas no país, como a instituição das cotas para negros na educação e no serviço público, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, o Plano Juventude Viva, a lei de 2003 que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, entre outros.
No entanto, dados do IBGE reforçam a dimensão do problema mostrando a grande desigualdade social entre raças no país, onde o desemprego entre negros é 50% maior do que entre a população branca -- que têm expectativa de vida seis anos maior do que os afrodescendentes. A população negra tem 1,6 anos de estudo a menos que a branca; representa 65,1% das vítimas de homicídios; e sustenta taxa de mortalidade infantil 60% maior que a da população branca.
O combate ao do preconceito é uma luta constante, que precisamos travar a cada contato, a cada nova amizade, a cada conversa, a cada decisão. O preconceito é uma herança milenar da humanidade e, provavelmente, ainda levaremos milênios para conseguir eliminar totalmente este sentimento
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