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Pensamento Pedagógico da Escola Nova

Por:   •  15/12/2017  •  1.204 Palavras (5 Páginas)  •  490 Visualizações

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Para Decroly, as necessidades fundamentais de uma criança giravam em torno de: alimentar-se; proteger-se contra as intempéries e os perigos; e agir através de uma atividade social, recreativa e cultural.

Na França, o pedagogo Roger Cousinet (1881-1973) desenvolveu o método de trabalho em equipes (adotado até hoje). Ele se opunha ao caráter rígido das escolas memoristas e intelectuais francesas, defendendo a liberdade no ensino e o trabalho coletivo (em substituição ao aprendizado individual).

Cousinet inovou ao propor que o mobiliário escolar fosse despregado do chão para que os alunos pudessem rapidamente formar grupos em classe e ficar um de frente ao outro. Propôs etapas ao desenvolvimento do trabalho em grupo.

- AUTORES EM DESTAQUE

Maria Montessori (1870-1952) foi uma médica italiana que transpôs para crianças normais seu método de recuperação de crianças deficientes. Na Casa dei bambini, para a pré-escola, construiu uma enorme variedade de jogos e materiais pedagógicos que são ainda hoje utilizados em muitas pré-escolas.

Ademais, cumpre ressaltar que, pela primeira vez na história da Educação, construiu-se um ambiente escolar com objetos pequenos para que a criança tivesse pleno domínio deles: mesas, cadeiras, estantes, etc. E com o uso desses materiais concretos, as crianças distinguiam (pelo tato, pela pressão, etc.) cores, formas, espaços, ruídos e solidez.

Montessori também desenvolveu técnicas novas de ensino: a lição do silêncio (que ensinava a dominar a fala) e a lição da obscuridade (para educar as percepções auditivas).

Já Édouard Claparède (1873 -1940) deu à escola ativa o nome de educação funcional. Para ele, a atividade educativa era somente a que correspondia a uma função vital do homem. Assim, defendia que nem toda atividade se adequaria a todos, devendo ser a atividade individualizada, social e socializadora.

Por sua vez, Jean Piaget, discípulo de Claparède, investigou a natureza do desenvolvimento da criança, propondo o método da observação e a pedagogia experimental.

Piaget criticou veementemente a Escola Tradicional por essa ensinar a copiar e não a pensar. Para ele, o professor devia respeitar as leis e as etapas de desenvolvimento da criança.

Suas ideias influenciaram muitos outros pensadores, como a psicóloga argentina Emília Ferreiro, cujo pensamento é muito difundido hoje nas escolas de 1º grau no Brasil.

- OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES

Além dos autores e dos pontos destacados, outras questões relevantes para o entendimento da proposta da Escola Nova são:

- a contribuição das técnicas psicológicas do condicionamento humano (Skinner) no processo de ensino-aprendizagem escolanovista;

- a enorme influência do pensamento pedagógico escolanovista na filosofia educacional de muitas escolas. Por exemplo: no Brasil, na década de 60, a presença dos “ginásios vocacionais”;

- o aperfeiçoamento dos métodos de ensino por parte da Escola Nova, nem sempre estando os educadores preparados para o uso adequado de tantos métodos de ensino;

- o entendimento de Paulo Freire da existência do binômio conflituoso: Educação como prática da dominação x Educação como prática da liberdade;

- as críticas à Escola Nova, pois “deixar a criança à educação espontânea da sociedade é também deixá-la ao autoritarismo de uma sociedade nada espontânea, na qual a burguesia impregna todo o social, visto que ela domina, nos países capitalistas, os mais poderosos meios de comunicação;

- o entendimento de que o papel do educador é intervir, posicionar-se, mostrar um caminho (ao invés de se omitir), posto que a omissão é também uma forma de intervenção;

- a contribuição do positivismo e do marxismo na escola nova;

- a influência que a Escola Nova exerceu sobre alguns educadores socialistas (Escola Socialista), que apontam uma perspectiva integradora das correntes da Escola Tradicional e da Escola Nova.

- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

- GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. 8 ed. São Paulo: Cortez,

2006, p. 142 - 148

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