A Guerra Civil Espanhola
Por: Sara • 15/5/2018 • 1.483 Palavras (6 Páginas) • 446 Visualizações
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Após os episódios do “Verão Quente”, ficou clara a dependência do governo em relação ao Exército para se manter no poder. Entretanto, após o término da guerra, os empregos gerados por ela, foram cortados, gerando imensas e sucessivas greves, onde despontava principalmente a figura da Anarco-sindicalista CNT, que depois da greve de 1918, conquistou significativos avanços para a classe proletária perante o governo. Em resposta aos avanços trabalhistas dentro da indústria, burguesia, grupos paramilitares e Exército selam uma união cujo objetivo era acabar com as greves, manter a ordem estabelecida e assassinar os principais líderes anarco sindicalistas. A violência gerada pelo ódio entre classes tomou proporções nunca vistas.
Com um golpe militar, Rivera toma o lugar do rei, que deixa seu cargo sem mais delongas. A elite espanhola acaba se regojizando com tal fato, já que a “ditadura”, em um tempo de crescimento dos movimentos revolucionários, afirmava os “direitos” de exploração da elite já perpetuados e também gerava uma guinada na indústria espanhola na década de 20. Entretanto, após efêmeros anos de governo, as pessoas que apoiaram Rivera o destituíram, por não apoiarem e por ele não ter sido dinâmico em suas medidas como um todo. Sozinho e doente, morre em Paris, mas deixa como legado a deterioração perante o povo da Monarquia, que em eleições gerais, têm sua morte decretada, e a Segunda República é fundada.
Nas palavras do escritor, a Segunda República surge de maneira e forma inoportuna. Em primeiro lugar, porque a Espanha vai à contramão da Europa que se tornava aos poucos assustadoramente autoritária; e, depois, porque a República se inicia em um período de crise financeira muito grande; devido a uma transição “violenta”, mas rápida e consentida, as velhas estruturas do antigo regime não foram tocadas, e por último, era o de que não havia uma homogeneidade ideológica dentro do grupo que seria o dos “republicanos”, havendo um impasse na forma de como continuar o governo conquistado, apesar de concordarem que a destruição dos laços governamentais com o antigo regime, a transformação dos espanhóis em cidadãos e as leis trabalhistas fossem prioridades imediatas. Em menos de um ano, a Espanha avançara mais no caminho da modernidade do que nos dois séculos anteriores.
Passa a ser latente o avanço no caminho da modernidade. O anticlericalismo do lado republicano, até mais do que por parte dos socialistas, gerou um conflito de grandes proporções com a igreja católica em relação à disputa pelo controle da educação espanhola. Além de os republicanos proibirem diversos cultos, sepultamentos e festividades religiosas, dando como bandeira à direita a perseguição da fé, que serviu como pano de fundo para combater os republicanos em todos os outros setores em que eram contrários.
Com o período de organização da direita, temos o crescimento da UGT que, em pouco tempo, se torna a maior força sindical da Espanha. Entretanto, seu ramo mais radical, a FAI, acaba por juntar vários adeptos, usando da violência deliberada contra a República, acusando-a de ser um abatedouro.
A CNT era atacada por todos, encurralada pela direita, com a CEDA e pela esquerda com a CNT/FAI, os republicanos acabavam sem lugar na República, e após Casas Viejas, um mártir para todos, as acusações de brutalidade e abuso de poder por parte dos republicanos vieram de todas as partes. Além de Casas Viejas, os republicanos não possuíam condições para manter as reformas sociais, enquanto que no campo, as elites rurais se manifestavam e acabavam com as comissões de arbitragem, alegando que estavam na vanguarda da luta contra o “domínio socialista” no campo.
Em 1933, com o apoio da extrema direita, Lerroux ganha as eleições. Depois de alguns anos de poder, Lerroux se vê fraco e dependente da CEDA para continuar no poder. Todavia, a CEDA declara abertamente que seu objetivo é destruir as conquistas trazidas pela República até o momento. E, ainda, alguns grupos de esquerda, defendiam o abandono da República, pelo desinteresse na promoção da reforma social. Com o governo em frangalhos, em menos de dois anos, são deflagradas 11 crises governamentais.
São fortes os indícios de que a guerra está perto, lutas internas dentro da Esquerda, planejamentos de golpe pela direita, violência e fanatismo pelos dois lados. Em 1936, ápice da selvageria, demonstrou-se que os republicanos, embora com maior apoio e simpatia, não possuíam a força ou dinamismo que a Esquerda detinha. O dinamismo é representado pela destruição das forças que apoiavam a monarquia; exército, igreja e burguesia.
UNIVERSIDADE FEDERAL FRONTEIRA SUL
CAMPUS DE ERECHIM
VINÍCIUS LUÍS BRUM
TRABALHO DE GUERRA CIVIL ESPANHOLA
LIVRO:
A
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