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Resumo do livro “Apologia da História” de Marc Bloch

Por:   •  27/11/2018  •  1.051 Palavras (5 Páginas)  •  476 Visualizações

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O autor faz um comentário sobre a imparcialidade na interpretação histórica, ressaltando a não existência absoluta dessa visão. Para ele, é impossível não tomar juízo de valor na tentativa de compreender a história, sobretudo em narrar ela. Cita o exemplo do juiz que condena um assassino, mostrando que apesar do assassinato ser considerado algo passível de prova, nenhuma nação entrou em comum acordo para dimensionar alguma sentença. Portanto, no instante que o juiz, embora amparado pela lei, define a penitência, ele ainda assim não está isento de partido.

Nessa linha de raciocínio ele questiona a figura do historiador como o sujeito responsável por julgar os personagens da história. A final, por muito tempo a visão do historiador sobre dado acontecimento era a última palavra para se avaliar entre herói ou vilão. Marc Bloch ataca essa prática, alegando ser uma maneira limitadora de entender a história, uma vez que restringe a análise a visão do historiador, ao juízo de valor que ele carrega, numa tentativa de resumir a individualidade dos personagens e arbitrariamente definir o passado.

Bloch disserta sobre como o historiador não pode dispensar a palavra "compreender" na forma com que olha para a história. Eleva ainda, a esse verbo, "carregado de benevolência" como ele diz, a importância que corresponde a ideia de, antes de passividade ou de um pré-julgamento, tratar o fato com mais empatia, sem necessariamente traçar a bifurcada e totalitária definição de certo e errado.

Ele cita a fragilidade da sua obra no que tange à impossibilidade de se aprofundar em dadas questões por falta de acesso à mais informações. Trata-se da situação em que se encontrava, aprisionado devido à guerra em que resolveu militar, Bloch estava impossibilitado de usar alguma biblioteca ou qualquer material intelectual. Apesar disso, seu afinco e genialidade dispensaram tal coisa e embora tenha sido modesto em pedir desculpas por isso, é fato que sua obra não perdeu a essência.

Apologia da história é a sua última obra, que o destino não lhe reservou sequer a dádiva de finaliza-la. Vítima da guerra, Bloch mostrou nesse livro toda a sua experiência na forma de tratar o passado. Abriu portas para compreender a história para além da compreensão positivista, marcada pela falsa imparcialidade. Mostrou que a paixão pela história é o seu motor mestre, tal como o prefacio de Le Goff cita, a famosa “fome por saber”, encrustada no despertar da curiosidade que se ascende no estudo da história como em poucas disciplinas.

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