O PAPEL DO PEDAGOGO NO MUNDO CORPORATIVO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA CRÍTICA

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- PERCUSO METODOLÓGICO

Este estudo se desenvolveu a partir da curiosidade de conhecer melhor a prática profissional dos pedagogos no mundo corporativo, através da análise bibliográfica, visando compreender as percepções da administração empresarial e da educação sobre o papel do pedagogo no meio laboral. Pois a prática educativa em espaços extra-escolares é pouco difundida no curso de Pedagogia.

Objetivando responder nossos questionamentos acerca do tema aqui analisado, realizamos uma pesquisa, que é para Minayo (p. 17, 1994) “uma atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade (...), embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação”.

Com o intuito de entender como se deu o processo da inserção do pedagogo no ambiente empresarial, a fim de realizar uma revisão bibliográfica crítica, utilizamos a abordagem qualitativa, pois ela tem como principais características “a imersão do pesquisador no contexto e a perspectiva interpretativa de condução da pesquisa” (KAPLAN & DUCHON, 1988, APUD DIAS, 2000, p. 01). Para Minayo (1994), a pesquisa qualitativa, no contexto das ciências sociais, se ocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado, pois lida com universos de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, os quais não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Como metodologia de pesquisa, utilizamos neste estudo a pesquisa bibliográfica, por acreditarmos que esta oferece meios que auxiliam na definição e resolução dos problemas já conhecidos, como também permite explorar novas áreas onde os mesmos ainda não se cristalizaram suficientemente, como é o caso da atuação do pedagogo no mundo corporativo. Permite também que um tema seja analisado sob novo enfoque ou abordagem, produzindo novas conclusões, por isso optamos por fazer uma revisão bibliográfica crítica, emitindo nossas reflexões à medida que fomos entrando em contato com o que os teóricos das áreas pesquisadas, a área de Educação e Recursos Humanos.

O objetivo da pesquisa bibliográfica, segundo Cervo & Bervian, (1996, p. 48) é procurar explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, buscando conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema. A pesquisa bibliográfica é considerada um estudo sistematizado alicerçado por publicações em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas disponíveis para pesquisa. Sendo assim, como referências, tomamos para análise, teóricos da educação, bem como da área de administração. A procura pelos referenciais teóricos se deu em livros, sites especializados na área de educação, teses de mestrado e monografias que se ocuparam em estudar a atuação do pedagogo no mundo corporativo. A escolha dos autores aqui citados, deve-se a importância de seus trabalhos referente ao assunto e por serem reconhecidos como grandes teóricos e estudiosos das áreas consideradas neste estudo. Suas obras serviram como referenciais ao longo de toda a pesquisa.

1.2. O processo sócio histórico da relação educação-trabalho

O homem é o único ser que não se molda totalmente ao meio em que vive, ele sempre busca através do que o torna diferente dos outros seres, sua racionalidade, diversos mecanismos para aprimorar os meios de sua sobrevivência. Um destes mecanismos de sobrevivência é a educação, pois através do ato de educar, ele repassa seus valores, crenças e cultura para as gerações futuras, preservando assim sua espécie. Conclui-se então que sendo o processo educacional inato ao ser humano, este está em todos os meios sociais e não apenas na escola, ao contrário das representações sociais que se tem acerca da educação. Sendo assim, Brandão (1987) ratifica que não existe um único modelo de educação, a escola não é o único lugar em que ela acontece e o ensino escolar não é a única prática educativa.

Todo processo educativo tem um objetivo a ser cumprido. Na escola as concepções pedagógicas são utilizadas de acordo com que tipo de sujeito aquela comunidade deseja formar. No entanto, no meio social, o processo educativo tem como foco transformar o homem em cidadão através da interação que ele tem com os diversos espaços sociais, pois à medida que a sociedade fica complexa a educação deve acompanhar tal complexificação, através da ampliação dos lugares onde ela é ofertada. Observa-se, deste modo, ações pedagógicas não apenas na família e na escola, mas também nos meios de comunicação, em diversos grupos humanos organizados, em instituições não escolares. (LIBÂNEO, 2008). Neste ínterim, Brandão (1987) ratifica que estamos envolvidos com a educação em tudo que fazemos: para saber, para fazer, para ser ou para conviver.

Dentre diversos segmentos da sociedade que se faz presente o processo educativo está o trabalho. Saviani (2007) desigina como trabalho o ato humano de agir sobre a natureza transformando-a em função de suas necessidades.

A relação entre a educação e o trabalho não é uma prática atual, as duas práticas são indissociaveis a natureza humana. Conforme afirma Saviani (2007, p. 03), a existência humana não é garantida pela natureza, tendo, portanto de ser produzida pelos próprios homens. Assim, a existência humana é um produto do seu trabalho. Contudo isso significa que o homem não nasce homem. Ele forma-se homem. Ele não nasce sabendo produzir-se como homem. Sente a necessidade de aprender a ser homem, aprendendo a produzir sua própria existência. Conclui-se deste modo que a produção do homem é, ao mesmo tempo, a formação do homem, isto é, um processo educativo. A origem da educação coincide com a origem do próprio homem. Sendo assim, ao observar a importância de transmitir seu conhecimento para as gerações futuras, o ser humano insere a prática educativa como parceira do sistema produtivo.

Pode-se afirmar que a educação representa condições básicas para o desenvolvimento da humanidade e assume grande relevância na reestruturação do mundo do trabalho. A educação abrange a metodologia, didática e competências que intercedem no progresso humano e na sua formação ativa com o meio natural e social, num delimitado contexto de relações sociais (LIBÂNEO, 2006). Portanto a relação educação-trabalho sofreu diversas alterações ao longo da história, devido aos diferentes significados e funções que o conhecimento ganhou com o decorrer do tempo, entretanto os saberes do trabalhador sempre exerceram papéis importantes na sociedade.

Antunes