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O Desenvolvimento Psicomotor dos Alunos Portadores de Necessidades Especiais

Por:   •  26/5/2018  •  1.584 Palavras (7 Páginas)  •  514 Visualizações

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A teatralidade faz parte desde os primeiros anos escolares das crianças e a escola como instituição formadora do pensamento, deve se atentar a isto, para então dar oportunidades aos alunos de desenvolverem seus potenciais dramáticos, que é necessário não só como forma artística, mas também na vida cotidiana e crescimento pessoal. O teatro proporciona viver experimentos sensoriais diversos, que através dos jogos teatrais o jogador se coloca em condição de simulação, buscando nessa realidade equivalente seus anseios, conceitos e valores.

A finalidade do jogo teatral na educação escolar é o crescimento pessoal e o desenvolvimento cultural dos jogadores por meio do domínio, da comunicação e do uso interativo da linguagem teatral, numa perspectiva improvisacional ou lúdica. O princípio do jogo teatral é o mesmo da improvisação teatral, ou seja, a comunicação que emerge da espontaneidade das interações entre sujeitos engajados na solução cênica de um problema de atuação. (JAPIASSU, 2001, p.26)

O estágio na Associação Pestalozzi de Dourados – Escola Especializada Arco Íris vem com a proposta de trabalhar o desenvolvimento psicomotor dos alunos com os mais diversos quadros de Condutas Típicas utilizando os jogos teatrais.

De acordo com o MEC (2005) Condutas Típicas é uma terminologia utilizada para caracterizar manifestações de comportamento típicas de portadores de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado.

No que se refere ao psicomotor a ABP - Associação Brasileira de Psicomotricidade diz que é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

O ensino da arte teatral tem grande importância no desenvolvimento de alunos portadores de necessidades especiais, haja visto que os mesmos possuem algumas limitações, mas não deixam de ter o desejo e necessidade de experimentarem novidades em seu cotidiano, no qual os jogos tem papel fundamental, proporcionando ao aluno explorar sua capacidade de percepção, imaginação e criação, favorecendo o espirito de superação. De acordo com Martins (1998, p. 141): “O educador é um mediador entre a arte e o aprendiz, promovendo entre eles um encontro rico, instigante e sensível”.

Nesta ação o aluno formará relações com a arte, alimentando seus sentidos, beneficiando seu crescimento cognitivo, afetivo e psicomotor. Os jogos teatrais proporcionam interações e estímulos entre os alunos, fazendo com que eles tenham novas leituras do mundo ao seu redor. Para Boal (1991, p. 58): “...são bons todos os exercícios que dividem o corpo nas suas partes, nos seus músculos, e aqueles em que se ganha controle cerebral sobre cada músculo e cada parte...”.

É preciso usar a arte como forma de construção de cada sujeito e que as diferenças de cada um sejam vistas como um complemento e não como uma forma de exclusão. Sendo assim os jogos teatrais deverão ser adaptados aos potenciais de cada aluno. Um olhar criterioso é importante para que haja uma construção no processo através das superações e descobertas de potencialidades individuais dos alunos para que seja uma experiência enriquecedora.

É preciso transformar, de modo substancial, o espaço de aprendizagem em artes visuais destinado aos alunos portadores de necessidades educacionais especiais que, até aqui, de modo geral, tem se caracterizado por priorizar o treinamento de habilidade, a estimulação psicomotora, com vistas à superação de dificuldades, e não a manifestação de potencialidades expressivas. O desenvolvimento de habilidades e a estimulação psicomotora são ganhos conquistados no conjunto das aprendizagens que devem propiciar a construção significativa de formas expressivas fazendo-se uso dos códigos, materiais e técnicas artísticas (MARTINS, 2002, p.34).

Visando a inclusão e o desenvolvimento este projeto usará os jogos como ferramenta construtora e transformadora. Praticado no teatro, os jogos foram inicialmente desenvolvidos pela diretora teatral norte-americana Viola Spolin que usava os jogos para a formação de atores profissionais bem como para iniciantes no teatro e atividades escolares. O método de Spolin foi desenvolvido para que seja praticado por qualquer pessoa afim de ter uma experiência criativa e enriquecedora, podendo ser usado em vários tipos de ensino, tais como ensino regular, acadêmico ou especial. Para Spolin: “Se o ambiente permitir, pode-se aprender qualquer coisa, e se o indivíduo permitir, o ambiente lhe ensinará tudo o que ele tem para ensinar. “Talento” ou “falta de talento” tem muito pouco a ver com isso.” (1978, p. 03).

Partindo deste pensamento podemos analisar que mesmo com limitações as crianças portadoras de necessidades especiais têm tanta potencialidade quanto uma criança dita “normal” em aprender e fazer descobertas de acordo com suas limitações, fazendo com que instigue sua imaginação e a quebra de barreiras que muitas vezes não imaginavam que poderiam quebrar.

Este projeto pretende contribuir significativamente não só ao estagiário, mas também a Escola Especializada Arco Íris que tem como função atender portadores de necessidades especiais proporcionando inclusão e desenvolvimento de cada aluno.

4 ABORDAGEM METODOLÓGICA

O projeto acontecerá todas às quintas e sextas-feiras das 13h às 15h. Sendo que os 5 primeiros dias de aula serão de observação totalizando o total de 10 horas. E a regência seguirá nos próximos 12 dias totalizando o total de 24 horas. Os jogos serão praticados com duas turmas com uma média de 6 alunos por turma.

As aulas terão duração de 2 horas que serão divididas nos seguintes momentos: Aquecimento, prática dos jogos, relaxamento e reflexão. Proporcionando aos alunos uma evolução gradativa sem que lhe causem nenhum tipo de estresse ou desconforto.

Para elaboração das aulas será usado o livro de Augusto Boal “200 exercícios e jogos para o ator e o não-ator com vontade de dizer algo através do teatro”, no qual possui diversos jogos de diferentes graus de dificuldade e que serão quando necessário, adaptados para cada aluno de acordo com suas limitações.

A observação acontecerá nas

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