Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

AS FESTIVIDADES JUNINAS NA CIDADE DE SUCUPIRA DO NORTE-MA: TRADIÇÃO, COMIDAS, DANÇAS E CELEBRAÇÃO.

Por:   •  12/10/2018  •  1.858 Palavras (8 Páginas)  •  330 Visualizações

Página 1 de 8

...

a pesquisa:

Olha tá tudo diferente, tudo modernizado, a gente observa as músicas, os trajes. As comidas típicas ainda conseguem predominar né, ainda temos a canjica, a pipoca, enfim, a batata-doce. Mas a gente vê assim que com o passar do tempo as coisas vão mudando, hoje já não tem mais a simplicidade que tinha, então pra fazer uma festa junina hoje as pessoas já não aceitam mais com aquilo que tem, custa muito alto, fica muito caro e acabam pessoas não brincando porque não tem condições financeira para se trajar à altura do que a sociedade tá oferecendo, aqui mesmo em Sucupira você já não vê mais a quadrilha com roupas de chitas enfeitadas com laço de fita, com tiras de tecido coloridos que era o que a gente tinha na época, então hoje os grupos que se organizam tentando acompanhar a evolução.

Podemos ver que as mudanças sofridas ao longo do tempo da festa junina em Sucupira é, na verdade, um processo contínuo que ocorre ano a ano, por meio do qual os participantes vão absorvendo novos valores, vindos com a modernidade, fazendo com que às práticas culturais independentes presentes nas festas juninas sejam ressignificadas, o que não quer dizer que deixem de representar a cultura local. Os elementos antes tidos como identitários, agora são vistos como resquícios do passado e tendem a desaparecer e dar lugar a novos elementos e costumes, que se enraízam e vão mudando com o processo natural de hibridismo cultural.

2. AO REDOR DA FOGUEIRA

“A comunidade saia para o interior no caminhão para tirar a madeira (lenha) fazia a fogueira nas suas portas e reunia amigos, ficavam assando batata-doce, abóbora, carne de sol, e também, onde as pessoas que simpatizavam com aquela outra pessoa convidava para ser madrinha de fogueira”. (Marize Barros, Sucupira do Norte/MA)

O ritual de acender fogueira como já foi citado nos remete antes da era cristão e era utilizado para espantar os maus espíritos que porventura poderiam atrapalhar a plantação, mas segundo a igreja o ritual da fogueira nasceu quando Maria mãe de Jesus foi visitar sua prima Isabel que estava grávida e próximo a dar à luz o filho que viria se chamar João Batista que ficou conhecido por ter batizado seu primo Jesus, durante a visita Maria perguntou a sua prima como saberia quando o menino nascesse, Maria respondeu que acenderia uma fogueira bem grande; assim você poderá vê-la de longe e saberá que João nasceu, Isabel cumpriu a promessa. Certo dia Maria viu ao longe uma fumaceira e depois umas chamas bem vermelhas. No dia 24 de julho Foi à casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica.

A partir daí surge o ritual de acender fogueira anunciando a vinda de João Batista, na cidade em destaque é possível perceber e reconstituir através da vivência e da oralidade que em Sucupira do Norte há uns quinze anos atrás a comunidade tinha sempre o costume de acender fogueiras no dia de São João, convidar os familiares e amigos para celebrar ao redor da fogueira com brincadeiras, danças e cantigas de santos e rodas, utilizava-se da fogueira para assar alimentos além do famoso ritual de apadrinhamento que por sinal era bem forte criando assim laços de amizades por cada uma das partes, estabelecendo um compromisso e um nome que a partir daquele ritual de “batismo” cada um iria se chamar. Segundo o relato de outra moradora, mesmo que o vizinho acendesse uma fogueira em sua casa ele dava uma passada pela fogueira que tinha ao redor, compartilhando histórias do cotidiano com quem estivesse ao redor da fogueira, se configurando como um momento de graça, partilha, e alegria.

3. O PALCO DAS APRESENTAÇÕES

Atualmente a festa conta com uma estrutura montada pela prefeitura municipal em parceira com as escolas do estado e município durante os dias 23 e 29 de junho a festa ganha corpo e enche de colorido a praça da república com bandeirolas e a presença da comunidade que fica encantado com o resultado de meses de muito ensaio e preparação dos brincantes que não economizam na confecção das roupas, da coreografia e dos adereços, além das escolas do município o palco central recebe outras cidades que trazem suas apresentações e diversidades culturais provocando assim uma integração social e cultural da fusão de inúmeros elementos. As tradicionais danças como quadrilhas, cacuriá, carimbó sempre estão presente e o bumba meu boi principal símbolo representativa da cultura maranhense. Além das tradicionais outras danças começaram a chedas grandes metrópoles é o caso da dança portuguesa e a dança do ventre, dentre outras.

Esse movimento cultural segundo relatos orais colhidos na comunidade teria tido início quando a senhora Emirene Reis Guimarães organizou o primeiro arraial luar do sertão quando estava a frente da direção da escola Vitorino Freire, segundo a mesma houve um consenso entre os professores, pais e alunos sobre como ser, ainda no ano de 1967 ocorreu o primeiro festival de forma simples em frente o próprio colégio, segundo ela durante as apresentações houve até um casamento e a população vinha em peso assistir à novidade que chegava pela cidade.

4. CONCLUSÃO

Segundo a Constituição Federal no seu Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados

...

Baixar como  txt (11.5 Kb)   pdf (52.7 Kb)   docx (15 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no Essays.club