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ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO E O TRABALHO COM ASPECTOS GRAMÁTICAIS

Por:   •  17/8/2018  •  3.472 Palavras (14 Páginas)  •  386 Visualizações

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Partindo desse contexto didático, podemos perceber que o ensino da língua portuguesa perpassa a simples prática de transmissão de conteúdos rígidos, repletos de regras imutáveis e de extrema precisão, que valoriza uma abordagem pouco satisfatória que não condiz com a realidade, a qual esses assuntos são incorporados e vivenciados na prática. É necessário uma atenção mais sensível e precisa para perceber que o processo de ensino da língua portuguesa não se resume nas características supracitadas, visto que, constitui-se de um amplo campo de aplicações e possibilidades metodológicas que desenvolvam uma aprendizagem significativa, em consonância com um universo real e rico em contextos. Nesse sentido, ANTUNES (2003) afirma que:

Um exame mais cuidadoso de como o estudo da língua portuguesa acontece, desde o Ensino Fundamental, revela a persistência de uma prática pedagógica que, em muitos aspectos, ainda mantém a perspectiva reducionista do estudo da palavra e da frase descontextualizadas. Nesses limites, ficam reduzidos, naturalmente, os objetivos que uma compreensão mais relevante da linguagem poderia suscitar – linguagem que só funciona para que as pessoas possam interagir socialmente (p. 19).

É explicito a necessidade de uma abordagem de ensino que leve em consideração, dentre outros fatores, a contextualização dos conteúdos. Na diversidade de explicações sobre aprendizagem do aluno, tem-se dado pouca ênfase a contextualização gramatical, a dinâmica da prática educativa, a avaliação e ao contexto do livro didático no processo de ensino aprendizagem. Em vista dessa asserção e da relação do estudo da gramática e do emprego dos substantivos, assunto em destaque, em diferentes tipos de textos e contextos em sala de aula, fica evidenciada sua importância na construção do saber e sucesso no aprendizado. ANTUNES (2003) trabalha essa temática e aponta algumas implicações pedagógicas para o ensino de gramática, das quais destacamos:

Uma gramática contextualizada – a gramática está naturalmente incluída na interação verbal, uma vez que ela é uma condição indispensável para a produção e interpretação de textos coerentes, relevantes e adequados socialmente (p.97, grifo da autora).

A construção do conhecimento, a partir de atividades contextualizadas, deve ser fundamentada no incentivo a criatividade e melhor assimilação de assuntos trabalhados, empenhados a uma reflexão. O professor como sujeito da ação pedagógica, o aluno como sujeito do seu aprendizado, no exercício e desenvolvimento de seu potencial crítico e participativo, devem dar sentido ao que se estuda, questionando, analisando e embasando-se em teorias as quais contribuem no desenvolvimento da criança que fará o uso do que se aprende em situações diversas.

No que diz respeito a prática do educador, faz-se necessário o enriquecimento de competências de sua área, teorias e fundamentações que irá agregar na compreensão de livros, na promoção de atividades que potencializam o desempenho do aluno e a aplicabilidade de assuntos estudados na escola. A esse viés PIMENTA (2007) aponta três posturas reflexivas que contribuem para uma boa prática de ensino e, consequentemente, para um bom ensino de língua portuguesa, as quais conferem: a reflexão na ação (no presente); reflexão sobre a ação (depois que termina a ação); reflexão sobre a reflexão na ação (trazer os embasamentos teóricos para justificar e nortear a ação), posturas que se concatenam com as ideias de ANTUNES (2003, p. 40) ao nos dizer que “não pode haver uma prática eficiente sem fundamentação num corpo de princípios teóricos sólidos e objetivos”.

Encaminhando nossa discussão para o assunto em foco, existem atividades que são consideradas mais adequadas para o ensino da língua materna no Ensino Fundamental I, por isso é necessária uma compreensão apropriada da gramática, seus aspectos e aplicabilidade. Embasado nesta afirmação, destacamos a necessidade do ensino substantivos em séries iniciais, suas características e funcionalidade no repertório dos educando. Os compêndios normativos costumam abordar essa classe de palavras considerando apenas os aspectos morfológicos, sintáticos, deixando de lado aspectos relacionados ao seu uso em contexto interacionais. Em geral, conceituam o substantivo como a palavra que dá nome a seres. Cunha e Cintra (2007) explicam que nesta classe se inserem: (a) os nomes de pessoas, lugares, instituições, de um gênero, uma espécie ou um de seus representantes; (b) os nomes de noções, ações, estados e qualidades. Bechara (2004) caracteriza o substantivo como significando o que convencionalmente chamamos de objetos substantivos: substâncias (homem, casa) ou quaisquer outros objetos mentalmente apreendidos,qualidades (bondade,brancura), estados ( saúde, doença), processos (chegada, aceitação).

Nessa perspectiva, os substantivos concretos ou abstratos; próprios ou comuns; e coletivos. Além da classificação semântica, alguns auto-retraçam também uma classificação morfológica, categorizando os substantivos em simples ou composto, primitivos ou derivados (SACCONI, 1994). Saber o que é substantivo, não significa ser capaz de construir bons textos quando se enfatiza a importância, das atividades de revisão é por essa razão: trata-se de uma oportunidade previlegiada de ensinar o aluno a utilizar os conhecimentos que possui, ao mesmo tempo que é fonte de conteúdos – devem ser selecionados a partir das produções escritas dos alunos. O critério de relevância dos aspectos identificados como problemática -- que precisam portanto, ser ensinados prioritariamente -- deve ser composto pela combinação de dois fatores: por um lado, o que pode contribuir para maior adequação e legabilidade dos textos e, por outro, a capacidade dos alunos em cada momento De acordo com os PCNs (Língua Portuguesa):

Considerando as ideias e fundamentos até aqui discutidos, percebe-se que o trabalho de elaboração de questões de gramática em livros didáticos consiste em um grande desafio. É fundamental a atenção a uma série de critérios que contribuem para uma bom uso do substantivo nas atividades, em consonância a uma produção de fomento e estímulos a aquisição dos conteúdos linguísticos e ao uso destes no contexto social. Dessa forma, são elencados alguns critérios de avaliação e análise de questões – presentes nos guias do PNLD 2016 e em outros periódicos – os quais se seguem: presença de contextualização, compreensão autônomia para o aluno, estimulo a reflexão crítica e construtora de sentidos, atividade que situe uma perspectiva textual-discursiva, questões que desenvolvam as capacidades inerentes à

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