UM NOVO OLHAR PARA A LITERATURA INFANTIL
Por: Sara • 28/9/2018 • 2.231 Palavras (9 Páginas) • 378 Visualizações
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“A nova valorização da infância gerou maior união familiar, mas igualmente os meio controle do desenvolvimento intelectual da criança e a manipulação de suas emoções. Literatura infantil e escola, inventada a primeira e reformada a segunda, são convocadas para cumprir esta missão” (ZILBERMAN, 1988, p.13).
Aqui, consideramos o papel fundamental da escola na formação da personalidade da criança, e a literatura como um dos instrumentos dessa formação. Trata-se de um recurso que possibilita à criança o acesso ao mundo da leitura.
A literatura infantil tem um grande significado no desenvolvimento de crianças de diversas idades, onde se refletem situações emocionais, fantasias, curiosidades e enriquecimento do desenvolvimento perceptivo. Para ele a leitura de historias influi em todos os aspectos da educação da criança, na afetividade, desperta a sensibilidade e o amor a literatura, na compreensão, desenvolvendo o automatismo da leitura rápida (PINTO, 1999 apud RUFINO e GOMES, 1999, p. 11).
A literatura infantil é arte pela qual se representa o mundo, o homem, a vida, por meio da palavra. Separam os sonhos da vida prática, o imaginário e a realidade, as idéias abordadas após a contação da historia. Nesse sentido,
[...] Literatura é uma linguagem especifica que, como toda linguagem, expressa uma determinada experiência humana, e dificilmente poderá ser defendida com exatidão. Cada época compreendeu e produziu literatura a seu modo, conhecer esse “modo e sem duvida, conhecer a singularidade de cada momento da longa marcha da humanidade em sua constante evolução”. Conhecer a literatura que cada época destinou as suas crianças é conhecer os ideais e valores ou de valores sobre os quais cada sociedade se fundamentou (e se fundamenta...). [...] (COELHO, 2000, p.27-28)
E, é em ambientes de leitura que devemos privilegiar os livros literários, o uso do espaço de leitura não se pode ser confundido, com um ambiente rígido e tradicional, antes prazeroso, estimulador, orientador e que promove uma aprendizagem significativa.
2.2 – Literatura Infantil e a Prática Pedagógica: em busca de formar leitores
Conforme concebem os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,1997, p. 61) (fazer a referência corretamente) a Literatura infantil é considerada o material mais adequado para um contato prazeroso da criança com a leitura por concentrar inúmeros atributos, entre os quais se destacam a qualidade da arte gráfica (ilustração e texto), o contexto imaginário, a diversidade de informações inerentes ao cotidiano e à afetividade da criança, etc. Na história, a criança se projeta momentaneamente nos personagens e penetra no mundo da fantasia, vivenciando um contato mais estreito com seus sentimentos e elaborando seus conflitos e emoções. Desta maneira, ela cresce e se desenvolve. A história funciona como uma ponte entre o real e o imaginário. Essa ponte pode ser facilitada pelas brincadeiras, que ajuda a criança a transitar entre esses dois mundos: o real e o imaginário.
Para Piaget (1977), a brincadeira, é a assimilação quase pura do real, não tendo nenhuma finalidade adaptativa. A criança pequena sente constantemente necessidade de adaptarem-se ao mundo social dos adultos, cujos interesses e regras lhe são estranhos. Portanto para o estudioso a brincadeira é uma atividade que transforma o real, por assimilação, conforme as necessidades da criança, em razão dos seus interesses afetivos e cognitivos.
Segundo o RCNEI, crianças de 4 a 5 anos usam a linguagem para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de interação presente no cotidiano. Nesse Sentido, o professor assume o papel de mediador auxiliando na construção das falas. O projeto “Ler e escrever” está dentro dos parâmetros proposto pelo RCNEI, pois ele permite que a criança se expresse contando a história para os colegas e professora (BRASIL, 1998, v. 3, p. 136-137).
De acordo com o RCNEI, a fala da criança a fala traduz seus modos próprios e particulares de pensar e não pode ser confundida com um falar aleatório ao contrário. Ao contrário, cabe ao professor ajudar as crianças a explicarem, para si e para os demais, as relações e associações contidas em suas falas. Uma das formas de ampliar o universo discursivo das crianças é proporcionar que esta converse bastante, em situações organizadas para tal fim, como na roda de conversa ou em brincadeiras de faz de conta. A literatura infantil ajuda nessa organização de ideias a partir do momento que a criança reconta a história ouviu.
Para que a criança possa se sentir estimulado, em se aproximar dos livros de literatura tem que ter uma mediação do professor. Para que haja uma interação entre estudante, conteúdo e professor, a ação pedagógica que se busca neste estudo é a mediação pedagógica do professor. Esta, a partir de uma perspectiva pedagógica histórico-crítica, considera que por meio da mediação o aluno passará a ter uma visão organizada, unificada e sintética dos conteúdos estudados, alcançando esse status graças à intervenção do professor e a sua própria participação ativa no processo (LIBÂNEO, 1994).
A mediação pedagógica consiste na atitude e comportamento do professor diante seus estudantes. Ao mediar pedagogicamente, o professor se comportará como facilitador, um mediador da aprendizagem, que se dispõe a ser uma ponte entre o aluno e o objeto de estudo, de tal modo que o estudante consiga atingir seus objetivos.
O educador quando assume o ensino como mediação deverá tratar os conteúdos de diferentes formas, levando o aluno a buscar as informações, discutindo-as com colegas e professores até conseguir internalizar tais informações, de maneira que ele produza um conhecimento significativo para si próprio e passe a interferir no contexto social no qual está inserido (MASETTO, 2000).
Nesse sentido, Masetto (2000), que a mediação pedagógica apresenta algumas características, como o diálogo permanente, proporcionando debates e discussões em torno de um determinado conteúdo; a troca de experiências; a proposição de situações-problemas e desafios, de maneira a incentivar a reflexão; a cooperação entre os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem; a criação de conexões entre o conhecimento incorporado e o que ainda será construído.
A partir da mediação pedagógica o professor também poderá motivar e estimular seus alunos a alcançarem novos conhecimentos, por fim, também por meio da mediação
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