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ORIGEM DA UNIVERSIDADE OCIDENTAL: SURGIMENTO DAS UNIVERSIDADES

Por:   •  13/11/2017  •  1.489 Palavras (6 Páginas)  •  482 Visualizações

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10. Começam a surgir os grandes agrupamentos (nações estudantis), criando-se a figura da Universidade. A Comuna tenta se opor sem sucesso, pois o Papa lhe obriga a ceder, concedendo a licença necessária para que estas grandes escolas funcionassem.

11. Têm início a consolidação das Universidades, bem como os Mestres Independentes começam a se associar. No ano de 1.215 surge a primeira outorga pontifical de um estatuto para uma Universidade, nascendo a autonomia destas organizações (o estatuto é outorgado pelo Papa). Porém, ainda havia certa influência da Igreja sobre estas, pois uma das condições para a concessão desta outorga era a “licentia docendi”, ou seja, a autoridade eclesiástica definia através de licença quem seriam os Mestres habilitados a lecionar.

12. As primeiras universidades se organizam em dois sistemas pedagógicos distintos: ao Norte da Europa, a sua maioria eram constituídas pelas associações de Mestres, e, ao Sul, pelas associações de estudantes. Ao norte, as disciplinas principais constituíram as Artes Liberais e a Teologia, com forte presença eclesiástica. Ao sul, disciplinas como o Direito e a Medicina eram tidas como referência, onde o controle eclesiástico, embora menos difundido no seu interior, no mundo exterior era predominante.

13. O movimento associativista ocupava lugar de destaque enquanto forma de organização das Universidades, em especial, no início do Século XIII. Mestres e estudantes se reunião no objetivo de estabelecerem seus próprios estatutos, representantes eleitos democraticamente e regulamentar a autonomia do estudo e do ensino. A Universidade passa a buscar ser reconhecida como Autoridade Intelectual, ou seja, como produtora de conhecimento, dado que até então somente eram reconhecidas como fonte de conhecimento e estudo as obras das Autoridades e a Sagrada Escritura.

14. Com o processo de renovação das “Autoridades”, novas obras traduzidas passaram a ser produzidas, resultando em um processo de miscigenação do conteúdo e descaracterização das obras originais. Conteúdos que antes eram tratados de forma isolada passaram a ser mesclados e comparados. Surge a concorrência entre os próprios Mestres, que ensinavam a seu próprio modo e, muitas vezes, com certa superficialidade, e a grande massa de estudantes passa a ser percebida como ameaça a ordem social. Estes fatos resultaram no associativismo dos Mestres estabelecidos, de forma a frear a proliferação de escolas, bem como na reorganização do regime de estudos, de forma pré-definida, hierarquizada, criando-se um sistema de avaliação e de graus conferidos aos estudantes. (sistema de avaliação de conhecimento e graus diferenciados em virtude do nível de formação e conhecimento adquiridos).

15. Na finalidade de recuperar a ordem, tanto o Estado quanto o Clero fazem intervenções nas Universidades, em especial, por parte do Rei e do Papa. O Papa reconhecia a autonomia universitária porém condicionava a exigências que indiretamente a limitava e a sujeita a sua influência. Ao mesmo tempo, a medida que se organizavam e se desenvolviam as Universidades, crescia o conflito entre elas e a população urbana. Como forma de intervenção, o Papa impõe no interior das Universidades, por volta de 1.217, a presença de ordens mendicantes de Dominicanos e Franciscanos, com a missão de pregar em ambiente urbano e reforçar a luta contra a heresia. Aos poucos, os mendicantes passam a formar suas próprias escolas e professores, com ensino de qualidade e rigorosamente hierarquizado, onde obedeciam diretamente às ordens do Papa independente de qualquer autonomia universitária, resultando no fortalecimento da influência do Clero.

16. Fruto da intervenção do Estado e do crescimento do interesse político, surgem no Século XIV e XV as primeiras organizações de universidades fundadas pelas autoridades políticas, pelo príncipe e até mesmo pelas cidades, todas autorizadas pelo Papa. Esta nova forma de organização iniciou um processo de expansão das universidades para fora da Itália e da França, contemplando outros países da Europa, bem como iniciou o processo de distanciamento e enfraquecimento da influência do papado. O Estado tinha como interesse se valer dos letrados para o desenvolvimento das suas admistrações, e para atingir este objetivo, passa a intervir de forma opressora nas universidades, tanto na restrição de liberdades como na nomeação de professores e recrutamento de estudantes, recompensando os estudantes com a promessa de grandes carreiras no serviço público e o recebimento de gratificações. O Diploma passa a ser percebido como meio de ascensão social para conquista de melhores cargos, e o estudante passa a ser reconhecido como indivíduo com maior capacidade de raciocínio, interpretação e visão de mundo, culminando no surgimento da figura do Intelectual no Ocidente. A universidade passa a ser reconhecida como agente de progresso, o que era atribuído até então apenas às “Autoridades”.

17. Os letrados passaram

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