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Metrópole em Sinfonia: história, cultura e música popular na São Paulo dos anos 30.

Por:   •  16/5/2018  •  1.804 Palavras (8 Páginas)  •  414 Visualizações

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Com a criação do DIP, no governo de Getúlio Vargas, começaram a ocorrer censuras e limitações, sendo estas muito severas e cotidianas. Houve a criação de programas educativos e oficiais do governo, como a Hora do Brasil, importante para a consolidação do Estado Novo. A cidade de São Paulo é considerada como a inovadora na linguagem radiofônica, pois a agitada vida na metrópole paulistana introduziu uma forma mais moderna e rápida de comunicar-se, com isso o rádio passou a ser um utensílio de destaque na residência dos brasileiros. A programação era bastante diversificada, ia de programas humorísticos, jornalísticos e esportivos até programas de auditório, que cresceram significativamente ao longo da década de 1930, com o predomínio da música brasileira. Os programas de calouros também surgiram nesse período, e era a oportunidade dos aspirantes a cantores e artistas de rádio se apresentar. Surgiu nesse período também os programas humorísticos, considerados a principal mídia de entretenimento, e também os programas sertanejos, sendo comandado geralmente por um caipira ou sertanejo com o linguajar característico do caboclo, predominando o humor e a música popular.

O autor fala sobre a presença de músicos permanentes nas emissoras, que constituíam os patrocinadores dos programas, cujo financiamento permitia a formação do cast fixo de cada emissora, as rádios se viam obrigadas a contratar cantores, regentes, orquestras, maestros, arranjadores e instrumentistas, mas apesar da crescente profissionalização dos músicos populares nas rádios de São Paulo, os negros e negras paulistas foram mantidos afastados do ambiente radiofônico, inseridos posteriormente como coadjuvantes na história cultural do país. A vida do artista/músico popular era imaginada como a magia, a boêmia, as paixões ardentes e desenfreadas, mas na verdade o universo do artista não era só brilho, dinheiro e eterna felicidade, havia também a decadência artística, a rejeição no mercado, a escassez de apresentações e gravações, a falta de dinheiro, o isolamento pessoal e a degradação da vida pessoal e artística. A maioria dos músicos possuía outro modo de sobrevivência e a música era deixada de lado, mas com o passar do tempo a profissão músico começou a ser mais valorizada.

O capítulo 2 – Cotidiano Urbano e Lira Paulistana – fala sobre o crescimento e expansão urbana incessante ocasionada primeiramente pela crise que afetou a economia cafeeira, mas que manteve seu crescimento durante os anos 30. Mesmo com a intervenção do estado e a clara política urbanizadora, houve certa dificuldade e incapacidade de regular o crescimento global da cidade. A expansão horizontal criou novas aglomerações e centros urbanos, integrando antigas e novas áreas ou estabelecendo vínculos de continuidade de núcleos mais isolados. Com o crescimento desmedido no sentido horizontal, a cidade de São Paulo começou a crescer verticalmente, proporcionando maior visibilidade, representada por altos prédios que começaram a arranhar o céu paulistano. O crescimento demográfico também alcançou números grandiosos, chegando a um milhão de habitantes, e a queda da taxa de mortalidade e o elevado número de natalidade foi crucial para esse aumento populacional. A imigração também fez com que esses números aumentassem, e, além disso, uma metrópole como São Paulo representava um forte atrativo para qualquer indivíduo, pois tinha no imaginário das pessoas o ideal de encontrar emprego e melhorar de vida. O êxodo rural também foi fator determinante para esse aumento, e negros e mulatos ainda continuavam compondo a menor parcela da população, apenas 10%.

São Paulo constrói durante toda década de 30 múltiplas faces, permanecia sendo uma “cidade que faz lembrar toda espécie de cidades e, no entanto, não se parece com nenhuma.” (MORAES, 2000), mas além dessa modernidade alarmante, São Paulo ainda possuía resistências rurais e provincianas. As canções nas ruas paulistanas na década de 1930 eram denominadas modinhas e possuem sentindo bastante arbitrário, com tom erudito, e posteriormente foram fazendo parte de marchinhas de carnaval e folclore. As modinhas paulistanas assumem na cidade de São Paulo um tom narrativo, violento e trágico em seus temas, caracterizando um tom irônico e humorístico, próximo ao da tragicomédia e baseiam-se em alguns fatos diários e reais que ocorrem na cidade, como a violência, os delitos, a morte e a miséria, e aos poucos São Paulo vai ganhando fama de cidade perigosa.

O capítulo 3 – Cidade, cultura e música popular em metamorfose – o autor vai falar sobre as tentativas do Estado em melhoras a cidade. A transformação começou no governo de Fábio Prado, com grande impacto na malha urbana, mas a exagerada política reformadora criou consequências graves para a cidade, e em nome do futuro, São Paulo começou a ser conhecida como a “cidade que não para e não pode parar”. Já no governo de Prestes Maia, a cidade ganhou uma estrutura mais moderna com aspiração nos moldes de cidades norte-americanas. Houve a criação de várias avenidas, jardins, túneis urbanos e o automóvel passou a ser o elemento principal do novo cenário metropolitano. As diferenças entre as canções do campo e da cidade são bem nítidas, o campo é sinônimo de lugar tranquilo, bom, mais bonito e pacífico, já a cidade é esmagadora, ambiciosa, suja e poluída, e essas diferenças são estabelecidas de modo drástico nas canções sertanejas de modo geral e com o passar do tempo a saudade das modinhas, canções e valsinhas cantadas e tocadas nas serestas expressam o sentido nostálgico de uma São Paulo de antigamente. O Samba e o Carnaval também sofreram profundas transformações no final dos anos 20 e principalmente na década de 1930, o samba passou a assumir sua real face urbana nos cordões carnavalescos, originados nos núcleos negros. A consequência do crescimento dos cordões foi o desenvolvimento e diversificação

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