A Origem e fontes de história do império
Por: Hugo.bassi • 20/12/2018 • 1.455 Palavras (6 Páginas) • 328 Visualizações
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Por outro lado haviam os Muçulmanos, essa religião fazia-se sentir com a mesquita de Djeme que tornava a região num centro islâmico. O imperador manifestava uma tolerância benevolente em relação aos Muçulmanos, pois os intérpretes, o tesoureiro e a maioria dos ministros eram escolhidos entre eles pelas suas competências técnicas.
Os animistas (os que eram da religião do rei) ao ver o rei ajoelhavam e lançavam areia na cabeça dele em sinal de respeito e os Muçulmanos limitavam-se em bater palmas. Os animistas eram mais próximo da corte em relação aos Muçulmanos.
Actividades económicas do império
O império de Gana caracterizava-se por uma economia bastante equilibrada e organizada. A presença de poços e de numerosos jardins demonstra um certo bem-estar agrícola, visto que, a maioria da população dedicava-se ao cultivo da terra e criação de gado.
A riqueza do império de Gana provinha essencialmente do comércio e sobretudo do ouro, este ultimo que era extraído nas regiões do sul do império, nomeadamente Galam, Bambuque e Buré, por intermédio de mercadores designados por Wangaras.
O soberano exercia uma espécie de monopólio que consistia em apoderar-se de todas descobertas e minas de ouro, e também restringir a massa de ouro em circulação para evitar a sua desvalorização. Afirma-se que boa parte do ouro estava preso ao trono e apenas o ouro em pó é que tinha livre circulação.
O império fazia trocas comerciais com os povos do norte e tinham disponíveis materiais como: tecidos (lã, algodão e seda), anais de cobre, pérolas azuis, sal e figos. E para além do ouro em pó, os mercadores levavam para o norte marfim, goma e escravos.
A capital do império
A identificação do local que se encontrava a capital do Gana, Accra (considerada maior cidade do Gana) foi objecto de numerosas contestações. Gana é uma região que corresponde à duas aglomerações, uma situada na planície que é muçulmana habitada por mercadores arábicos-berberes, jurisconsultos e sábios de renome, encontrando-se no local doze mesquitas de pessoas assalariadas.
A cidade real e animista estava situada a seis milhas da primeira aglomeração e era rodeada pelos bosques sagrados, dai o nome EL Ghaba que foi dado pelos muçulmanos, estes grandes bosques eram habitados por uma casta importante de sacerdotes e encontrava-se também serpentes sagradas e sepulturas reais, sendo que era proibido penetrar nelas sob pena de morte. A residência do rei compunha-se de um palácio de várias cubatas de tectos arredondados, tudo envolvido por um cerca semelhante a um muro, o mesmo estava ornado de esculturas, pinturas e possuía janelas envidraçadas.
Auge e declínio do império
O império de Gana começou a conhecer o apogeu da sua economia comercial no século VIII, que ao interligar as regiões do norte da África, Egipto e Sudão, onde a riqueza provinha essencialmente do comércio do ouro, sal, cavalos, figos e tâmaras com os mercadores Magrebe e egípcios, os quais traziam tecidos de lã, de algodão, de seda e de púrpura, anéis de cobre, pérolas azuis.
O reino de Gana começou a sentir os primeiros sinais de sua crise com o esgotamento das minas de ouro que sustentavam a sua economia. No século VIII os Ducurés do Gana foram derrubados pelos Diawaras. Após o século VIII, a expansão islâmica ameaçou a estrutura centralizada do governo. Os almorávidas teriam empreendido conflitos, que em nome de Alá desestruturaram e invadiram o reino de Gana. Em 1203 teve o saque de Kumbi pelo rei do Sosso, Sumoara Kanté. A partir de então os reinos de Mali Sosso e Songai disputaram a região, onde Gana fica sobre dependência de Mali, e os cristãos ou não muçulmanos reguriaram se para Mali a procura de abrigo e proteção.
O declínio do império foi causado por lutas internas, guerra santa ou Jihad, seca dos poços de água e esgotamento do ouro, que trouxe um desiquilíbrio econômico ao reino.
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Conclusão
Terminado o trabalho percebe-se que o Gana foi o primeiro império negro a impor-se na história, tendo se destacado economicamente pelas enormes quantidades de ouro que continham, ouro este que influenciou para a designação do país como sendo “Costa de ouro”. Percebe-se também que apesar do animismo ter sido a religião dominante, uma religião tradicional que reverenciava os reis, o povo do império não ignorava o islamismo razão pela qual ao longo do tempo a religião expandiu-se no império.
Importa referir que os momentos de glória do império tiveram como principal factor a comercialização do ouro, facto que despertou a atenção dos outros povos ambiciosos que mais tarde penetraram no império e estiveram na origem de muitos desentendimentos entre os nativos, aliado ao esgotamento do ouro ditaram o fim do império.
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Referências bibliográficas
KIZERBO, Joseph. História de África negra. vol.I ed.6014/25. Paris. 1972
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