A Relação entre sociedade e escola.

...

o óbvio: há um fortíssimo reflexo das condições de vida dos alunos no seu desempenho escolar.” (pag.138)

Agora em relação ao fracasso escolar, como o autor chama a evasão e a repetência, ele

deixa de lado as razões extraescolares – como péssimas condições financeiras, investimento público escasso etc. – e destaca os agentes intraescolares o qual acarreta o pedagocídio, sendo intencional ou não. Por exemplo:

• Quando professores usam quantidade de reprovações como parâmetro para qualidade da aula;

• Quando o professor usa a avaliação como tipo de castigo ou como forma de correção de comportamento;

• Quando não há verossimilhança em livros didáticos com a realidade da criança;

• Quando o professor constrange um aluno por não ter respondido corretamente ou não ter feito o dever. Nesse caso, é comum que até os alunos que fizeram o dever ou os que sabiam a resposta correta fiquem calados - não por timidez -, mas por medo de passar algum tipo de vergonha ou vexame;

Entre outros.

“[...] o pedagocídio, [...], manifestam-se no uso não-reflexivo dos livros didáticos, passando por conteúdos excessivamente abstratos e sem integração e chegando à culpabilização dos alunos pelo próprio fracasso” (pag.141-142)

3. Conclusão: sobre ideias e pães

Concluindo, fica evidente que é preciso uma reforma nos métodos educacionais do país e na extinção do pensamento “por aqui é assim” como Cortella critica de forma intensa para a ocorrência da mudança.

“Um ditado chinês diz que se dois homens vêm andando numa estrada, cada um com um pão e, ao se encontrarem, trocam os pães, cada homem vai embora com um; porém, se os dois carregam uma ideia, e ao se encontrarem, as trocarem, cada homem vai embora com duas. Quem sabe é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir ideias, para todos terem pão...” (pag. 159)