Analise do livro didático - História da América
Por: Ednelso245 • 29/10/2018 • 4.119 Palavras (17 Páginas) • 368 Visualizações
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- CORPO TEXTUAL:
O capítulo mostra-se mais descritivo e conteudista, do que propenso a um texto com potencial a aguçar a reflexão e criticidade dos alunos. Não há relações entre o presente e o passado- referente ao contexto da chegada dos espanhóis-, privilegiando-se apenas os três grupos étnicos que talvez fossem os mais populosos e poderosos da época: os Maias, Incas e Astecas, os quais são intitulados de “trio de ouro”. Há o uso de fonte histórica no início do texto, a qual é trecho de uma das cartas de Hernán Cortés. Todavia, o texto torna-se meramente descritivo após a citação da fonte, aderindo a uma sucessão de fatos que leva diretamente a aniquilação em massa dos povos autóctones nas sociedades retratadas. Há um pequeno espaço de destaque para a cultura dos povos mesoamericanos -de forma superficial e genérica-, e o aspecto da identidade não é tocado no decorrer do texto, o que propulsiona a idéia de que os Maias, Incas, Astecas e demais povos autóctones da América podem ser representados dentro de um padrão cultural e social.
- USO DA ICONOGRAFIA:
O capítulo utiliza-se de imagens e mapas na construção didática do texto:
Imagem 1: “Trecho do Códice de Tlaxcala, do século XVI, em reprodução litográfica de 1892. O episódio representado é a entrega de Cuauthémoc, o último dos reis astecas, a Hernán Cortés, em 1521. O documento foi elaborado em Tlaxcala, área de domínio do povo tlaxcalteca, inimigo dos astecas.” (P.246)
Avaliação da imagem: A imagem em questão retrata o diálogo entre Hernán Cortés e Cuauhtémoc, o último dos reis Astecas. Logo abaixo (ver p.246) segue-se um diálogo situado numa carta de Hernán Cortés a Coroa espanhola, diálogo esse, tomado no período inicial da colonização. O problema da associação da imagem ao texto, encontra-se no fato de que Cortés está acompanhado da Malinche enquanto recepciona o sucessor de Montezuma, e isto se deu em um período que não coincide com os diálogos iniciais propostos pelo uso do trecho da carta de Cortés. Destarte, a imagem está mal colocada ante a estrutura textual.
Imagem 2: “Pendente de ouro representando divindade da sociedade mixteca, estabelecida no sul do México entre os séculos XIV e XVI.” (P.247)
Avaliação da imagem: A imagem refere-se a um objeto da cultura material Asteca, porém, é posta numa situação que a torna sem sentido no contexto do livro.
Imagem 3: “Representação do jogo de bola no Códice Magliabecchiano, manuscrito asteca do século XVI. O nome do códice faz referência ao colecionador italiano Antonio Magliabecchi, que o resgatou no século XVII.” (P.249)
Avaliação da imagem: A imagem é aplicada num quadro denominado “Lupa do historiador” (ver p.249) e funciona em articulação com o texto sobre o jogo de bola, servindo mais a título de curiosidade por não estar conectada com a idéia geral do texto.
Imagem 4: “Campo de bola em monte Albán, antiga capital dos zapotecas, no México. A cultura zapotca viveu seu auge entre os anos de 500 e 800.” (P.249)
Avaliação da imagem: Imagem de um campo cercado de edificações, onde se realizavam os jogos de bola. A imagem condiz com o quadro.
Imagem 5: “Parque de Tikal, Guatemala, em 2011. Esse sítio arqueológico maia reúne mais de 3 mil edificações entre palácios, templos e pirâmides.” (P.250)
Avaliação da imagem: A imagem condiz com o texto sobre a cidade histórica de Tikal. (ver p.250)
Imagem 6: “Baixo relevo do período entre os séculos VI e IX, confeccionado em pedra. A peça encontrada na Guatemala, registra o encontro das autoridades de três cidades maias: Cancuem, Calakmul e Dos Pilas.” (P.250)
Avaliação da Imagem: Mais uma vez os autores põe uma imagem referente a cultura material de forma solta, e sem relação direta com o texto.
Imagem 7: “Representação de escriba em seu ofício. Estatueta maia confeccionada entre os séculos VII e VIII.” (P.251)
Avaliação da Imagem: Imagem condizente com o quadro “Lupa do historiador” (servindo a título de curiosidade).
Imagem 8: “Reconstituição do calendário asteca conhecido como “Pedra do Sol”, encontrado na praça da Central da cidade do México em 1790. No calendário estão representadas as eras da mitologia asteca.” (P.252)
Avaliação da Imagem: Imagem do calendário Asteca, antecedida por texto explicativo. A imagem condiz com o texto.
Imagem 9: “Lâmina com empunhadura na qual é representado Naylamp, personagem da mitologia de povos diversos que habitaram a costa norte do atual Peru entre os séculos III e XV. O objeto retratado é da cultura chimu, que se desenvolveu naquela região do século XI ao XV.” (P. 254)
Avaliação da imagem: Imagem de objeto aleatório ao texto, servindo apenas como apêndice, e registro da cultura material.
Imagem 10: “Quipo Inca”. (P.255)
Avaliação da Imagem: Mostrar como os incas utilizavam o sistema de cálculos por meio meio de artefatos.
Imagem 11: “Representação de um nobre oficial com quipo transmitindo informações a um nobre inca, produzida por Felipe Guamán.
Avaliação da imagem: O uso do termo nobre na descrição da imagem não condiz com o contexto histórico, mostrando-se anacrônico. (ver p.255)
Imagem 12: “Vista do vale sagrado dos incas, no sítio arqueológico de Machu Picchu, na província de Cuzco, Peru, em 2012”. (P.256)
Avaliação da imagem: A imagem retrata Machu Picchu, e é antecedida por um texto que retrata a descoberta do sítio arqueológico.
Imagem 13: “Nas ruínas de Machu Picchu e de outras cidades incas é possível constatar o encaixe de pedras na edificação das paredes e muros. Até hoje não se sabe ao certo como os incas cortavam pedras tão grandes com tanta precisão. A foto, de 2011, mostra um detalhe do templo das três janelas.” (P.256)
Avaliação da imagem: A imagem retrata ruínas Machu Picchu, sendo antecedida pelo texto que retrata sua descoberta, sendo assim condizente com o texto.
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