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A Teoria da Complexidade

Por:   •  12/4/2018  •  3.018 Palavras (13 Páginas)  •  297 Visualizações

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Segundo Morin (10, 2011), o todo é complexo, como as partes. Essa complexidade está presente em todo o universo. É o que justifica os princípios da ordem, da desordem e da organização dos sistemas. O nosso mundo è um caos, a nossa forma de pensar também, porque não sabemos organizar todos esses conteúdos que aprendemos. Grande parte daquilo que não nos interessa, não nos importa e o esquecemos, pois achamos que não nos será útil no nosso dia a dia. O aluno não consegue fazer a conexão entre o que aprende e as disciplinas aprendidas na escola.

Existe uma falha no processo educativo, pois o aluno divide seus conhecimentos por secções. Na aula de historia conhecimento de historia, na aula de língua portuguesa conhecimento de português e assim sucessivamente.

Não seria genial que tivéssemos uma aula de português interativa com outros conhecimentos?

Há que deixar a criatividade do aluno e sua imaginação interferirem na aula e cabe ao professor encaminhar a aula de forma agradável tentando que o conhecimento que o próprio aluno possui e traz pra aula, seus questionamentos e ideias críticas possam construir algo que, mesmo desconectando essa organização inicial possa ser de um valor espantoso também para os outros alunos… por isso se fala em complexidade, pois não é um sistema simples com um plano programado… mas um caos que desestrutura um pouco a condição inicial do processo de aula, mas que pode ser muito mais construtivo. Esse caos dentro dessa complexidade pode trazer o equilíbrio pra que o aluno se interesse pela aula porque pode interferir na sua organização, escolher como poderá ser dado o conteúdo, dar sua opinião, colocar dúvidas, relacionar seu mundo com esse conhecimento e se sentirá mais completo e saciado do que numa aula em que, apesar de toda uma organização detalhada, ele somente se situa como um mero depósito de conhecimento vazio.

O sistema da escola moderna funciona, mas com a evolução da humanidade a própria globalização exige a evolução do sistema educacional. Pretende-se agora um ensino que quebre essa separação entre as disciplinas e a urgente criação de um programa transdisciplinar, em que não só as disciplinas colaborem entre elas por um projeto de conhecimento comum, mas há que aproveitar cada detalhe de conhecimento externo para relacioná-las e dialogá-las, ou seja, ir mais além da disciplina em si. É possível substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une mesmo que este pareça complexo.

A interação engloba em várias dimensões espaço/tempo diferentes realidades.

Um sistema complexo propõe um conjunto de elementos que ativamente se relacionem entre si e se mantêm constantes ao longo do tempo e formam uma estrutura com alguma funcionalidade. A complexidade do sistema depende da quantidade e da variedade de elementos e da quantidade e da variedade de relações entre esses elementos.

COMPLEXIDADE NA AQUISIÇÃO DE LÍNGUA (ASL E LE)

Na aquisição de uma segunda língua (ASL) “o caos é o ponto onde a aquisição sofre a mudança repentina de um estado a outro e quando o aprendiz é desafiado e exposto ao risco de cometer erros e aprender com eles”, conforme Paiva (2005)

Os sistemas dinâmicos complexos funcionam como apoio para a captação da linguagem e da aquisição de segunda língua (ASL) porque implica uma vasta variedade de conhecimentos. Os elementos emergentes que surgem das interações influenciam e provocam mudanças no sistema muitas vezes provocando certo caos, mas que de alguma forma faz evoluir o sistema, tal como analisa Paiva (2011).

Os professores têm que ter conhecimento que a linguagem da sala de aula é um sistema onde os alunos criam junto com o professor uma mini sociedade com as suas próprias características, regras, restrições e expectativas. Cada aluno é diferente e por isso sua forma de adquirir uma segunda língua também segue distintos caminhos. Há aspetos como as transformações biológicas, a inteligência, a competência, a atitude, idade, os modos cognitivos, a motivação, a personalidade e, até mesmo, os fatores afetivos que influenciam nos processos de aprendizagem.

A aquisição de linguagem é um processo complexo que depende das características individuais sendo, muitas vezes, imprevisível o desenrolar do fenômeno.

Almeida Filho (1993) afirma que “a língua estrangeira é, por outro lado, também um conceito complexo que o professor precisa contemplar e, sobre ele refletir, no exercício da profissão”.

Paiva (2005) evidencia que a aprendizagem de línguas é um sistema complexo, pois a passagem de um falante de uma língua materna para falante de uma segunda língua ou língua estrangeira acontece no meio do caos e a ordem e é imprevisível e não linear. Não se sabe o que irá acontecer durante a aprendizagem, pois como cada aluno é diferente, também sua aprendizagem será aleatória. Há a necessidade de usar a criatividade como ponto fulcral num processo dinâmico de aprendizagem cheio de conexões onde uma mudança ou alteração emergente pode desencadear uma avalanche.

A aquisição de línguas é um processo contínuo e interminável não só pelos elementos emergentes que podem suceder durante o processo, mas também porque a língua por si só é espontânea, nada estática, e se desenvolve e muta constantemente.

Paiva (2005) citando Neves (2002), afirma:

“a representação do que é aprender língua está no campo do simbólico, ou seja, depende de decisões culturais, decisões essas arbitrárias e convencionais. Se examinarmos a historia do ensino de línguas, veremos que essas representações têm sofrido mutações e influenciado nos métodos e abordagens de ensino: saber uma língua é conhecer sua gramática (sintaxe) e saber traduzir (método de gramática e traducao); saber uma língua é ter um comando oral o mais próximo possível do falante nativo (método direto e audiovisual); saber uma língua é usar essa língua para se comunicar de forma compreensível (abordagem comunicativa); saber uma língua estrangeira é se permitir desarranjos que alteram a constituição da subjetividade (abordagem discursiva)

Saber uma língua não é somente acumular conhecimentos e informações sobre gramática, estruturas ou vocabulário, mas todo um conjunto de saber lidar com o que se aprende e utilizar na pratica em contexto, interacionando e recebendo feedback nas suas comunicações.

Existem muitas semelhanças

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