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DESENVOLVIMENTO LOCAL INTEGRADO

Por:   •  19/5/2018  •  3.741 Palavras (15 Páginas)  •  431 Visualizações

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A força das economias não depende pois da percentagem da produção que conseguem exportar, mas do grau de articulação setorial e da eficiência produtiva interna nos seus sistemas produtivos e de mercados locais. (LLORENS, 2001, p.17).

As diferentes formas de aglomerações (ou clusters) propostas pelos estudos podem ser interligados em três famílias diferentes (CASSIOLATO; LASTRES, 2002) . A primeira delas classifica as aglomerações em três diferentes tipos, que são:

- Setores tradicionais ou artesanais, como produtores de sapatos, imobiliários, confecções, metalúrgica, etc.

- Complexos hi-tech ( como o Vale do Silício nos EUA, ou o complexo de telefonia celular da Noruega )

- Aglomerações baseadas na presença de grandes empresas.

Este critério de classificação peca pela mistura de diferenças setoriais ( baixa e alta tecnologia), tomando das empresas e suporte institucional.

A segunda taxonomia proposta distingue as aglomerações entre as diversificadas e as subcontratadas. As diversificadas seriam baseadas na especialização vertical de empresas individuais e diversidade vertical do aglomerado como um todo. Na outra forma, as empresas seriam dependentes de uma maior na condição de subcontratadas.

Finalmente, a terceira família proposta, classifica os aglomerados com relação aos mercados. Os tipos considerados são os producer driven caracterizados pelos setores intensivos em capital e tecnologia e os buyer driven caracterizados por bens de consumo intensivos em mão de obra.

3.2 CARACTERÍSTICAS DO MODELO LOCAL INTEGRADO

Recentes estudos sobre aglomerados industriais tornaram-se referências para compreensão das características do modelo de desenvolvimento local integrado. Para a abordagem teórica que nos interessa para o estudo de caso de Luanda Sul, destacam-se:

- Terceira Itália estudados por Arnaldo Bagnasco (1970) e Giacomo Becattini(1999)

- Clusters, – Michael Porter (1990);

- Ambientes inovadores, – (milieux innvateurs ) estudado pelo Groupe de Recherche Europeen ( GREMI) – (Aydalot,1986; Perrin; Camagni; Maillat; Crevoisier; entre outros )

As principais características representativas do novo paradigma do desenvolvimento regional endógeno levantadas nos modelos estudados são as seguintes:

Terceira Itália

- pequenas indústrias, alta tecnologia, setores complementares – cerâmica, têxtil, sapatos, couro, madeira;

- grande número de firmas, pequenas ou muito pequenas envolvidas em vários estágios na fabricação de um produto homogêneo; Pyke, Becatini e Senberger (1990);

- o sucesso repousa largamente no social e no institucional, ou seja, na rede;

Clusters

- mais próximo das bases da grande produção flexível que da pequena produção;

- avaliação das condições do “diamante de Porter”, ou seja, condições dos fatores representados pelos insumos, condições da demanda, indústrias correlatas e apoio, estratégia, estrutura e rivalidade das empresas.

Ambientes Inovadores

- dispensam atenção especial para a tecnologia; Aydalot (1986);

- é o lugar de processos de ajustamentos de transformações e de evoluções permanentes;

- processos são acionados pela lógica de interação e pela dinâmica de aprendizagem.

Buscando uma sistematização de caracteristicas comuns e convergentes dentre os modelos estudados, e que podem ser reproduzidas em outras experiências, serão encontrados importantes resultados obtidos pela inserção no mercado internacional, uso de tecnologia moderna, ambientes inovadores e outros. Porém serão fixados os aspectos institucionais, que despertam maior interesse para estudar Luanda-Sul. Destacam-se:

- Papel do Estado;

- Papel do empresário, – o empresário político;

- Atuação em rede: – competitividade x solidariedade;

O papel do Estado.

A concepção de que o Estado, assim como teve uma origem, terá um fim e acabará quando desaparecerem as causas que o produziram já foi muito comum nos discursos de esquerda. A globalização e os mecanismos supranacionais estabeleceram mecanismos de subordinação tão poderosos, que transformaram os Estados em plataformas avançadas da economia internacional. De um lado, as práticas das firmas multinacionais e a dinâmica internacional dos fluxos financeiros, e do outro os mecanismos subnacionais – como as fragmentação de fundo étnico-religioso, as demandas por serviços públicos essenciais e socio-políticos, forneceram as referências para delimitar o campo de atuação do Estado.

O Estado planejador e executor de políticas públicas foi substituído pelo “Estado comercial aberto”, gestor dos interesses nacionais junto aos processos de mundialização, e de representante de soberania.

A nova configuração de Estado é de gestor/coordenador das crises do “capitalismo mundializado” , redefinindo o papel em nivel municipal em três aréas de mudanças: a “estrutura fiscal federativa”, as “diferenças sócioeconômicas entre os municípios”, e a “dinâmica política típica do âmbito municipal” (PINHO; SANTANA,2002, p. 277). A gigantesca e burocrática estrutura dos poderes centrais dos Estados Nacionais passam a ser substituídas por formas “mais democráticas” de gestão estabelecidas nos municípios, e também “mais eficazes” para a tomada e implementação de decisões de governo (PINHO; SANTANA,2002, p. 277 ). O município passa a cumprir o papel de estimulador do desenvolvimento, indutor da geração de empregos e articulador da participação das comunidades, representando a atuação de um Estado subnacional descentralizado, e democrático.

A noção de governança como sinônimo de transparência e de exercício de controle pelas comunidades exercido sobre a gestão das recursos públicos e a formação de órgãos colegiados nos municípios - os conselhos – e a atuação coordenada dos mesmos sob a forma de consórcios, compõem também parte desse novo papel de

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