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A origem do carimbó

Por:   •  4/10/2017  •  2.665 Palavras (11 Páginas)  •  746 Visualizações

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De maneira histórica, o ritmo retrata uma forma de cultura unindo a ela os costumes sociais festivos, religiosos dentro de um cotidiano entre as raças e tribos, interligando o “carimbó tradicional” de pau e corda” e o “carimbo estilizado” moderno com instrumentos eletrônicos. Onde há uma mistura de tradição e modernidade, entre os ritmos dos carimbozeiros.

Surgiu no século XVII, devido à grande necessidade dos povos negros e escravos, que almejavam afastar a tristeza e o sofrimento do labor do dia a dia. O Carimbó faz parte da sociedade cultural de um povo, no qual vem conquistando ao longo dos tempos, seu lugar na história brasileira, sendo uma característica marcante da cultura atual.

O seu principal aspecto positivo é o grande avanço em nossa cultura brasileira, que atravessa toda uma trajetória de nossos costumes. O ritmo e o gênero musical tradicional mais conhecido do Estado do Pará, sendo considerado um elemento fundamental da “identidade cultural”. (LOUREIRO, 2008).

Sendo uma forte demonstração da cultura do norte do Brasil, praticado mais precisamente no estado do Pará. Certos apreciadores em folclore asseguram que o carimbó apresenta influências de três raças que compõe a sociedade brasileira, quais sejam: negros, portugueses e índios, como também, peculiaridades distintas que só o ritmo do Carimbó possui, como o batuque africano, os instrumentos dos índios, a coluna curvada no momento da dança,a maneira como dança essa raça, e os sons dos dedos dos portugueses.

Conforme GUERREIRO DO AMARAL (2003), quando o carimbó passa a integrar o cotidiano cultural de Belém, em meados da década de 1970, apresentada como uma modalidade musical típica do Pará surge também duas formas distintas de pensamentos: uma abordando o carimbó tradicional, enquanto a outra uma versão moderna, ambas representadas pelos cantores “Verequete e Pinduca” ligados a idéias de tradição e de modernidade carimbóticas.

O uso do termo carimbó tradicional, ou carimbo de “raiz” percebe-se a necessidade diante da existência, no Estado Pará de outra forma de estilo de carimbo chamado de “moderno” ou “urbano" de forma que o primeiro é realizado pelas populações das cidades dos interiores que viveram distante da lógica comercial, o carimbo urbano fluiu do processamento de propagação do carimbo na capital do estado. GUERREIRO DO AMARAL, (2003).

Dentro de um contexto de modernização se faz necessária modificação cultural do carimbó urbano. “O carimbo de raiz” o segundo é visto como tradicional, de pau e corda, é dançado com instrumentos fabricados por artesões e o “carimbo estilizado” é moderno tem todo um repertorio musical de instrumentos modernos tendo em sua formação estrofe/refrão e os instrumentos eletrônicos.

A história da “descoberta” do carimbó no Pará seria definida por pelo menos quatro momentos, quais sejam: a) momento do olhar repressivo ou proibitivo, (b) momento do discurso folclórico, (c) momento do carimbó como “música popular” de identidade regional e (d) período da “patrimonialização” institucional nacional. (COSTA, 2015).

- O carimbo nesta fase, era visto como som “bárbaro” e de “desordem”, pelo pensamento hegemônico da cidade de Belém e regiões. Na capital do estado do Pará, por exemplo, a Lei n. 1.028, de 5 de maio de 1880, do Código de Posturas, tratava o carimbó da seguinte maneira: “É proibido, sob pena de 30.000 reis de multa: (...) Fazer bulhas, vozerias e dar autos gritos (...). Fazer batuques ou samba. (...) Tocar tambor, carimbó, ou qualquer outro instrumento que perturbe o sossego durante a noite”. (Código de Posturas de Belém apud SALLES; SALLES, 1969: 260).

- Jarbas Passarinho, jovem intelectual da década de 30, referiu-se ao carimbó de modo a associá-lo às manifestações da religiosidade afro-brasileira, dizendo que “a liturgia negra” [tinha], esboçada no horizonte das crendices brasileiras, painéis cheios de doloroso sentimento de “idolatria”. Quanto ao instrumental do carimbó, descrevia: “um tambor cilíndrico imitando sons dolentes que penetram a alma rústica dos homens de cor ”(PASSARINHO apud FIGUEIREDO, 2008: 224-225).

Assim como ele outros intelectuais demonstravam uma postura diferente em relação ao carimbó, considerando-o como uma manifestação da riqueza popular folclórica da região Amazônica. É então que temos o processo de descoberta do carimbó, inaugurado ainda sob o pensamento modernista da geração de artistas como Gentil Puget, Waldemar Henrique, Bruno de Menezes, entre outros. Sendo que Waldemar Henrique foi um dos primeiros artistas a compor um carimbó em 1934.

- E nesta terceira fase eis que há o momento da “descoberta” discursiva do carimbó, sua “urbanização”, incrementada pela indústria cultural e pelos artistas populares e suburbanos de carimbó, foi à fase em que a dança entrou na agenda identitária da região. Foi a partir da década de 1970 que se estabeleceram as bases simbólicas do “tema” carimbó no conjunto da sociedade local. (COSTA, 2015).

- A “patrimonialização” institucional, que teve andamento nos anos 2000, por alguns processos de mobilização da sociedade paraense, a partir da “campanha carimbó patrimônio cultural brasileiro”, reuniu artistas do mundo do carimbó, intelectuais e irmandades religiosas e culturais de varias cidades do Pará, as quais trouxeram debates e diálogos que levaram a esta quarta fase, que é o reconhecimento do carimbó como patrimônio cultural brasileiro.

O “carimbó caboclo”, portanto, é apresentado como manifestação cultural “autêntica”, que se queria pura, frente ao mercado, por um lado; mas é visto como híbrido, no que diz respeito às questões raciais, por outro. Seria o resultado do contato de vários povos (negros, indígenas e em menor medida brancos), mas que acabava por subsumir a herança desses povos no presente da cultura musical. Porém os agentes principais da construção dessa cultura popular foram os grupos subalternizados dentro do sistema colonial e escravista, particularmente o indígena, o negro e o próprio caboclo. (COSTA, 2015).

A relevância pesquisa sobre a origem do carimbó, nos mostra que o ritmo faz parte da cultura paraense, necessário para a preservação da história de um povo, raça, que vem conquistando ao longo dos tempos seu lugar na historia brasileira e é uma característica marcante da cultura atual. O seu principal aspecto positivo é o grande avanço em nossa cultura brasileira, que vem atravessando todo um trajeto de nossa historia. “O ritmo é o gênero musical tradicional mais conhecido

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