A importancia da gestão democratica
Por: Salezio.Francisco • 2/5/2018 • 6.367 Palavras (26 Páginas) • 478 Visualizações
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De acordo com Maia e Bogoni (2008), para realizar uma gestão democrática é preciso acreditar que a atuação do todo conjuntamente “têm
mais chances de encontrar os caminhos para atender às expectativas da sociedade a respeito da atuação da escola”. Quanto maior for o número de pessoas participando na vida escolar, maior é probabilidade de “estabelecer relações mais flexíveis e menos autoritárias entre educadores e comunidade escolar”, pois:
Quando pais e professores estão presentes nas discussões dos aspectos educacionais, estabelecem-se situações de aprendizagem de mão dupla: ora a escola estende sua função pedagógica para fora, ora a comunidade influencia os destinos da escola. As famílias começam a perceber melhor o que seria um bom atendimento escolar, a escola aprende a ouvir sugestões
e aceitar influências (MAIA; BOGONI, 2008, p. 23) .
Desta forma, é importante que todos participem das discussões, em condições de igualdade e com liberdade para expor suas opiniões, mesmo que
contrárias, porque qualquer privilégio destinado a determinados grupos ou interesses pessoais se manipulados nas tomadas de decisões podem gerar situações que perpetuem ou façam renascer autoritarismo, podendo ocorrer mascaramento na gestão democrática. Na construção desse processo pode-se
deparar com docentes ou algumas pessoas do corpo funcional que se acham proprietárias da escola, sentindo-se ameaçadas na sua autoridade pedagógica se abrirem espaço para uma participação comunitária; dirigentes escolares que não aceitam o socializar do poder; familiares dos alunos e a sociedade toda (incluindo os profissionais da educação) que possuem pouca experiência com o controle social; familiares que se recusam a participar quando percebem falta de seriedade na execução do processo democrático, ou que não gostam de se envolver nas questões “internas” da escola, a menos que tenha relação imediata com o seu filho; acúmulo de más experiências com formas inadequadas de participação comunitária por parte da escola; inexistência da cultura participativa na comunidade e na escola (MAIA; BOGONI, 2008, p. 23) .
A gestão democrática visa construir uma escola de boa qualidade, prestando atendimento aos alunos e comunidade, aproveitando melhor seus recursos existentes, oportunizando a ampliação e aplicação do conhecimento. A participação de todos permite chegar-se a soluções mais rápidas e que atendam a maioria através da ação pedagógica e educativa de maneira coerente. “A escola democrática será aquela que conseguir interagir com as condições de vida e com as aspirações das camadas populares”. ( MELLO, 1998, p.20)
Segundo NÓVOA (1995, p.35), citado no livro Gestão Educacional e Organização do Trabalho Pedagógico (IESDE p.55, 2003) “a escola tem de ser encarada como uma comunidade educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos atores sociais e dos grupos profissionais em torno de um projeto comum. Para tal, é preciso realizar um esforço de demarcação dos espaços próprios de ação, pois só na clarificação destes limites se pode alicerçar uma colaboração efetiva”.
Aos gestores das escolas compete, portanto, promover a criação e a sustentação de um ambiente propício à participação plena dos profissionais, alunos e pais, no processo social escolar, uma vez que é por essa participação que seus membros desenvolvem consciência e sentido de cidadania. Para tanto, os responsáveis pela gestão escolar devem criar um ambiente estimulador dessa participação.
SILVA JUNIOR (1993, p. 78) cita que: “O administrador é assim alguém a serviço do serviço que os professores prestam a seus alunos. Será um dirigente, ou não será um administrador da educação”.
Da mesma forma SILVA JÚNIOR (1993, p. 70) afirma que: “Administração competente é como fruto da autonomia”. A autonomia é conquista coletiva defendida por todos e envolvida no grupo, firmando compromisso com a qualidade de ensino, adaptando o projeto político pedagógico à realidade local, incorporando e buscando compreender os valores culturais, costumes e manifestações artísticas da comunidade, adquirindo assim sua identidade.
SILVA JUNIOR, (1993), salienta que: “As escolas não existem para serem administradas ou inspecionadas. Elas existem para que as crianças aprendam”, e que “o especialista em administração da educação é, em princípio também um especialista em educação. O objetivo da gestão é a garantia dos meios de aprendizagem efetiva e significativa dos alunos. O entendimento é que o aluno não aprende apenas na sala de aula, mas na escola como um todo.
ANISIO TEIXEIRA (1968, p.17) citado por Silva Júnior (1993, p.73) afirma que:
“somente o educador ou o professor pode fazer administração escolar” para ao final concluir que “se alguma vez a função de direção faz-se uma função de serviço e não de mando, esse é o caso da administração escolar”. A administração deve servir a própria educação. Se o administrador não se identifica como educador, suas decisões não serão inspiradas pela prática da educação, ocorrendo o fracasso da administração da escola.
ALONSO (1981, p.140) descreve que: “os melhores dirigentes são os que capitalizam o que os membros de sua organização podem oferecer. Isto cria uma equipe ou grupo mais produtivo na medida em que este crescente envolvimento cria motivações superiores, freqüentemente motivando produtividade mais elevada”. Assim, o administrador deve ser capaz de compreender a organização à sua realidade, adaptá-las as novas exigências, decidir de modo racional juntamente com sua equipe objetivando a qualidade do ensino.
A gestão escolar participativa é uma metodologia nova de administração, a qual impõe ao diretor, como responsável direto pela gestão da escola, assumir uma nova condição de entender a relação escola/corpo docente/alunos/comunidade, para conseguir idealizar um sistema de aplicação prática que possa congregar esses segmentos diferenciados em torno de um único objetivo.
FERREIRA (2000,p. 306) assegura que “gestão – do latim gestio-onis -” significa ato de agir, gerência, administração [...] gestão é administração, é tomada de decisão, é organização, é direção”. Cabe analisar, no entanto, a verdadeira função da educação atual, tendo em vista a postura do gestor e sua preparação para desencadear projetos, ações e viabilizar recursos que empreguem novas
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