Novas Tecnologias e Educação

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Assim, Freire e Myles estabelecem a premissa de que é necessário sim, dentro dos limites, o professor repassar conteúdo de modo a inserir também discussões vinculadas ao dia-a-dia de seus alunos, o que significaria dizer que o (com)partilhamento de informações é o foco, e não a imposição da opinião do professor sobre o assunto trabalhado à seus alunos.

Em outras palavras, e valendo-se de Geraldi e de seu texto “Aula como acontecimento”, os conteúdos ensinados não podem ser transmitidos como verdade. Na evolução do papel de professor ao longo da história se exalta a autonomia do aluno no processo de aprendizagem, mostrando o professor como um facilitador.

Em determinado ponto do texto, Myles e Freire passam a discutir que é necessário se valer de métodos e técnicas para ensinar. Para eles, em especial Paulo Freire, não basta saber o conteúdo, é necessário saber ensiná-lo.

Esta condição remete-se ao texto de Corazza (“Como dar uma boa aula?”), tendo como abordagem final no diálogo dos autores a ratificação da necessidade de mesclar o contexto social, histórico, etc. ao conteúdo técnico da aula. Corazza, apesar de se valer de Comênio e Nérice para estabelecer padrões, deixa claro que uma série de fatores precisam ser considerados em sala de aula para facilitar o processo de ensino-aprendizagem.

O que seria definido como “dar uma boa aula” na discussão proposta por Freire e Myles estaria em torno de encontrar um meio termo entre o lado científico (conteúdo técnico da disciplina) e as condições socioculturais nas quais se ensina o mesmo conteúdo aos alunos: tarefa julgada difícil e arriscada, porém necessária.