INCLUSÃO DAS CRIANÇAS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO NA REDE REGULAR DE ENSINO
Por: Juliana2017 • 21/3/2018 • 3.702 Palavras (15 Páginas) • 349 Visualizações
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É muito importante que a criança ou adolescente faça o tratamento adequado ao tipo e ao grau do mesmo. Dessa forma o tratamento auxilia o portador do distúrbio a controlar esses sintomas.
Grande parte de crianças com TDAH apresentam muitas dificuldades para controlar a coordenação motora grossa e fina, não conseguindo ouvir completamente as frases ou instruções que as pessoas dizem para elas, não conseguem ouvir ou fazer atividades com atenção, interrompem conversas ou brincadeiras, tem atitudes sem pensar, não conseguem se concentrar entre outras. Todas essas dificuldades que muitas vezes as deixam com sentimentos de inferioridade, pode ser a apresentação dos sintomas do transtorno.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, apresenta além das três características, segundo ROHDE & BENCZIK (1999, p. 39-40) dois grupos de sintomas.
A desatenção é um dos grupos desse transtorno. E tem como sintomas: não prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuidos; ter dificuldades para concentrar-se em tarefas e/ou jogos; não prestar atenção ao que lhe é dito (“estar no mundo da lua”); ter dificuldade em seguir regras e instruções e/ou não terminar o que começa; ser desorganizado com as tarefas e materiais; evitar atividades que exijam um esforço mental continuado; perder coisas importantes; distrair-se facilmente com coisas que não têm nada a ver com o que está fazendo; esquecer compromissos e tarefas; Outro grupo sugerido por ROHDE & BENCZIK (1999), é a hiperatividade (agitação) e impulsividade e tem como sintomas: ficar remexendo as mãos e os pés quando sentado; não parar sentado por muito tempo; pular, correr excessivamente em situações inadequadas, ou ter uma sensação interna de inquietude (ter “bicho-carpinteiro por dentro”); ser muito barulhento para jogar ou divertir-se; ser muito agitado (“a mil por hora”, “ou um foguete”); falar demais; responder às perguntas antes de terem sido terminadas; ter dificuldade de esperar a vez; intrometer-se em conversas ou jogos dos outros;
Além das três características e dos dois grupos, existem 4 subtipos de TDAH segundo GOLDSTEIN, 2007 que são: TDAH tipo desatento, TDAH tipo hiperativo/impulsivo, TDAH tipo combinado, TDAH tipo não específico.
Trabalhar com uma criança hiperativa é extremamente complicado. Inclusive para todas as pessoas que convivem com os indivíduos que apresentam o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
Aparentemente são crianças iguais às outras, mas basta ficar observando-as algum tempo e, dependendo do grau de agitação ou desatenção, facilmente se percebe quando a criança apresenta o transtorno.
Essas crianças às vezes apresentam algumas deficiências, seja no controle motor ou incapacidade de prestar atenção, de concentrar-se.
Como tudo na vida dos seres vivos gera consequências, as vivenciadas por essas crianças são muitas vezes desagradáveis.
Grande parte das crianças passam muitos dias brincando de escrever, colorir, desenhar, ficam imaginando, sonhando com o dia que irão para a escola.
De repente o que era sonho vira realidade e chega o grande dia, o primeiro dia de aula. Tudo novo, comprado com muito carinho e as expectativas só vão aumentando.
Ao chegar à escola, tudo é festa, fantasia e encanto, até que a mãe vai embora, começa a se ouvir choro, pois para algumas crianças ao verem a mãe indo para a casa sentem-se sozinhas e abandonadas. É um mundo novo, tudo muito diferente do que estão acostumadas.
A criança hiperativa que está no jardim de infância precisa agora aprender a lidar com as regras, a estrutura e os limites de uma educação organizada, e seu temperamento simplesmente não se ajusta muito bem com as expectativas da escola. Rapidamente seu comportamento ocupa uma porcentagem desproporcionalmente grande do tempo do professor. (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 2000, p. 106)
Desta forma, quanto maior o nível de agitação, impulsividade, mais difícil é a socialização de uma criança que apresenta o transtorno, principalmente se esta não consegue ficar quieta, mexendo as pernas e o corpo ou se levantando demasiadamente da mesa. Ao levantar sem um objetivo específico, estes alunos acabam incomodando, e até mesmo batendo nos colegas que sofrem e apresentam uma forte apatia por esses alunos hiperativos. Estas atitudes agressivas para essas crianças com o distúrbio são atitudes comuns, pois por não conseguirem controlar os seus impulsos, acabam por agir sem pensar, percebendo a gravidade dos atos, somente às vezes, depois de tê-los cometidos.
O ato agressivo cruel, que tem um pouco de contato com a atuação agressiva e pode ser definido com “machucar corporal ou verbalmente, ou por omissão” é um indicador de problemas (...).
Com medidas disciplinares, coercitivas, proibitivas, não se resolve o problema do ato agressivo cruel. Pelo contrário, se multiplica o problema, se fortifica e, na maioria das vezes, se transforma em um componente de maior crueldade para ser usado mais adiante, dirigindo para fora contra a pessoa que o impulsionou, contra os colegas ou contra a escola. (GROSSI & BORDIN (org), 1993, p. 175)
Dessa forma são muitos e variados os conflitos que o professor tem que intermediar, essencialmente se estes alunos são extremamente impulsivos, usando a força para resolver qualquer situação, desde uma muito simples como querer algo emprestado ou defender um coleguinha de outro que o ameaça ou o prejudica, a se defender quando sentem-se prejudicados.
A maneira como o professor lida com essas situações conflituosas é o que fará diferença no processo de socialização desses alunos, que pode ultrapassar o tempo normal de socialização se comparando aos outros alunos considerados “normais”.
É muito importante que os professores tenham muito diálogo com esses alunos, pois quanto mais impaciência e intolerância o professor demonstra ter com esses alunos, mais eles vão chamar a atenção apresentando atitudes negativas e agressivas. A comunicação é fundamental para conseguir um melhor resultado com essas crianças.
Portanto se o professor conversa, estimula e os recompensa, quando os mesmos conseguem ter atitudes positivas e agradáveis, valorizando mais estas atitudes, mais motivos essas crianças sentirão tentando apresentar mais vezes esses comportamentos.
Ao agir desta forma o professor está utilizando o reforço positivo. O que não significa recompensar de forma prazerosa todas
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