Resenha do texto: Desenvolvimento local e novos arranjos socioinstitucionais: algumas referências para questão de governança. Caio Silveira
Por: Juliana2017 • 20/9/2018 • 1.509 Palavras (7 Páginas) • 512 Visualizações
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O Estado é visto como articulador necessário, mas não como o promotor primordial e exclusivo do sistema. Em outras palavras o Estado articula junto com a Sociedade Civil e os agentes locais e a gestão para a ser da Sociedade Civil representada localmente que através da governança, criando novos padrões de organização (parceira e redes) e modos de regulação (espaços ampliados, dinâmicas participativas de planejamento e gestão) e presta contas ao Estado e Sociedade Civil e seus beneficiados criando o desenvolvimento local.
- Protagonismo Local e Dinâmicas de Rede
Segundo De Paula (2003, p4) “O protagonismo local é fenômeno pelo qual os agentes locais se reconhecem como sujeitos de seu próprio destino”, esta afirmativa apresenta o deslocamento da centralidade e da coordenação política dos processos de desenvolvimento para esferas públicas ampliadas de natureza local, significa a descoberta, do reconhecimento e valorização dos ativos local, isto é, das potencialidades dos vínculos criados em cada território.
O desenvolvimento local deve ser entendido como um processo construído de baixo para cima e de dentro para fora, seu desenvolvimento vem da essência e das necessidades básicas e locais.
O Autor aborda características das redes:
- Conectividade social – capacidade de de estabelecer conexões entre diferentes unidades ou componentes;
- Não linearidade – permite múltiplos laços de realimentação em de cadeias simples de causae efeito;
- Hierarquia – capacidade de produzir “ordem sem chefe”, muda de dependência para interdependente, da interação vertical para horizontal, autorganização ou autorregularão;
- Sistemas abertos e dinâmicos – conexões produzem conexões e novos pontos conectados;
- Existência de múltiplos caminhos, quanto mais conexões e densidade a rede tiver, menor será o caminho entre uma conexão e outra.
A trajetória recente da questão do desenvolvimento local no Brasil – página 51 a 55
No Brasil esta temática iniciou-se na década dos anos 1990 na forma de ações e projetos relacionados ao combate a pobreza, a desigualdade ou exclusão em campos estratégicos de políticas públicas com foco temático-setorial em nutrição, saúde, educação, trabalho e renda, meio ambiente, infraestrutura e moradia. Também surgiram outros de forma combinada com critérios etários, gênero ou étnicos.
Surge a necessidade de registrar e dar visibilidade a essas experiências localizadas, criando banco de dados, comunidades de prática, pesquisas, premiações de projetos e experiências realizadas. Com isso, identificaram elementos relevantes que seriam embriões das iniciativas sistêmicas que seriam:
- Os esforços de construção de parcerias entre organizações dediferentes setores;
- O impulso a processos de auto-organização e capacitação das populações locais;
- A valorização da participação social no planejamento e na gestãode projetos;
- A busca de um modo de ação social em que o público alvo se torna o agente ativo, isto é torna-se protagonista e responsável pela mudança;
- A ampliação prática da noção sobre política pública.
Hoje apresenta várias manifestações e iniciativas que ampliaram as iniciativas de desenvolvimento local, há ações promovidas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério do Meio Ambiente e pelo Ministério da Integração e esforços de fomento de APLs (Arranjos Produtivos Locais). Surgem també estratégias e metodologias por organizações e Sociedade Civil.
Dificuldades e caminhos – página 55 a 64
Silveira destaca alguns conjuntos de dificuldade para o desenvolvimento de dinâmicas de desenvolvimento local.
Fraturas sócio institucionais e conflitos não expostos à regulação
Protagonismo compartilhado , interesses e objetivos diversos, disputa pela de poder, expectativas de desenvolvimento criam conflitos, Exemplificando o poder público em uma comunidade em desenvolvimento versus traficantes locais e associações de moradores.
Cultura política, aprendizagem e incentivo a formação e a atuação de agentes de desenvolvimento
Valores e símbolos enraizados culturalmente como cultura do privilégio representado por jargões como “Sabe com quem está falando?” e “jeitinho brasileiro”. Outro obstáculo está no corporativismo institucional , troca da cultura de estrutura verticalizada para estrutura horizontais que visam mobilizar a criatividade e a inovação para enfrentar coletivamente os problemas. A aceitação do protagonismo por parte dos agentes locais versus a política do assistencialismo.
A integração das ações constitui um imenso desafio em funções dos interesses específicos de cada ator / componente do desenvolvimento local. Por fim a violência surge como obstáculo a uma cultura política participativa e emancipadora, esta violência se expressa como força simbólica nas discriminações e desigualdades, o poder sob o argumento das armas, sob a ameaça da morte.
Padrão oferta-demanda e sua superação
A ênfase nas demandas locais é diferente da lógica de oferta versus lógica da demanda. As instituições estão acostumadas a pensar a partir de seus portfólios, em que o público é visto como alvo e não com o sujeito/agente, e o local, é visto como ponta e não com ponto central. O foco tem que partir de um projeto coletivo, constituído a partir das capacidades e perspectivas locais e não na demanda de preenchimento daquilo que falta aos locais.
Reconhecimento, incentivo e promoção de instâncias de articulação e participação para
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