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RESENHA CRÍTICA LIVRO PRECONCEITO LINGUÍSTICO POR PAOLA FONSECA

Por:   •  16/5/2018  •  1.600 Palavras (7 Páginas)  •  555 Visualizações

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(1) “Seixas custou a conter-se” (José de Alencar)

(2) “... as moças custavam a se separar” (Clarice Lispector)

(3) “Renato custou a acordar” (Carlos Drummond de

Andrade)

(4) “Felicidade, custas a vir e, quando vens, não te

demoras” (Cecília Meireles)

Percebemos que o uso do verbo custar com sujeito são utilizados em abundância desde sempre se é assim que posso dizer, e por grandes nomes da literatura brasileira, que fizeram sucesso internacional.

Tentarei então, descrever como Marcus Bagno trata de exemplificar e explicar alguns dos mitos que são criados por nós mesmos, brasileiros. E quando digo nós, incluo a mim mesmo, pois eu só passei a compreender o que acontece com a língua português brasileiro e a distinguir utilizando o “brasileiro” agora, depois de fazer parte da Universidade Federal Fluminense e aprender tanto em somente dois períodos.

O primeiro dos mitos é “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”. Aqui, devemos focalizar na palavra unidade, pois é quando deixamos de reconhecer a variedade dos falantes do português brasileiro, não somente em pronúncia de palavras mas também na quantidade de palavras diferentes para a mesma coisa, pois se formos pensar na palavra tangerina, vemos que no Espírito Santo por exemplo, é chamada de mexerica, já em Pernambuco, é chamada de laranja-cravo. Ou então, se pensarmos na grande disputa entre cariocas e paulistas para saber se é bolacha ou biscoito, que por sinal, deveriam ler um pouco do Preconceito Linguístico e talvez desta forma, parar de discutir sobre quem está certo e quem está errado.

Essa variedade se dá não somente pelo amplo território do Brasil, mas principalmente por causa da grande diferença de classes como foi mencionado anteriormente. A educação era muito restrita na época que o livro foi escrito (1999) e atualmente, devido à crise, está muito pior, porque a falta de verbas seguido greves dos professores públicos, maximizam ainda mais essa discrepância entre as classes sociais onde, as crianças cujo os pais possuem uma condição um pouco melhor, ainda conseguem estudar nos colégios particulares enquanto as outras ficam sem ter aulas.

O filólogo utiliza ainda uma metáfora que representa e muito bem a situação da língua portuguesa no brasil.

Na verdade, como costumo dizer, o que habitualmente chamamos de português é um grande “balaio de gatos”, onde há gatos dos mais diversos tipos: machos, fêmeas, brancos, pretos, malhados, grandes, pequenos, adultos, idosos, recém-nascidos, gordos, magros, e bem nutridos, famintos etc. Cada um desses “gatos” é uma variedade do português brasileiro, com sua gramática específica, coerente, lógica e funcional.

Já no capítulo “Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem o português” o professor descreve esse mito como um complexo de inferioridade, ou seja, nós, brasileiros nos sentimos inferiores ao país que nos colonizou por se tratar de um país mais antigo e mais “civilizado”. Pode até ser um país mais antigo, porém não é mais civilizado somente pela sua forma diferente de falar, que é visto como “culta” e não é só porque fomos colônia de Portugal, que devemos falar igual ao povo de lá. Muito pelo contrário, após a independência do Brasil, deveríamos é criar uma própria língua, mas que por razões históricas que estão enraizadas em nós, mantivemos a mesma língua, porém com nossas particularidades. O autor diz ainda que se uma raça não é pura, é impossível possuir uma língua pura, já que está mais que comprovado o conceito de que não existe uma raça pura.

Acredito que o mito “Português é muito difícil” é um dos mais utilizados pelo povo brasileiro, mas isso se dá pela forma de ensino arcaica, um método “decoreba” onde temos que “saber de cór” todas as regras gramaticais da forma culta e pior, aprender que não podemos de maneira nenhuma falar diferente daquilo que aprendemos, esse mito vai de encontro com o sexto: “O certo é falar assim, porque se escreve assim”, ou seja, se você escreve bonito você não pode falar bunito, quando na verdade, devemos é nos preocupar em ensinar a maneira que a palavra é escrita e deixar que o aluno encontre uma maneira mais confortável de falar. Até porque, quem fala bonito? Posso afirmar que é completamente desconfortante falar tudo corretamente, da maneira que se escreve, e que isso não ocorre em nenhuma outra língua. Os americanos, diferentemente dos britânicos, falam beauriful, e a maioria dos cursinhos de inglês no Brasil ensinam desta forma, porque é a forma “universal”.

É preciso que o método de ensino da gramática normativa mude, e para isso devemos nos conscientizar quanto ao preconceito, e começar a mudar em nós mesmos, esses pensamentos de inferioridade em relação ao português de Portugal e o pensamento de que falar corretamente é falar de acordo com a norma padrão da língua, porque na prática não é assim que acontece.

É extremamente importante que o círculo vicioso desse preconceito se desfaça e que o ensino tradicional, a gramática tradicional e os livros didáticos sejam alterados, não que a gramática não seja relevante, mas sim, para que seja ensinado de uma forma mais leve, e que todos tenham acesso à norma padrão sem “traumas”, não desvalorizando a fala, pois afinal, a gramática é prescritiva, e não deve imposta na interação entre

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