A Política e interesse de classe na sociedade capitalist

Relatório de leitura: Armando Boito Jr. Cena política e interesse de classe na sociedade capitalista. Revista Crítica Marxista, número 16.

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Universidade Estadual de Campinas

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Partidos Políticos – HZ 140 B

Professor: Armando Boito Junior

Aluna: Alexandra Gimenes Salas RA: 115956

Relatório de leitura: Armando Boito Jr. Cena política e interesse de classe na sociedade capitalista. Revista Crítica Marxista, número 16.

Armando Boito Jr., em artigo intitulado Cena Política e interesses de classe na Sociedade Capitalista, expõe, com base em observações já feias por Karl Marx em Dezoito Brumário, a realidade profunda existente no fenômeno cena política das sociedades capitalistas. Para o autor, a cena política tem como principal função a dissimulação dos interesses da classe dominante.

Após expor a ferramenta analítica utilizada por Marx que distingue a realidade aparente ou superficial da realidade essencial ou profunda, onde a primeira tem a função de ocultar a segunda - ferramenta que, segundo o autor é essencial para uma análise que se pretenda marxista -, Boito retoma a obra O Dezoito Brumário de Luis Bonaparte, na qual, através de tal ferramenta analítica, Marx define a cena política como o espaço onde organizações políticas e partidos se confrontam. Este espaço de confronto, segundo Boito, configura uma realidade aparente. Nas sociedades capitalistas, essa realidade é regulada pelo direito burguês e pela burocracia, onde a liberdade desempenha a dupla função de 1) aludir à realidade do indivíduo livre e gozador de direitos e 2) iludir o indivíduo ocultando a relação de exploração e dominação de classe, configurando assim uma ilusão ideológica, na medida em que desorganiza a classe operária e atende aos interesses da classe capitalista.

Boito define a cena política, então, como a superestrutura (realidade superficial) da luta de classes e de frações de classe que formam a chamada base socioeconômica da cena política, onde os interesses reais das classes permanecem anônimos, cabendo ao analista desmistifica-los, para que se obtenha acesso à realidade profunda dos interesses e conflitos de classe. Os partidos burgueses e pequeno-burgueses não revelam abertamente os interesses que defendem, sua função é de, ao mesmo tempo, organizar seus representados e iludir a classe operária. A relação dos partidos operários com a classe que representam é distinta.

Tomando como exemplo a experiência analítica de Marx em Dezoito Brumário, Boito defende que o analista deve operar em dois planos: objetivo, estabelecendo correspondências entre programas e práticas dos partidos e os interesses potenciais ou efetivos de classes e frações; e subjetivo,