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Resenha sobre o livro medieval

Por:   •  26/5/2018  •  2.504 Palavras (11 Páginas)  •  495 Visualizações

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Por fim, Eric Hobsbawm traz que a elevação do capitalismo como um novo sistema econômico em vigência na Europa, acabou por intensificar cada vez mais o crescimento desigual dos outros territórios, além de dividir o mundo em dois polos. Que seriam os países “desenvolvidos” e os “subdesenvolvidos”, dessa forma analisando a conjuntura mundial o que se percebe é que o capitalismo levou a inúmeras transformações, e os países que não pertenciam ao círculo original de surgimento do capitalismo saíram prejudicados.

Maurice Doob em seu capitulo ao abordar a transição do capitalismo para o feudalismo, parte das considerações feitas por Hobsbawm. O autor concorda quase que totalmente com a “teoria criada por Hobsbawm, contudo faz uma ressalva a tal método, pois, ele traz que é de extrema importância entrar na discussão da natureza da contradição essencial da sociedade feudal e do papel por ela desempenhado na geração das relações burguesas de produção. Doob diz que para que se tenha uma melhor compreensão dos problemas citados no trabalho de Hobsbawm deve-se antes mais nada abordar tal questão. Dessa forma o autor vai abordar de forma mais completa como era o ambiente feudal antes do capitalismo ser inserido, quais os fatores podem ter levado a ascensão do capitalismo entre outras problemáticas.

Doob começa abordando a questão dos conflitos básicos que foram ocasionados pelo modo feudal de produção. Ele traz que as revoltas dos pequenos produtores que eram ligados a terra, tinham sua origem na relação de exploração que eram impostas a essas pessoas. O autor traz que os senhores se valiam do “direito feudal” ou do “poder feudal” para extraírem os excedentes de produção desses pequenos produtores. Essa foi a porta de entrada para que se desencadeassem muitas revoltas, as comunidades lutavam pelo direito de terem autonomia politica e para que pudessem controlar seus mercados.

Dessa forma, Doob vai caracterizar o modo de produção feudal como uma relação de apropriação do excedente por parte do senhor feudal em relação ao produtor direto, que tem a posse dos meios de produção e a partir disso pode produzir para sua subsistência; porém, devido aos laços de servidão, ele tem como obrigação repassar o excedente da produção para seu senhor. Com essa relação de propriedade, onde os produtores diretos não estão separados dos meios de produção, os senhores feudais, para se apropriarem desse excedente, vão apelar a tanto para violência quanto para o direito para coagir os produtores diretos, como foi dito no parágrafo acima.

Segundo Doob, foram justamente as contradições internas do modo de produção feudal, que eram centradas na rivalidade dos senhores feudais e servos, que levaram a sua dissolução. A crescente necessidade dos senhores feudais por maiores rendimentos os levou a intensificar a exploração sobre os servos, fato que aumentou a luta de classes e determinou, a longo prazo, a dissolução da economia feudal.

Nesse sentido pode-se levantar uma questão importante, pensar que talvez o comercio e o renascimento das cidades não tenha sido o principal motivo que levou ao declínio do feudalismo. Mas como o próprio autor traz as constantes revoltas entre os pequenos produtores pode ter sido o estopim para o enfraquecimento do sistema que já vinha ruindo, por mutiplos motivos.

Mas vale ressaltar que Doob não dispensa a influência desses fatores sobre a transição. Ele fala, que a emergência das cidades incentivaram a fuga dos camponeses, e isso acabou prejudicando os senhores feudais nos seus rendimentos. Já a existência do comercio contribuiu para que se tivesse uma diferenciação social, por meio da formação de camponeses prósperos, de pequenos e médios produtores e de grandes mercadores que somente se interessavam pela diferença de preço dos mercados e se aliavam aos senhores feudais, cujos rendimentos estavam prejudicados.

Para Doob, a principal razão para dissolução do feudalismo estava nas constantes revoltas dos pequenos e médios produtores contra a exploração feudal, o que levou a sua “independência parcial”. É a partir daí que vai ocorrer a transformação da apropriação do excedente, ou seja, os produtores foram separados dos meios de produção transformando-se em trabalhadores “livres” para venderem suas forca de trabalho, o que é característica fundamental do modo de produção capitalista.

Por fim, Doob define o período de transição do feudalismo para o capitalismo como um estágio avançado de desintegração, quando as relações capitalistas ainda eram incapazes de se tornar dominantes. Assim como Hobsbawm, Maurice doob vai dizer que sua intenção ao expor tal assunto não é procurar respostas para as problemáticas, e sim indicar algumas explicações que ajudem a elucidar algumas dessas perguntas. Mas, que se deve ter em mente que será uma tarefa difícil “obter respostas claras e adequadas para questões como aquelas suscitadas por Eric Hobsbawm”. (pag. 214)

John Merrington em “A cidade e o campo na transição para o capitalismo” vem abordando justamente “a importância do campo e da cidade no processo de transição para o capitalismo no ocidente. O autor vai trazer que o inicio da divisão do trabalho e do mercado num âmbito mais comercial pode ser percebido quando se tem uma separação da cidade e do campo, pois, é a partir daí que se tem grandes mudanças quando a economia rural começa a “ruir” dando lugar a abertura de um mercado consumidor urbano. Com isso surge alguns problemas dentre eles, podemos citar a perca de autoridade dos senhores, que antes viam-se como centros do poder, agora começam a perder sua autonomia para os ditos mercadores urbanos.

Vale ressaltar, que a emergência dos centros e da economia urbana não dizimou a produtividade agrícola, pelo contrário é com o desenvolvimento do capital que urbano que se tem uma melhoria e um aperfeiçoamento no campo. Como traz o autor ao citar Chill. “As cidades, ao invés de constituírem o efeito, foram a causa e a ocasião da melhoria e refinamento do campo”. Com isso, Merrington tenta explicar que a cidade foi o que possibilitou o progresso, pois, o campo sempre se mostrou imóvel e dessa forma foi necessário que houvesse um estimulo e esse foi dado pelo ressurgimento das cidades.

Outra questão é em relação as origens rurais, o autor vai se valer da observação de Roupnel quando ele diz que: A civilização ocidental é em termos estritos, rural: as cidades representam um fenômeno posterior, e sua forma e fisionomia material conservam suas origens rusticas”. Com essa observação o autor vai levantar um outro ponto importante que

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