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RELATÓRIO TEMPO COMUNIDADE

Por:   •  21/3/2018  •  1.646 Palavras (7 Páginas)  •  333 Visualizações

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uma reunião em grupo a fim estabelecer alguns critérios e sugestões, nos quais destacamos dois pontos: i) a origem dos discentes: alguns são oriundos do distrito de Diógenes Sampaio, onde esta localizada a comunidade e isso contribuiu nas relações desenvolvidas com os moradores, efetivando uma melhor mobilização e realização do TC e ii) a acessibilidade à comunidade: entre as demais comunidades elencadas pelos discentes, a Lagoa do São João é a que possui melhor acesso, para realização das atividades.

Num segundo momento, nós discentes da Licenciatura em Educação do Campo- Ciências Agrárias iniciamos a aproximação com a comunidade, a partir da realização de algumas visitas ocorridas no mês de março/2015, com o objetivo de conhecer a comunidade e os moradores. Nestas aconteceram, a aplicação de formulários, entrevistas, busca do histórico da comunidade, gravação de áudio e vídeo, fotografias, pesquisa em arquivos escolares, visitas a moradores específicos, etc. Dentre outras coisas, observamos nesses momentos iniciais, as palavras que as pessoas mais pronunciam em seu meio social, que nada, mas é do que o levantamento vocabular. Uma etapa de suma importância para começar a compreender as questões existentes na comunidade.

O levantamento vocabular foi intensificado em um debate realizado com a comunidade e resultou em diversas palavras geradoras. Através das etapas propostas no método Paulo Freire, conseguimos observar uma realidade que até então não era explorada, uma particularidade do cotidiano da comunidade a ser estudada, nos proporcionando assim, a trabalhar a partir do surgimento destas palavras geradoras as definições e investigações dos temas geradores.

Durante as investigações dos temas geradores, realizamos alguns grupos de estudo, visando ter uma maior compreensão dos temas identificados. Cabe lembrar que os temas foram escolhidos a partir do grau de relevância apontado pela comunidade, sendo estes: fechamento das escolas rurais, falta de assistência técnica para agricultura familiar, falta de um posto de saúde, falta de água e luz, violência no campo e êxodo rural. Depois de serem analisados e amadurecidos, os seguintes temas foram agrupados no tema: Questão Agrária e fechamento das escolas do campo.

Uma das medidas adotadas para abordagem e fechamento do tema central foi à construção de uma árvore dos problemas com a comunidade. A árvore dos problemas tem como sua finalidade, elencar os principais problemas existentes na comunidade, suas causas e consequências. Esta nos possibilitou ter uma visão aprofundada e crítica da realidade da comunidade e dos temas apontados.

Nesse sentido, o processo em conhecer a realidade da comunidade supracitada e temos como referência para o desenvolvimento das atividades do I TC, baseou-se em um andamento atencioso e respeitoso de observação entre as pessoas e o grupo.

A partir da definição do tema, realizamos momentos de grupos de estudo e discussão, visando compreender teoricamente, a partir de textos pré-selecionados, o tema gerador. Cabe destacar que nossa maior preocupação foi articular as questões teóricas, com a realidade existente na comunidade (teoria e empírico). Alguns destes momentos de discussão, contamos com a presença de nossa orientadora, Kássia Rios.

Nesse momento iniciamos a preparação para os Círculos de Cultura, grupos de discussão, confecções de convites e folder, construção de material para receptividade dos participantes, organização da confraternização e orientações com a professora Kássia Rios.

As etapas mencionadas nos possibilitaram a realização de um rico momento de discussão e troca de experiências com os moradores da comunidade Lagoa do São João, concretizando o Círculo de Cultura.

A última etapa dessa atividade consistiu na confecção do presente relatório. Inicialmente tivemos uma oficina de construção de relatório com a nossa orientadora e com base nas orientações produzimos o texto aqui apresentado. Neste, apresentamos como se deu a descrição das atividades, uma breve caracterização do município e da comunidade em estudo, os referenciais teóricos que nos embasaram na discussão dos temas geradores, bem como as analises decorrentes das discussões que ocorreram no círculo de cultura.

Cabe destacar que essa atividade nos possibilitou conhecer a comunidade a partir de uma visão diferenciada, além de nos proporcionar uma melhor compreensão das principais questões que a envolvem: aspectos culturais, sociais, econômicos, familiares, religiosos, conflitos com fazendeiros, etc. E com isso fazer com que retornemos a comunidade para apresentar um resultado final desses trabalhos e buscar construir novas atividades que possa contribuir com a comunidade, a partir de nossa área de formação, fazendo com que tenha sentido e relevância social.

2.1 CARACTERIZAÇÕES DO MUNICÍPIO E DA COMUNIDADE EM ESTUDO

A Cidade de Amargosa, localizada no Território de Identidade Vale do Jequiriçá (figura1) faz limite ao norte – Elísio Medrado e Santa Terezinha,

ao Sul – Ubaíra e Laje, ao Leste - São Miguel das Matas e parte de Elísio Medrado,

ao oeste - Milagres e Brejões e dista235 km da capital Salvador. Possui três distritos sendo eles Corta-mão, Diógenes Sampaio e Itachama que são formados por inúmeras comunidades.

Amargosa era povoada por índios até meados do século XIX, que foram massacrados após a chegada dos colonizadores. A origem do povoado remonta ao ano de 1840, quando as famílias de Gonçalo Correia Caldas e Francisco José Costa Moreira construíram na área de sua propriedade uma capelinha.

Em 1855 foi erguida freguesia a capela nossa Senhora do Bom Conselho das Amargosas, dando-se a instalação oficial no ano de 1878. Em 1880, o governador do Estado da Bahia Dr. Manoel Victorio Pereira nomeia Vila de Nossa Senhora do Bom Conselho de Amargosa e logo após Amargosa passa a categoria de Vila à Cidade. Esse nome se dá por uma pomba de cor pardo-cinzento, com busto roxo e carne amarga, mas muito saborosa que atraia vários caçadores.

Em 1917 teve início à construção do novo templo católico a catedral – sob a proteção de Nossa Senhora do Bom Conselho, em estilo gótico, sendo o seu idealizador o Cônego José Francolino Alves de Oliveira, que não viu seu trabalho concluído por motivo de sua morte. Ao Coronel Benedito Melo, coube prosseguir com a construção que foi inaugurada em 1936, pelo padre Antonio José de Almeida. Nessa época teria sido iniciada a feira de quarta-feira e o primeiro feirante foi Manoel Francisco dos Santos (ele vendia caldo de cana e algumas verduras). O local da

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