O aço: E sua importância na Construção Civil
Por: Salezio.Francisco • 9/11/2018 • 2.129 Palavras (9 Páginas) • 275 Visualizações
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POR QUE USAR AÇO?
Com o recorrente crescimento da indústria siderúrgica no Brasil que, que em 2015, previa um crescimento de 6,5% na produção de aço[2], torna-se proveitoso aderir ao seu uso que, na construção civil, é extremamente abrangente. Mais que isso, usar o aço é permitir-se descobertas, e melhorias no âmbito da construção, como a intenção de José Wilson , sujeito do caso, que necessita de um método de construção mais “rápido” e que esteja voltado para a sustentabilidade. Tais descobertas são também responsáveis pela popularidade que adquiriu o aço nos diversos âmbitos da vida cotidiana de todos: de um talher à estrutura do prédio em que se reside há aço.
No mesmo pensamento, o uso do aço, permite inovar e progredir, no âmbito da construção civil, com a edificação de prédios em estruturas pré-moldadas, a produção de placas de fôrmas moduladoras ou, de forma mais eficiente, a descoberta de facilitadores ainda não vistos, que o permitiria alcançar sua intenção. Além da resistência conferida ao aço por meio de tantos estudos, reações e aplicações, este também é um material acessível por ser produzido em grande escala e comercializado em um preço baixo.
No Brasil, mais especificamente em Brasília, sua capital federal, a utilização de estruturas pré-moldadas em aço, ao funcionar como “catalisador” permitiu o sucesso do Plano de Metas, estabelecido por Juscelino Kubitscheck com o lema “50 em anos em 5” exigia perfeição e rapidez das construções. O Portal Metálica[3] disponibiliza imagens e discussões sobre a utilização de aço em Brasília, cuja implantação perpassou por problemas, inclusive, pela precariedade da mão de obra e da mobilidade, para transporte do aço. Um dos aspectos vistos como ponto negativo no uso do aço é a necessidade de mão de obra qualificada. Niemeyer, arquiteto responsável pela gigantesca e impressionante obra da capital, esclarece as dificuldades em seu livro “Minha experiência em Brasília”:
Na execução dos trabalhos, tivemos muitos obstáculos a vencer, problemas que a urgência e a dificuldade de transporte acentuavam, impedindo-nos, muitas vezes, de utilizar nos projetos o material desejado, para que as obras seguissem dentro do cronograma. Tivemos, assim, de transigir elaborando em quinze dias projetos que normalmente exigiriam dois ou três meses de trabalho, simplificando e alterando especificações. (2006, p. 23)
Ainda assim, mesmo diante de um cenário adequado para pesquisas e construções que utilizem aço, construtoras, empreiteiras ou contratantes, ainda são resistentes à utilização do aço em obras, de pequeno ou grande porte. A questão identitária que atua nestes casos faz com que o sujeito se feche ao que é novo, e seja ultrapassado; entretanto, o período no qual a sociedade se encontra, modernidade, desfragmenta as identidades e as tornam mais flexíveis e adeptas ao que é novo. Essa discussão é solidificada em “A identidade cultural na pós-modernidade” da seguinte maneira:
Correspondentemente, as identidades, que compunham as paisagens sociais "lá fora" e que asseguravam nossa conformidade subjetiva com as "necessidades" objetivas da cultura, estão entrando em colapso, como resultado de mudanças estruturais e institucionais. O próprio processo de identificação, através do qual nos projetamos em nossas identidades culturais, tornou-se mais provisório, variável e problemático. (HALL, 2009, p. 2)
Dessa maneira, a identidade, por ser fruto de um processo cultural, formada pela educação na transmissão de valores e costumes, ainda que esteja em um processo de desfragmentação e mudança, é responsável pela resistência de pessoas a novidades. A falta de conhecimento, da mesma forma, influencia nas decisões, principalmente relacionadas ao conforto e à qualidade de vida, afinal, todos querem construções, sejam casas ou pontes, duráveis e resistentes, características que o aço não mostra em uma análise apriorística. Entretanto, como visto, o aço é um material cujo crescimento de uso é constante e que, pelo custo-benefício, é indispensável à construção civil.
É importante frisar que, diferentemente de outros materiais usados em obras como, por exemplo, o gesso, o aço pode ser indefinivelmente reutilizado. A reutilização é uma proposta sustentável e que se aplica, de fato, a esse material, pois se derretido e moldado para adaptação à nova necessidade, atende às expectativas sem apresentar problemas. Porém, a produção de aço envolve grande emissão de carbono e uso demasiado de água, o que contribui para o agravamento das alterações climáticas do ambiente, passo contrário ao desenvolvimento social. Mesmo que sua reutilização seja amplamente possível, é importante que a ciência seja capaz de promover a produção, antitética a que se possui hoje, sustentável e ambientalmente ética. Essa seria uma importante estratégia rumo à inovação em torno das indústrias meta e siderúrgicas: a produção de aço carbono zero, não por não conter carbono em sua estrutura, mas por não o lançar, na sua forma mais nociva, na atmosfera.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção civil atual exige, em diversos âmbitos, a utilização de aço. Esse, uma liga que advém do controle da concentração de carbono, capaz de ter inúmeras propriedades, é de extrema influência na vida cotidiana de todos. Ainda que hajam algumas resistências em seu uso, é praticamente improvável construir sem aço hoje e, por isso, grande parte das grandes obras do mundo moderno tem estruturas formadas desse material, com aplicações que chegaram a ser consideradas impossíveis, como a que toma referência o caso apresentado, o Gateway Arch, ou mesmo obras brasileiras como a grandiosa Brasília.
Deve-se, sem dúvidas, todas as contribuições a aplicações do aço atualmente conhecidas às pesquisas e avanços relacionadas a ciência e à ambição pela descoberta de inovações cada vez maiores dos pesquisadores. O desafio que resta em torno deste assunto é produzir metal de forma sustentável e sem altas agressões ao ambiente.
Para tanto, pesquisas devem ser influenciadas posto que a partir da análise é possível, além de corrigir erros, os prevenir e com isso, exibir novas e mais interessantes propriedades, que permitirá uma mais ampla aplicação. Entretanto, como exposto, ainda é necessário acabar com restrições que, herdadas culturalmente, tornam as pessoas resistentes ao que é pouco conhecido, assim como o aço para quem é leigo a essas questões. Isso também ocorre porque conhecer o aço
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