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Libras - Língua de Sinais

Por:   •  1/3/2018  •  1.915 Palavras (8 Páginas)  •  446 Visualizações

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Se a comunidade surda é, primeiramente, ligada por uma representação da identificação, tem, conseqüentemente, uma língua que influi na diferença essencial. Como podemos ver, a política de significação opera como necessidade de pátria cultural com poder de identificação para auto – identificar-se, auto – narrar-se... Tendo ela razão de existir.

(MIRANDA, 2001, p. 22)

Seria errôneo não aceitar que existem identificações com o local em que o surdo está. As interferências com a família, a escola, a cidade, faz com que essas diversidades se constituem.

Aquilo no momento de meu encontro com os outros surdos era o igual que eu queria, tinha a comunicação que queria. Aquilo que identificavam eles identificava a mim também e fazia ser eu mesma, igual.

(PERLIN, 1998, p. 54)

A cultura surda é trazida como elemento constituidor de nossas identidades como surdos, na relação de poder com os ouvintes e na produção de significados a respeito de nós, do nosso grupo e de outros grupos culturais.

A comunicação dos surdos com seus semelhantes lhe traz segurança e fortalece sua identidade. Na Federação Nacional de Educação E Integração dos Surdos (FENEIS) é um espaço conquistado pelos surdos para que haja a troca de idéias, concepções, significados, valores e sentimentos entre eles.

Longe de minimizar o significado de Libras na vida de um surdo, é importante ressaltar que pesquisas sustentam: “se uma criança surda puder aprender a língua de sinais da comunidade surda na qual está inserida, ela terá mais facilidade em aprender a lingual oral – auditiva da comunidade ouvinte.” (Felipe, op. Cit.: 96-7)

Ainda pode ser feito muito em prol da educação de surdos. Libras torna-se um grande avanço dessa comunidade na sociedade Brasileira. A questão cultural do surdo na construção de sua cidadania envolve as diferenças humanas, o multiculturalismo, a construção de identidades, a educação, entre outros, na qual resultam num panorama de evidências que buscam convergir para a formação de um cidadão capaz e melhor nas suas relações com o mundo.

INTERAÇÃO

A interação entre ouvintes e surdos traz uma apelidada “inclusão”, pois a sociedade começa a enxergar uma comunidade surda e esta começa a aumentar seu espaço, organizando – se de forma a mostrar que não são somente seres com deficiência, mas sim um grupo com um potencial cultural muito grande.

Essa educação “inclusiva” não se trata apenas de deficientes auditivos, mas de uma educação para todos.

Em 1994, oitenta países assinaram a Declaração de Salamanca, que deixava claro que as escolas a partir de então deveriam ser inclusivas, eficazes no combate á discriminação e as ordenava a acolher a todos independente de suas condições físicas. Com essa declaração, o Brasil adotou em 20 de Dezembro de 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (lei nº 9.394). Para firmar tal lei sobre a interação dos deficientes com a sociedade ressalva-se:

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.

§2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.

Embora a inclusão dos deficientes auditivos tenha ocorrido no sistema educacional, percebe-se que não houve e nem há o desenvolvimento esperado, pois o potencial desses sujeitos surdos não foi explorado de maneira coerente, comparado-os aos modelos ouvintistas, impondo-lhes assim o oralismo e o treinamento auditivo, não respeitando a sua identidade cultural.

O ideal seria a adequação desses estudantes surdos á turmas que apresentem as mesmas características e que os docentes fossem preparados para ministrar os conteúdos pela língua de sinais, através de recursos visuais, tais como figuras, leitura, a fim de desenvolver nos alunos a memória visual e o habito de leitura.

Nesse sentido, a escola democrática é aquela que se prepara para atender cada um de seus alunos. Se ela não tem condições de fazer esse atendimento, o professor precisa entrar em contato com os órgãos competentes e discutir o tema. Como responsável por vários cursos de libras e de interpretes, entendo que a formação de professores para atender a alunos surdos depende da convivência com a comunidade surda, a aprendizagem da língua de sinais e o estudo de uma pedagogia ampla.

(SKLIAR 1998, p. 37)

Visto então, o ensino de Libras viria a garantir a sua observância na lei federal nº 10.172 que determina o ensino de Libras aos surdos e a lei n° 10.436 que determina que os sistemas educacionais incluam o ensino de Libras nos parâmetros curriculares.

É importante analisar essa proposta, pois essa pedagogia da diferença inspira novos métodos de ensino na educação de surdos. A construção da subjetividade cultural é o objeto mais presente nesta metodologia.

Por fim, esse método é essencial para que a escola faça uma analise das reais necessidades do seu aluno e ao mesmo tempo desenvolver um intercâmbio de informações e experiências entre os profissionais dessa área.

CONCLUSAO

Fundamentar a educação dos surdos em aspectos culturais é fazer com que ela se torne inovadora. A lei nos empurra para que haja a conquista de nossos direitos, nosso lugar cultural. Essas particularidades da cultura e identidade surda não deve ser ignoradas, e sim reconhecidas no âmbito da identificação pessoal e cultural.

Os surdos sempre estiveram a par da cultura ouvinte e agora passa a ter sua cultura irrigada com fundamentos em sua própria cultura e identidade. A cultura surda é profunda e ampla, ela permite, mesmo que não a perceba-se, como sopro da vida ao povo surdo com suas subjetividades e identidades.

REFERÊNCIAS

CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: EDUSC, 2002.

EAGLETON, Terry. A idéia

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