Uma experiência no Colégio Estadual João das Botas
Por: kamys17 • 20/2/2018 • 2.505 Palavras (11 Páginas) • 311 Visualizações
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referentes a cada capitulo, que de certo modo acaba sendo uma alternativa para o desafio de mobilizar os alunos a desenvolverem o conhecimento de maneira mais atraente. Além dos recursos oferecidos pelo livro didático, há um esforço da professora em incluir em seus planos de aulas, opções metodológicas que facilitam o processo de transmissão do conteúdo, com o uso de imagens, obras de ficção, artigos de jornais, indicações de alguns programas de TV, que trazem o conhecimento de forma mais dinâmica e flexível. Porém há dificuldade de executar o que foi planejado por falta de estrutura no ambiente de exposição das aulas e também do colégio como um todo.
Espero que os professores, assim como eu, futuramente, estejam dispostos a estar continuamente desenvolvendo no dia a dia, na sala de aula, ou em qualquer espaço social, uma atitude de questionamento, de reflexão, de experimentação e interação que de certo modo venha promover mudança. Impulsionando seus questionamentos até ir rompendo com práticas formativas, que simplesmente seguem os parâmetros fixos e predeterminados pelo sistema nacional de ensino, como por exemplo, o livro didático, que tendem a tirar dos professores o poder de agir como sujeitos produtores de conhecimento.
ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES:
Com base nos estudos realizados ao longo do curso em Didática e Práxis Pedagógica em História l, pude analisar que o terreno da teoria em muitos momentos se desagrega da pratica, de modo que nem sempre é possível colocar em prática aquilo que se faz num plano de aula. A turma observada foi uma turma de 2º ano do ensino médio, portanto já são adolescentes mais maduros e em grande maioria desmotivados. Sei que cabe aos professores uma parcela majoritária na tentativa de motivá-los a querer obter conhecimento, mas percebi que já existe uma desmotivação muito grande da parte do professor.
Nesse período em atividade de observação puder averiguar que inúmeros obstáculos que o impede, enquanto educador, de desenvolver com êxito suas atividades em sala de aula, assim como também não obtém recursos para expansão dessas atividades em outros ambientes fora do espaço escolar, como aulas de campo, visitações, pesquisas, etc. Certamente, em muitos casos, essa ausência de recursos e de apoio impossibilita totalmente a execução de algumas atividades, acredito que há ainda uma necessidade enorme de expandir as relações dos saberes com o exercício da docência. Essa questão da formação precária, bem como as desfavoráveis condições de trabalho, acaba constituindo fortes obstáculos que dificultam a materialização da teoria no cotidiano escolar de forma prática. Digo isso porque a formação e a prática docente trilham mesmo quando não deveriam caminhos diferentes, e é dentro do universo acadêmico que essas diferenças devem ser reduzidas, de modo que os cursos de licenciatura alcancem horizontes para além da teoria, que a construção do professor profissional se dê dentro e fora das universidades para que seja possível praticar aquilo que se aprende durante o processo de formação, sem esquecer que essa formação não deve ser apenas inicial, e sim continuado em constante evolução, considerando esse processo como inacabado e o professor um ser em constante aprendizado.
É necessária a continuidade do processo de formação, enfatizando o aprendizado de exposição de conteúdos por meios tecnológicos, assim como também é importante à questão discutida por Eucidio Pimenta Arruda, em – A formação do professor no contexto das tecnologias do entretenimento – sobre a necessidade de mudanças estruturais nos cursos de formação de professores, entendendo e reconhecendo as mudanças cognitivas e sociais das tecnologias digitais de informação e comunicação que são frutos dessa nova geração, com isso será possível não apenas formar as novas gerações, mais instrui-los também para outras formas de apropriação de tais tecnologias, como por exemplo, filmes, páginas em redes sociais e jogos que ajudem a construir outras experiências culturais mais amplas e humanas.
pois o que se pode observar, é que as novas gerações surgem e os professores encontram-se antiquados e descontextualizados para trabalhar novas didáticas. É preciso acompanhar o desenvolvimento, elaborar novos planos de aulas voltados para o tempo e o espaço em que se está situado, visando sempre inovação. Sabemos que as novas gerações tem mais familiaridade com redes sociais e que o uso de tecnologias educacionais pode leva-los a aprender mais e melhor. Claro que o cenário educacional geralmente não dispõe de recursos para auxiliar os professores nessa tarefa e então acaba complicando a situação, porém desde sempre sabemos que essa não é uma tarefa fácil e que exige disposição e força de vontade.
CONTEXTO SOCIAL E CULTURAL:
Durante esse período de observação foi possível analisar o contexto social e cultural em que está situada escola, que atende uma demanda de cerca de 600 alunos, de classe predominantemente baixa, moradores da comunidade do Calabar, Morro do Gavazzo e comunidades próximas. Há, como em diversos outros espaços uma predominância de relações multiculturais que devem ser entendidas e respeitadas. Sobre esse aspecto cultural podemos citar Pérez Gómez (1998) que propõe que entendamos hoje a escola como um espaço de “cruzamento de culturas”. Uma das questões fundamentais de serem trabalhadas no cotidiano escolar, na perspectiva da promoção de uma educação atenta à diversidade cultural são essas diferenças. Tal perspectiva exige que desenvolvamos, enquanto escola e enquanto professor um novo olhar, uma nova postura, e que sejamos capazes de identificar as diferentes culturas que se entrelaçam no universo escolar, bem como de reinventar a escola, reconhecendo o que a especifica, identifica e distingue de outros espaços de socialização: que é a “mediação reflexiva”. Quem está de fato lidando na prática com essa mediação é o docente, portanto é necessário que haja uma capacitação, seja ainda na graduação ou na formação continuada, para que esses profissionais tenham mais afinidade para lhe da com essa questão. Quero abrir aqui um parêntese para falar do movimento curricular para o ensino de história, que desde os anos 80 ao defende uma perspectiva multicultural, valorizando também os interesses da vivência dos alunos.
Falando de aspectos culturais, venho pretendendo mostrar o contraste que muitas vezes existe entre o ambiente escolar e o social, enfatizando a questão de que é preciso analisar a realidade social em que o aluno se encontra inserido
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