Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

TDAH: COMO AJUDAR A CRIANÇA A CONVIVER NO AMBIENTE ESCOLAR

Por:   •  17/12/2018  •  8.923 Palavras (36 Páginas)  •  367 Visualizações

Página 1 de 36

...

INTRODUÇÃO

Diversos termos têm sido utilizados, ao longo dos anos, para denominar crianças que apresentam um padrão comportamental caracterizado por hiperatividade e/ou desatenção/impulsividade, acima do esperado para a faixa etária ou estágio de desenvolvimento. Atualmente, a denominação Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) é utilizada consistentemente, por se tratar do termo adotado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou DSM-IV1.

O TDAH com Hiperatividade pode ser considerado um transtorno neurobiológico, que aparece na infância e frequentemente acompanha o individuo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, impulsividade e inquietude. Ele é chamado ás vezes de DDA (Disturbio do Déficit de Atenção)1.

As crianças com TDAH, em especial os meninos, são agitadas ou inquietas. Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas, movendo-se sem parar pelo ambiente, mexem os pés e as mãos, não param quietas na cadeira, falam muito e constatemente pedem para sair de sala ou da mesa de jantar.

Elas têm dificuldades em manter a atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. Elas são facilmente distraídas por estímulos do ambiente externos, mas também se distraem com seus próprios pensamentos, isto é, vivem “aéreos”. Nas provas, são visíveis os erros por desatenção. Como a atenção é fundamental para o bom funcionamento da memória, estas crianças, em geral, são tidas como “esquecidas”. Estes “esquecimentos” é uma das principais queixas dos pais. Quando elas se dedicam a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem se permanecer mais tranquilas. Isso acontece devido os centros de prazer do cérebro são ativados e conseguem dar uma “ajuda” no centro da atenção que é ligado a ele, passando a funcionar em níveis normais. O fato de uma criança conseguir permanecer concentrada em alguma atividade não exclui o diagnóstico de TDAH22.

Elas também tendem a ser impulsivas, frequentemente também apresentam dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer.

Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual. O TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida escolar, embora esta seja uma queixa frequente de pais e professores. É mais comum que os problemas na escola sejam de comportamento e não de rendimento (notas).

Também tem muita dificuldades em notas, interpretar dicas e regras sociais: sempre querem fazer tudo “do seu jeito, no seu tempo”. Isso explica muitas vezes a dificuldade de viver adequadamente em sociedade, seus desencontros nos relacionamentos sociais e pessoais.

A criança com TDAH não sabe lidar com o fracasso, frustação. Estao sempre ansiosos, sentem-se incompreendidos e irritam-se com facilidade. Com tantos rótulos negativos já recebidos, com frequencia se desestabilizam-se emocionalmente, por serem super reativos e por acharem que já não têm muito a perder. (tese)

Embora pacientes com diagnóstico de TDAH tenham características comuns, existe grande variabilidade na forma e no comportamento individual de crianças em vários contextos. Muitas destas crianças, entretanto, são alvo de críticas freqüentes e excessivas. Acabam tornando-se a “ovelha negra” da família quando comparadas com irmãos, primos, e outras crianças da mesma faixa etária 22.

Críticas excessivas e falta de paciência, perfeitamente compreensíveis sob a perspectiva dos pais ou cuidadores, muitas vezes fazem com que a criança retraia-se, apresente auto-estima diminuída ou manifeste comportamento agressivo e impulsivo.

O transtorno gera uma real incapacidade nas crianças de controlar sua própria vontade ou comportamento, relacionando-os com a passagem do tempo: muitos são incapazes de ter em mente futuros objetivos e/ou medir as consequencias negativas de seus atos impulsivos a longo prazo.

O TDAH não é um disturbio passageiro, temporário, a ser superado, uma vez que é neurobiológico e não o resultado de indisciplina ou descontrole dos pais, assim como não é falta de força de vontade ou de caráter da criança ou do adolescente como erroneamente muitos adultos pensam ser. A recuperação acontece em apenas cerca de 30% dos casos 4.

O tratamento medicamentoso tem sido freqüentemente indicado após o diagnóstico de TDAH. A medicação mais utilizada é o metilfenidrato (ritalina), com diversos trabalhos relatando uma melhora significativa do problema em 70 a 80% dos casos 9,12,22,20.

Além do tratamento medicamentoso, uma abordagem múltipla, que inclui intervenções multidisciplinar, psicossociais e farmacológica, tem sido relatada na literatura 9,12,22. A justificativa para esta abordagem é o fato da criança com TDAH requerer atenção especial em diversos contextos, como em casa, na escola e no convívio social. Dado o caráter aversivo que a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade têm sobre os pais, professores e amigos, a colaboração destes pode ser difícil de ser obtida, tornando ainda mais importante uma intervenção global para o problema 20,22.

Estimulada e apoiada, a criança participa ativamente do tratamento, evidenciando freqüentemente criatividade e entusiasmo no manejo das dificuldades associadas ao TDAH 22.

O objetivo deste trabalho é fazer com que haja uma parceria entre pais e professores em suas atitudes, para que estas crianças se sintam mais á vontade no rescinto escolar e consigam ampliar suas habilidades e conhecimento .

CAPÍTULO I

1 HISTÓRICO DO TDAH

As dificuldades acadêmicas e comportamentais são motivo de estudo há muitos anos, mas, a partir do final do século XIX, pesquisadores concentraram a busca das causas das dificuldades no funcionamento orgânico dos indivíduos, biologizando as questões educacionais17.

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é o nome dado à uma síndrome neurobiológica que foi descrita pela primeira vez em1798 pelo médico e autor escocês Alexander Crichton em seu livro " An inquiry into the nature and origin of mental derangement: comprehending a concise system of the physiology and pathology of the human mind and a history of the passions and their efects." (Algo como: "Uma investigação da natureza e origem da perturbação mental: Compreendendo um sistema conciso da fisiologia e patologia da mente humana e uma história das paixões e seus efeitos"14. 

Ele

...

Baixar como  txt (62.5 Kb)   pdf (128.5 Kb)   docx (49.3 Kb)  
Continuar por mais 35 páginas »
Disponível apenas no Essays.club