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A Desigualdade social sobre os olhos de uma elite individualista

Por:   •  17/12/2018  •  1.577 Palavras (7 Páginas)  •  350 Visualizações

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Outro fato que ratifica o individualismo da elite, ou seja, uma coletividade parcial, é a falta de responsabilidade social. Não basta somente ter a consciência plena de que há grandes problemas sociais, mas também saber da necessidade de tomada de providências. Porém, segundo Elisa (2000, p. 149) falta essa responsabilidade, um pensamento coletivo, que torna tal classe parte desse todo que vivencia esses obstáculos sociais. Não só do todo que deve reconhecer, mas também do todo que deve agir, investir, pensar, e principalmente, refletir, sobre as circunstâncias, mesmo estando de “fora” da pobreza. Mas, não é isso que é feito. A sujeira é simplesmente jogada para o outro, no caso, o Estado, que é posto como vilão e apático diante de tanta desigualdade, já que não toma atitudes energéticas para melhorar tal cenário. Tal distanciamento, gera, obviamente um aumento da desigualdade. Como não há um envolvimento na causa, as elites brasileiras seguem seu rumo, arrecadando grandes quantias de capital, e apenas visualizando, como numa vitrine, a precária forma de vida vivida por outros cidadãos, principalmente nas grandes metrópoles, onde houve um crescimento urbano acelerado e desorganizado, tornando as diferenças sociais ainda mais evidentes.

De um lado, é possível ver grandes favelas em morros, e do outro, grandes prédios, de condomínios com alta segurança (imagem 4). Tal situação já foi retratada de diversas maneiras, uma delas foi a telenovela I Love Paraisópolis exibida pela Rede Globo (2015), que explicitou as diferenças no âmbito da favela de Paraisópolis em São Paulo, mostrando os embates entre moradores da periferia, e burgueses que desejavam reurbanizar a comunidade. Tais representações, só explicitam cada vez mais, a existência considerável dessa desigualdade no Brasil contemporâneo.

Um estudo realizado entre 2006 e 2012, realizado por três pesquisadores da Universidade de Brasília, comprovam, como foi dito, o congelamento da desigualdade, que pode ser entendido também como uma etapa até o aumento da pobreza, ou até mesmo, etapa de uma crise. Eles constataram que a concentração de renda permaneceu praticamente estável entre 2006 e 2012, ao utilizarem o índice de Gini[2], que calcula tais resultados (imagem 5), a partir do assunto anteriormente citado, a concentração de renda, causadora da pobreza.

Cabe ressaltar também, que a autora Elisa (2000) diante dos fatos coletados, formula uma tese bastante pertinente: as elites, embora percebam os problemas não contribuem na melhoria dos mesmos, por medo da desordem e do fim da segurança pessoal. E é por comodidade, que culpam o Estado pela apatia diante do assunto, visto que, ainda acreditam, não serem influenciados pela pobreza. Deste modo, gera-se um ciclo vicioso: percebe-se que há problemas, porém, como eles não influenciam diretamente nos interesses dessa elite, diz que a responsabilidade é toda do Estado e sendo assim, não assumem nenhuma providência para ajudar a promover mudanças, mantendo então, o cenário atual.

O final

Elisa (2000), elabora, ao final de seu texto, um esquema de comparação entre as elites estudadas por ela, e chega a pontos conclusivos.

Um deles, é a enorme sensibilidade de qualquer elite para reconhecer a pobreza. No entanto, como dito, há a falta responsabilidade social, falta de empatia que nos lembra a famosa expressão “se colocar no lugar do outro”. E se a elite percebesse que tem poderes suficientes para não só promover, mas ajudar nas soluções sociais, e, portanto, se estivesse disposta a cooperar verdadeiramente em políticas e projetos, grandes mudanças no contexto desigual brasileiro seriam apenas consequências.

Anexos

Imagem 1 – Desigualdades sociais e econômicas

Fonte: Blog GeoConceição[pic 1]

Imagem 2 – Desigualdades sociais e econômicas

Fonte: Blog GeoConceição[pic 2]

Imagem 3 – “ Cada macaco no seu galho”

[pic 3]

Fonte: Blog GeoConceição

Imagem 4 – Favela de Paraisópolis[pic 4]

Fonte: Fotografia do Tuca Vieira

Imagem 4 – Pesquisa com índice de Gini [pic 5]

Fonte: Estudo "A Estabilidade da Desigualdade de Renda no Brasil, 2006 a 2012", 2015.

Bibliografia

- CÂMARA, Olavo. Brasil: País Rico, Povo Pobre. Universo Jurídico, Juiz de Fora, ano XI, 23 de mar. de 2009.Disponivel em: http://uj.novaprolink.com.br/doutrina/6140/brasil_pais_rico_povo_pobre >. Acesso em: 19 de nov. de 2016.

- NÚCLEO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DA USP: Apesar de tendência de alta, desigualdade se mantém estável. Sociedade, USP Online Destaque, 30 de mar. de 2016.

Disponível em:http://www.usp.br/106984/apesar-de-tendencia-de-alta - desigualdade-se-mantem-estavel >. Acesso em: 21 de nov. de 2016.

-

MARCONDES, Daniel; GIACOMELLI, Felipe; LEMONTE, Marco. Pesquisa com dados do IR mostra desigualdade estável de 2006 a 2012. Universidade de Brasília, 8 de jun. de 2015. Disponível em:

Http://temas.folha.uol.com.br/desigualdade-no-brasil/numeros/pesquisa-com-dados-do-ir-mostra-desigualdade-estavel-de-2006-a-2012.shtml >. Acesso em: 21 de nov. de 2016.

- BLOG GEO – CONCEIÇÃO. Desigualdade social. Santa Catarina. Blogger, 22 abr. 2012. Disponível em: http://geoconceicao.blogspot.com.br/2012/04/desigualdade-social.html >. Acesso em: 21 nov. 2016.

- TUCA VIEIRA. A foto da favela

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