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EJA-UMA EDUCAÇÃO QUE FAZ DIFERENÇA

Por:   •  6/6/2018  •  2.730 Palavras (11 Páginas)  •  328 Visualizações

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Essa deve valorizar e buscar propiciar ao aluno a questionar, a pensar de forma critica e consciente. É nesta perspectiva que a avaliação deve ser pensada respeitando o perfil tão específico dos estudantes jovens e adultos, valorizando suas expectativas, experiências de vida e sonhos.

Passo 3

As diversidades linguísticas presentes no modo de falar de milhões de brasileiros, socialmente condicionadas, por vezes são estigmatizadas no contexto escolar. O predomínio do ensino da norma culta aos alunos, sem uma discussão fundamentada em pressupostos teóricos sobre o tema da variação linguística na EJA, chega a ser considerado um desrespeito às culturas e às variedades trazidas para a sala de aula por esses sujeitos, e esse tipo de atitude além de gerar insegurança nos educandos por não dominarem a língua-padrão, ainda contribui para o processo de exclusão deles.

É de suma importância que o ensino de língua portuguesa na escola proporcione aos alunos as devidas condições de reflexão sobre as inúmeras possibilidades de usos da língua, para que assim, esses alunos aprendam a discutir sobre os diversos eventos da língua e da linguagem. Também é importante que este espaço reconheça e valorize as diferentes culturas trazidas para a sala de aula pelos alunos. Os professores e, por meio deles, os alunos têm que estar bem conscientes de que existem duas ou mais maneiras de dizer a mesma coisa. E mais, que essas formas alternativas servem a propósitos comunicativos distintos. A escola deve proporcionar meios pelos quais os alunos tenham acesso à variedade considerada “culta”, e, em nenhum momento esses mesmos alunos sejam ridicularizados ou estigmatizados por, ainda, não serem usuários competentes da forma culta. Refletir sobre os diferentes usos sociais da língua é primordial para as escolas compreenderem que o português ensinado neste espaço pode ser comparado ao ensino de língua estrangeira para o aluno que chega a escola oriundo de seu meio social, cuja norma linguística utilizada no seu dia-a-dia é uma variante não padrão.

Passo 4

Plano de aula sobre variedades linguísticas

OBJETIVOS

- Compreender que a leitura e interpretação são primordiais em todos os âmbitos da vida.

- Possibilitar o conhecimento das variedades linguísticas e ao não preconceito linguístico.

- Reconhecer a importância de adequação da linguagem em diferentes contextos sociais.

Perceber aspectos semânticos em diversos textos e oralidades.

- Contar/narrar textos em que transpareça estas variedades linguísticas e a adequação a norma culta à escrita.

CONTEÚDOS

Variedades Linguísticas

METODOLOGIA

Iniciarei a aula apresentando dissertações a respeito das variações linguísticas.

O MODO DE FALAR DO BRASILEIRO

Alfredina Nery*

Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos.

1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que na língua escrita;

2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo;

3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões.

Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo.

Variações regionais: os sotaques

Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do sertão centro-oeste do Brasil:

Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo.

Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em uma determinada época no Brasil.

Antigamente

"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."

Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente daquele que era usado na época medieval.

Língua e status

Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta lembrar-se de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas.

Depois da leitura perguntarei aos alunos:

O que são variedades linguísticas?

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