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A Comparação do original e da tradução espanhola

Por:   •  24/2/2018  •  Dissertação  •  9.940 Palavras (40 Páginas)  •  484 Visualizações

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FINISTERRAE

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Índice

Introdução 1

Apresentação do autor, da obra original e da edição traduzida 3

Análise do original 4

Capa 4

Início da obra 7

Ato I 7

Ato II 11

Ato III 12

Ato IV 13

Ato V 15

Ato VI - Ato VII 16

Comparação do original e da tradução espanhola 16

Conclusões 28

Bibliografia 31

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Introdução

Esta dissertação focaliza-se na área da tradução, analisando de modo contrastivo a peça teatral Finisterrae (1997) escrito por Abel Neves e as escolhas e procedimentos adotados pelo tradutor espanhol, José Ignacio Pajón Leyra.

Nas últimas décadas, a tradução converteu-se num recurso necessário para facilitar a comunicação entre falantes de línguas diferentes e hoje joga um papel decisivo nas relações interculturais e internacionais. A tradução converteu-se num verdadeiro objeto da investigação independente que os especialistas analisam de acordo com as orientações metodológicas e teóricas próprias da disciplina dos Estudos de Tradução. Mas, como compreender este trabalho de investigação sem saber o que é a tradução? A tradução é reproduzir na língua receptora a mensagem da língua fonte, por meio do equivalente mais próximo e mais natural (Nida[a], 1964: 4).

Neste caso o foco da minha análise é a tradução de teatro, uma das áreas de interesse da primeira geração dos estudiosos da tradução literária na década de 80. Destaca entre estes a contribuição de Susan Bassnett com a sua obra Translation Studies (1980; 2002), na que a autora faz um levantamento dos problemas da tradução, e na que se refere a tradução do teatro. A tradução teatral destaca-se na área da tradução pela especificidade do tipo de texto do teatro como género e pela sua complexidade em termos semióticos e pragmáticos:

“(…) o texto dramático não pode ser traduzido como um texto narrativo. Para começar, a leitura de um texto dramático é diferente. Ele é lido como algo incompleto e não como uma entidade inteiramente acabada, pois é só no espectáculo teatral que todo o potencial do texto é actualizado. O que coloca para o tradutor um problema central: traduzir o texto como um texto puramente literário ou tentar traduzi-lo na sua função de mais um elemento de outro sistema mais complexo. Como tem demonstrado a semiótica teatral, o sistema linguístico é apenas mais um componente opcional numa concatenação de sistemas que compõem o espectáculo.” (Susan Bassnett, 2002: 123)

Na verdade, a prática da tradução teatral não é separável de uma prática artística, que deve garantir, conservar e desenvolver a dimensão estética do texto de teatro. Ao longo desta análise são mostradas as particularidades específicas da peça, que não só é complicada de traduzir pelo género ao qual pertence, mas também pelo estilo próprio do autor. Para além disso, destacarei as dificuldades de tradução, as escolhas feitas pelo tradutor e por último, apresentarei as diferenças mais importantes existentes entre as duas línguas utilizando exemplos retirados do texto. Com este fim, foi feito um levantamento bibliográfico de obras relevantes sobre teoria da tradução e outras que abordam a análise teatral e certamente, manuais de língua portuguesa e espanhola. Após a leitura e compreensão de estas referências iniciei a comparação efetiva entre a obra e a sua tradução. Tal análise tem uma abordagem gramatical e semântica com o fim de demonstrar que apesar das semelhanças entre as duas línguas, há muitas diferenças que passaram despercebidas devido à escassez de estudos sobre o estado da arte da tradução entre estas duas línguas ibero-românicas porque, segundo indica Joaquín A. García-Medall, não tem sido objeto de interesse (2000: 125).

No entanto, a importância deste trabalho se deve à demonstração destas diferenças que podem causar problemas aos falantes nativos de espanhol à hora de aprender a língua portuguesa e vice versa e á hora de traduzir entre as duas línguas como: aspetos comparativos generais, preposições, orações adverbiais, infinitivo pessoal, expressões idiomáticas, falsos amigos, gerundio…

Destacarei também os desafios enfrentados pelo tradutor já que no primeiro lugar, ele deve compreender o sentido do texto original para reproduzi-lo na língua final com expressões e palavras que se adequem e não podemos esquecer e ignorar a especificidade desta peça teatral que inclui a linguagem poética.

A maior complicação se deve ao seu diferencial no nível semântico, pois as palavras nem sempre possuem sentido denotativo em poemas, e sim sentido conotativo e isto faz questionar-nos qual é a melhor maneira de a transferir para um novo idioma, pois cada termo e cada frase possuem significações e valores. O tradutor tem duas opções: pode realizar uma tradução literal, correndo o risco do esvaziamento do original, ou fazer uso da tradução livre, que embora possa trair a natureza e o sentido poético do original, é considerada normalmente como uma nova criação.

Por outro lado, a pura transcodificação leva a uma falta de sentido, por uma questão de desproporção entre signos correspondentes das duas línguas. Mounin (1975: 135) propõe que “as qualidades de legibilidade e beleza de uma tradução passam a depender do grau ou da escala em que o tradutor fizer uso dos procedimentos técnicos da tradução...”. Entre estos procedimentos encontramos a transposição, a adaptação, o empréstimo, o decalque, a modulação e a equivalência. O tradutor competente deve utilizá-las para reajustar o texto original ao texto meta, adaptar-se à linguagem desta e ao mesmo tempo manter a forma do texto original e cumprir o encargo de tradução.

Todas estas questões serão explicadas ao longo deste trabalho, demonstrando assim as competências adquiridas acerca do português, a tradução e a minha própria língua madre durante estes quatro anos

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