OS IDEAIS EDUCATIVOS E A IMPRENSA BRASILEIRA DO SÉCULO XIX
Por: Hugo.bassi • 7/8/2018 • 12.710 Palavras (51 Páginas) • 263 Visualizações
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Palavras-chave: Século XIX; Imprensa; Instrução Pública; Correio Braziliense; O Universal; O Carapuceiro.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................9
2. O BRASIL OITOCENTISTA..........................................................................11
2.1.O contexto da Independência......................................................................13
2.2 A imprensa brasileira na primeira metade do século XIX............................18
3. A IMPRENSA E EDUCAÇÃO NO SECULO XIX...........................................22
4. OS IDEAIS EDUCATIVOS DO SÉCULO XIX NAS PÁGINAS DOS JORNAIS...........................................................................................................29
4.1. Correio Braziliense (1808-1822) ................................................................29
4.2. O Universal (1825-1842).............................................................................33
4.3. O Carapuceiro (1832-1847)........................................................................38
4.4. Os princípios educativos na imprensa brasileira........................................40
5. CONCLUSÃO ...............................................................................................46
REFERÊNCIAS ................................................................................................48
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INTRODUÇÃO
O presente estudo apresenta uma análise da imprensa no Brasil no século XIX, tendo como fundamento o estudo de três periódicos: Correio Braziliense (1808 – 1822), O Universal (1825-1842) e O Carapuceiro (1832-1847). O estudo buscou compreender como naquele momento a instrução pública foi disseminada, e por meio de estudos bibliográficos verificou-se que a imprensa cumpriu um importante papel, pois os periódicos, citados acima, publicavam em suas páginas assuntos referentes à educação do país, como a chegada e desenvolvimento do Método Mútuo no Brasil. Os colaboradores dos periódicos, a exemplo de jornalistas e redatores, imprimiam ainda os ideais progressistas e civilizatórios correntes na época.
Com a vinda da Família Real, em 1808, para o Brasil, a institucionalização da imprensa ganhou ímpeto, favorecendo a circulação da palavra impressa, mas vale lembrar que com sua institucionalização a imprensa encontrou objeções para circular até 1821, e deixou como legado uma forma de veicular a informação e instrução mesmo que de maneira informal, cumprindo um importante papel em uma sociedade em que a educação formal estava em processo de construção.
No século XIX, mais especificamente após o ano de 1821, surgiram vários periódicos no Brasil, alguns não tão duradouros, e em sua grande maioria tratavam dos acontecimentos políticos da sociedade daquele momento, outros como o Correio Braziliense, O Universal e O Carapuceiro pregavam as “luzes”, ou seja, a instrução pública.
O Correio Braziliense era editado por Hipólito da Costa (1774-1823), e esteve em circulação entre os anos de 1808 a 1822, um jornal com uma relevante influência sobre a sociedade do momento, era um jornal mensal, editado em Londres. O Correio Braziliense foi criado com objetivo de propagar as luzes a todos, em especial aos que viviam no Brasil, pois, julgava importante divulgar as ciências, literatura, as quais o Braziliense dedicava uma seção, pois para Hipólito, o desenvolvimento e a civilização só seriam possíveis por meio dessas questões, acreditando ser esse o caminho que os brasileiros deveriam trilhar para desenvolver o país e elevá-lo ao status de nação civilizada.
O Universal, um jornal mineiro criado em 1825, por Bernardo Vasconcelos (1795-1850), mas a partir de 1833 passa a ser dirigido por José Pedro Dias de Carvalho (1808-1881). O jornal deixava claro em suas páginas sua finalidade instrutiva, e sua defesa ao jornal como sendo um meio de levar o conhecimento e fatos importantes a população.
O Carapuceiro era publicado em Recife nos anos de 1832 a 1847, por Padre Miguel do Sacramento Lopes Gama (1793-1852), circulou em diversas fases, com periodicidade irregular, de abril de 1832 até dezembro de 1842, e de forma esporádica entre 1843 e 1847. O objetivo do jornal era fundamentalmente educativo.
É possível percebermos por meio da historiografia, que a imprensa participou ativamente no processo de formação da sociedade brasileira, por meio dos ideais de intelectuais da época que se utilizavam dos jornais e periódicos para expressarem suas ideologias, sendo assim a imprensa no século XIX, assumiu um importante papel de formadora, influenciando os costumes morais e políticos da sociedade brasileira.
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2. O BRASIL OITOCENTISTA
Em janeiro de 1808, a Família Real portuguesa chegou ao Brasil, início do século XIX, desembarcando, primeiramente, na Bahia, e mais tarde na cidade do Rio de Janeiro. Tal fato é decorrente do contexto pelo qual passava a Europa; naquele contexto, Portugal estava preste a ser invadido por tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte. Sem condições militares para enfrentar os franceses, D. João, resolveu transferir a corte portuguesa para sua mais importante colônia, o Brasil. Neste empreendimento, contou com a ajuda dos aliados ingleses. Juntamente com a Família Real vieram quatorze navios, com centenas de funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas à corte portuguesa. Trouxeram também muito dinheiro, obras de arte, documentos, livros, bens pessoais e outros objetos de valor.
Em março de 1808, a corte portuguesa se instalou no Rio de Janeiro. Muitos moradores, sob ordem de D. João, foram despejados para que os imóveis fossem ocupados por funcionários do governo. Este fato gerou, num primeiro momento, muita insatisfação
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