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A LUDOTERAPIA E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

Por:   •  25/12/2018  •  4.824 Palavras (20 Páginas)  •  562 Visualizações

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A importância do trabalho ludoterápico nesse caso, incide no fato de que através da participação no brincar é possível desvendar o universo da criança, conceber as manifestações emocionais e cognitivas da mesma para ajuda-la da melhor forma possível contribuindo para melhorar o seu aprendizado.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A brincadeira e seu papel no desenvolvimento da personalidade

Para desenvolver-se tal pesquisa, pode-se perceber logo no título, que a ludoterapia e o trabalho realizado por ela está fortemente inter-relacionados: as lembranças - pautadas na teoria da memória, as brincadeiras na infância e a constituição dos sujeitos. Deste modo, buscou-se autores nos referenciassem e permitissem a elaboração de um construto teórico em que pudéssemos aportar (NEGRINE, 1994).

A lembrança é constituída por diversos aspectos simultaneamente, da significação pessoal, das relações sociais estabelecidas e das interpretações atuais do fenômeno. Quando lembramos daquilo que foi, por nós, experimentado e vivenciado no passado, o fazemos introduzindo tais lembranças às nossas percepções atuais, reconhecendo-as, de modo especial, se confrontarmos nossas impressões aos depoimentos de outrem. Tal relação potencializará nossa evocação (OLIVEIRA, 2000).

Torna-se mais fácil lembrar-se daquilo que vivemos coletivamente. A ação empreendida em conjunto com outros, e em especial os outros, dão referência daquilo que somos atualmente. A constituição enquanto sujeito se faz através das relações sociais que são estabelecidas. Mesmo que tais lembranças tenham sido vivenciadas somente por nós, elas são compostas por nossas histórias onde muitos outros residem (NEGRINE (1994).

Revivendo as suas lembranças o sujeito toma consciência de seu processo constitutivo, organizando os fatos e os processos que determinaram a construção de seu modo de ser, assim como permite que o mesmo defina o seu lugar social e as relações deste derivado.

O entendimento aprofundado destes aspectos será essencial ao desenvolvimento deste trabalho. Neste sentido, as pesquisas desenvolvidas por Pollack (1992), que enfoca a relação da memória e a identidade social e os cuidados necessários no desenvolvimento de pesquisas que adotam a memória como tema, e Smolka (2000), que a estuda a memória enquanto prática social nos auxiliará para a estruturação destes conceitos.

Já, foi em Oliveira (2000, p. 99) que buscamos a conceituação da brincadeira enquanto fato e aprendizagem social, pois o mesmo argumenta que “brincadeira é um espaço social, uma vez que não é criada espontaneamente, mas em conseqüência de uma aprendizagem social e supõe uma significação conferida por todos que dela participam (convenção)”.

Este autor continua sua discussão identificando que, em cada cultura, a brincadeira tem um espaço social no qual acontece, se legitima e apresenta sentido e, ainda, apontando que é neste espaço que devemos investigá-la.

Outro aspecto importante para o entendimento da brincadeira e dos aspectos a ela relacionados é de Piaget (1975, p. 25), que conceitua as brincadeiras tradicionais infantis, relacionando-as à vida social. O autor ressalta que as brincadeiras são transmitidas pela oralidade e que seus conteúdos advêm de épocas passadas sendo gradativamente abandonadas com o passar dos anos. Demonstra também que, ao serem descritas, carregam sempre uma imagem que é contextualizada em uma determinada época em que foi vivenciada.

Claparède (1954, p. 90) afirma que a criança é um ser feito para brincar, e que o jogo é um artifício que a natureza encontrou para envolver a criança numa atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental.

Piaget (1975, p. 89) diz que “os jogos não são apenas uma forma de desabafo ou entretenimento para gastar energia das crianças mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual”.

Para Vygotsky (1987, p. 12), o brincar é definido pela situação imaginária criada pela criança, e que tende a suprir necessidades que mudam conforme a idade. Com o crescimento surgem novas necessidades que poderão ser satisfeitas através da capacidade imaginária da criança.

Claparède (1956, p. 90), procurado conceituar pedagogicamente a brincadeira, recorre à psicologia da criança embebida de influências da biologia e do romantismo. Para ele, o jogo infantil desempenha papel importante como o motor do auto-desenvolvimento.

Para Piaget (1975, p. 78), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto mas da fundação que a criança atribui.

Segundo Wallon (1979 p. 219):

A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos que pode se entregar com seus camaradas de grupos e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas.

Para Piaget (1975, p. 45) os jogos têm a função de consolidar os esquemas que levam a solução de situações-problematizadoras e ao mesmo tempo promovem o equilíbrio emocional da criança pelo sentimento de satisfação que a própria brincadeira estimula. ( Guia de Estudo – Veredas – Módulo 5 – volume 4)

Piaget (1975 pág. 68) diz que o “jogo é ocasião de crescimento cultural e humano.”

Brincar sempre foi essencial ao ser humano. Mas ao longo do tempo as formas de brincar, os espaços de brincar, os objetos de brincar e os brincantes foram se transformando (MACEDO, 1994).

O brincar é um fenômeno universal que se perpetua trazendo crescimento cultural e humano, atravessando fronteiras e épocas valorizando a essência do homem que sempre buscou nas praças, feiras, rios, campos e praias esse brincar coletivo, elemento da sua identidade cultural, do seu riso do folclore que se continuam vivos principalmente onde a tecnologia ainda se tarda a chegar, onde as pessoas se visitam, se reúnem em festas tradicionais para cantar e dançar, onde as crianças podem brincar e viver sua inocência, onde a principal característica do brincar é o ser corporal, socializado que não leva em conta objetos ou brinquedos (MACEDO, 1994).

Os PCNs dizem que:

“ O brincar constitui – se, historicamente, como linguagem própria da infância e deve ocupar lugar de destaque no trabalho pedagógico com brincadeiras de diferentes formas em diferentes

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