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A Arte Poética de Horácio

Por:   •  8/5/2018  •  1.452 Palavras (6 Páginas)  •  624 Visualizações

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Para além disto também é referido um aspeto a ter em conta bastante característico do teatro grego, que se traduz no facto de certas ações não serem representadas em palco, mas sim dadas através de palavras ou mensagens, assim é o caso da violência e da morte, que no teatro da Grécia Antiga, não eram permitidas serem representadas em cena perante o público. Também as obras não devem exceder os cinco atos nem os três atores. Já o coro deve atuar como se de um ator se tratasse e a mesma importância a ele deve ser dispensada.

Outro aspeto que Horácio defende particular do teatro e da poesia grega, é a preparação filosófica que os artistas têm e que lhes permite atingir um nível superior nas suas obras. Esta preparação filosófica significa a adquirição de conhecimento nas mais variadas áreas, nomeadamente na de bem falar e bem escrever, que vai ser importante tanto na escolha das palavras, como na escolha do metro certo como na construção coerente das personagens e na forma do poema.

Nesta obra o autor também afirma que a poesia tem dois objetivos, segundo o seu ponto de vista, sendo eles o de dar prazer a quem a ouve/vê, servindo para o entretenimento, e o doutrinal, mais útil para a sociedade, através da transmissão de certos ideias ou pensamentos. Deste modo o poema deve expressar ambas as funções no seu todo, sendo que quanto à função doutrinal o poeta não se deve exceder nem descrever assuntos supérfluos, pois rapidamente o expectador se irá distrair e nada irá reter da mensagem passada, quanto à função de entreter, o drama deve assemelhar-se o mais possível à realidade, para que com este o público se possa identificar.

Apesar de Horácio acreditar na aprendizagem do artista assim como na sua formação continua em prole de produzir boas obras, este não dispensa o bom gosto e a habilidade do homem naturais para escrever, pois sem estas as suas obras arriscam-se a nunca passarem do medíocre, portanto a melhor maneira de se produzirem obras de qualidade é trabalhar ambas as partes e fazer com que cooperem para o mesmo fim. No entanto o autor acredita também que todas as obras feitas, por poetas mais, ou menos dotados devem ser vistas por críticos com o objetivo de serem melhoradas, e nunca o seu julgamento deve ser dispensado. E ainda outro aspeto apresenta para melhorar uma peça, o do afastamento da obra, este aspeto baseia-se no artista afastar-se da obra, não entrando em contacto com a mesma por algum tempo, para que, quando passar o tempo necessário este consiga ter uma visão da obra diferente e consiga apontar e notar melhor os aspetos em que deve ser melhorada.

Retornando aos críticos indispensáveis que devem avaliar os poemas, estes não devem ser escolhidos a dedo, e muito menos escolhidos em troca de favores e dinheiro. Aqui Horácio leva um pouco ao extremo a importância dos críticos e refere a existência de uma noção quase de corrupção entre os poetas, apesar de ser muito mais leve e talvez não tão séria como a que concebemos hoje em dia. Assim, ao recusar esta noção o autor indica-nos que os críticos devem ser entendidos no assunto, para o seu julgamento ser considerado válido.

Por fim Horácio através de várias alusões a mitos e fábulas afirma que um poeta que se recuse a emendar os seus poemas ou a corrigir os seus erros, após lhe ter sido recomendado é não mais do que um louco que não sabe reconhecer os seus próprios erros e que devia terminar com a produção de poemas pois nada útil ou com mínima qualidade dele poderá surgir.

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