O PODER DAS BRUXAS

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ROBERTO SICUTERI refere-se às bruxas como mulher selvagem, intensificando “a hostilidade para com os conflitos sexuais” e “aversão pelos instintos” que acompanham os preconceitos sobre mulheres independentes.

JEAN DELUMEAU, mostra em sua História do medo no Ocidente , que a mulher era usada como bode expiatório, para que muitos exprimissem seus medos de subversão, a bruxa de olhar mortal, petrificante enrijecedor, provocadora de ereções , causando impotência e até retirando ilusoriamente o membro viril extremo conhecimento sobre o manuseio das partes intimas do corpo conhecedora de todos os “Terrores do Coito”.

A bruxa é considerada um elemento lendário e ao mesmo tempo vivido para muitas sociedades, considerada como monstro, anomalidade, próxima do animal mas cheia de humanidade.

FELIX GUATTARI e GILLES DELEUZE dizem “que a arte é um modo de pensar através do percepto”. Senhora dos descontroles, dona de truques que servem para confundir e atrapalhar a razao. Nas ciências psíquicas, as mulheres enfeitiçadas ou atordoadas pelo demônio serão considerados histéricas. Essa ligação com o histérico se deve , segundo o psicanalista PHILIPPE JULIEN , justamente” porque o histérico procura confundir os hábitos e pensamentos socialmente aceitos , perturbar os referenciais do saber universitário expondo seus limites, avatares e percalços “.

A bruxa histérica e suas disfunções da libido smpaixão, oscilações que mostram os humores femininos presos à matéria instável sujeitos ao tempo e as mutações que o homem pouco controla. A bruxa como um monstro é híbrida, bissexual sua promiscuidade mostra o quanto era pervesa e animalesca.

O território da bruxa produz miragens, alucinações confusão infernal levando ao limiar da loucura. A figura da bruxa tem a ver com acontecimentos drásticos como : desespero de apixonados, enfermidades, lutas por poder e outros abalos como tempestade, morte de gado ou extravio de colheitas .

A bruxa se compõem junto com uma variedade de pré-conceitos sobre o feminino, sobre o corpo, a natureza e os ciclos de nascimento, vida e morte.

As descrições do MALLEUS MALEFICARUM , contruiram uma imagem fantástica de mulheres capazes de prodígios , já citados anteriormente, prodígios esses que se tornavam ineficientes após passarem pelo jugo da igreja.

Pensar de forma psicanalítica sobre a bruxa, é fazer dela uma alegoria , típica projeção dos terrores da castração. Tipo psicossocial com resquícios pagãos da Idade Moderna, carregava em seu corpo saberes não racionais que toda sociedade temia. A bruxa expressava o poder das grandes Deusas, a divinalização da Natureza e a terra copro como sagrados.Conhecer sua realidade, ns passagem da vida é o mesmo que extrair o expectro de um corpo agonizante.