BULLYING, INCLUSÃO EQUIDADE
Por: Sara • 11/4/2018 • 7.643 Palavras (31 Páginas) • 361 Visualizações
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Segundo Fante, o
[...] Bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do “comportamento bullying”. (FANTE, 2005, pp. 28- 29).
A diversidade humana é muito ampla, mas, mesmo assim, existem pessoas que ainda não compreendem muito bem as deficiências e as diferenças, gerando vítimas de preconceito, rotulações, humilhações e diversos outros estigmas.
A violência moral e física contra estudantes é uma realidade velada em várias escolas. Aparentemente, quando estes são portadores de necessidades educacionais especiais, esse cenário se amplia, pois há casos em que o modo de inclusão não é bem implantado e, consequentemente, torna-se mau sucedido pela falta de preparo dos profissionais que receberão a criança. Isso acontece pelo despreparo das demais crianças, ditas regulares, pela falta de incentivo do governo e até mesmo pela falta de interesse dos profissionais da escola em buscar uma formação continuada.
É possível perceber, também, que o bullying nem sempre se dá por meio de agressões, xingamentos e apelidos grosseiros. Dá-se, na maioria dos casos, pelo simples isolamento da criança, isto é, por meio de um processo de discriminação. A situação se torna muito mais grave quando o alvo desta discriminação são crianças ou jovens com algum tipo de deficiência, visto que nem todos têm preparo emocional ou físico para superar as agressões em sala.
Observa-se, ainda, que é comum que ocorra uma diferenciação de tratamento do aluno, tanto por parte da escola, como dos demais alunos. Não por que estes tenham necessidades diferentes, mas por acreditar-se que isso ocorra por falta de informação e conhecimento que permitirão o tratamento de todos de forma normal e que lhes seja oferecida a equidade, tão essencial a sua inclusão.
Assim, a presente pesquisa surge da necessidade de compreender a relação do fenômeno bullying no processo de inclusão, com vistas a ampliar a compreensão de educadores e demais atores do cenário educacional.
O estudo tem como objetivo proporcionar para as escolas e para o meio social uma melhor compreensão sobre tais aspectos, assim evidenciando um melhor entendimento sobre ambos os assuntos que, cada vez mais, vem causando danos à comunidade escolar, principalmente para os educandos que sofrem tal agressão.
Como objetivo geral, o estudo buscou analisar a ocorrência de bullying em uma turma de inclusão. Diante disso, e para se obter uma maior visibilidade do tema, buscou-se investigar o impacto que a inclusão traz aos alunos do Ensino Fundamental, assim compreendendo quais são as possíveis consequências que esse fenômeno traz aos alunos.
Além disso, compreendeu-se ser importante observar as ações desenvolvidas sistematicamente pela escola no combate ao bullying no ambiente escolar, avaliando como o professor interage com o aluno incluso no Ensino Fundamental. Isso possibilitou analisar os prováveis obstáculos que os alunos especiais enfrentam ao serem incluídos em turmas regulares.
REFERENCIAL TEÓRICO
Conceito de Bullying:
Embora a denominação seja recente, o fenômeno é mais antigo que a própria escola e se repete continuamente em todo o mundo. Não é restrito a uma instituição específica e percebe-se que, onde há uma criança ou um jovem sofrendo qualquer tipo de pressão psicológica, atitude agressiva intencional e repetida, sem motivação evidente, o fenômeno está presente e precisa ser tratado.
Como dito anteriormente, o bullying sempre existiu. Antigamente, era um acontecimento quase cultural e as pessoas acabavam se ajustando ou se defendendo quando se sentiam ameaçadas. A violência sempre fez parte do contexto escolar, no entanto, nos últimos anos, a sociedade precisou dar uma atenção maior a ela, fazendo com que virasse tema de discussões e reflexões. Exemplo disso encontra-se, abaixo,
Tradicionalmente considerava-se que direitos humanos e liberdades fundamentais eram direitos individuais, próprios de cada ser humano, mas não das coletividades. Atualmente cresce o consenso de que alguns direitos humanos são direitos essencialmente coletivos, como o direito a paz e a um ambiente saudável. (BRASIL, 1988, p.19).
Segundo FANTE & PEDRA (2008, p. 33), “Houve um período, em que a violência escolar se dava na relação entre professor e aluno. Atualmente, estudos têm mostrado a violência entre alunos, destes contra as propriedades, contra professores e vice-versa e contra eles mesmos”. Isso demonstra que aparentemente há uma ampliação do fenômeno e, notadamente, uma peculiaridade na forma deste acontecer.
Alguns estudiosos admitem que o tipo de violência na escola mais comum é o bullying. Sendo um fenômeno mundial que sempre ocorreu nas escolas, mas que somente ganhou definição e atenção dos pesquisadores nos últimos anos, devido ao crescimento do número de casos e das consequências que essa prática traz para todos os envolvidos no processo.
De acordo com Silva (2010, p. 47), um dos pioneiros na utilização desse termo foi Dan Olweus, professor e pesquisador da Universidade de Bergen, na Noruega, que cunhou a expressão ao estudar tendências suicidas em adolescentes. A pesquisa dele se intensificou após o suicídio de três alunos, no ano de 1983.
Podemos dizer que é o bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.
O termo é usado para designar formas de atitudes agressões-intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação evidente, praticadas por um ou mais estudantes contra outro(a), causando sofrimento e angústia nas vítimas, sendo que essa prática normalmente ocorre dentro de uma relação desigual. (LOPES, 2003).
Segundo Fante, o bullying é uma particularidade do viver social, um tipo de ‘negociação’, que se dá através do
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