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Fichamento o Que é Sociologia

Por:   •  24/4/2018  •  2.794 Palavras (12 Páginas)  •  389 Visualizações

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A investida da burguesia rumo ao poder resultou em uma liquidação do velho regime. Segundo Carlos Benedito Martins, o objetivo da Revolução Francesa não era apenas mudar a estrutura do Estado, mas abolir radicalmente suas instituições tradicionais, seus costumes e hábitos arraigados. A revolução também desferiu também golpes contra a igreja.

Pensadores sociais da época, como Augusto Comte (1798 – 1857), Saint-Simon (1760 – 1825), Le Play (1806 – 1882) e outros concentraram suas reflexões sobre a natureza e as conseqüências da revolução: “anarquia, perturbação, crise e desordem”. Nesse contexto, uma das vertentes da sociologia mostra-se como uma ferramenta para racionalizar a nova ordem e restabelecer a paz. Para Saint-Simon, a filosofia do século anterior fora revolucionária; a do século XIX deveria ser reorganizadora. Dessa forma, os primeiros sociólogos irão voltar a valorizar determinadas instituições que, segundo eles, desempenham papéis fundamentais na integração e na coesão da vida social.

Após a leitura do capítulo, percebe-se então que o surgimento da sociologia se deu com a decadência do sistema feudal e a consolidação do capitalismo, de certa maneira, como uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela Revolução Industrial. Percebe-se, então, que é a formação da sociedade capitalista que impulsiona a reflexão sobre a sociedade, suas transformações, crises e antagonismos.

Com a Revolução Francesa, a sociologia ganhou uma consistência maior, visto que se alterou a organização da vida na época, criando-se novas concepções, não só no campo social, mas também nos campos financeiro, político e cultural.

4. Formação: a união de vários pensamentos

A sociologia surgiu num momento de grande expansão do capitalismo e alguns sociólogos assumiram uma atitude de otimismo diante dessa sociedade nascente, identificando os valores e os interesses da classe dominante como parâmetros a serem seguidos. De outro lado, os conservadores foram chamados de “profetas do passado” e construíram suas obras contra a herança dos filósofos iluministas e tendo como inspiração de seu pensamento a sociedade feudal.

Pensadores como Edmund Burke (1729 – 1797), Joseph de Maistre (1754 –1821), Louis de Bonald (1754 – 1840) e outros procuraram desmontar o ideário dos filósofos do século dezoito, atacando suas concepções de homem, de sociedade e de religião, posicionando-se abertamente contra os iluministas. (MARTINS, 1982, p.35)

Segundo Carlos Benedito Martins, os conservadores consideravam as crenças iluministas como aniquiladoras da propriedade, da autoridade da religião e da própria vida; julgavam a época moderna como dominada pelo caos social, desorganização e anarquia. Consideravam também a própria Revolução Francesa o último elo entre os seus acontecimentos e a era da razão.

As idéias dos conservadores constituíam um ponto de referência para os pioneiros da sociologia interessados na preservação da nova ordem econômica e política que estava sendo implantada nas sociedades européias ao final do século XIX. Saint-Simon, Auguste Comte e Émile Durkheim (1858 – 1917) iniciaram o trabalho de rever uma série de idéias dos conservadores e adaptá-las com o propósito de defender os interesses dominantes da sociedade capitalista.

Para Saint-Simon, a sociedade francesa pós-revolução parecia um tanto perturbada, desorganizada e anárquica. Em sua opinião, o problema a ser enfrentado era o da restauração da ordem; acreditava que o progresso econômico acabaria com os conflitos sociais e traria segurança para os homens. Assim sendo, o pensamento social deveria organizar a indústria e a produção. “A ciência, para ele, poderia desempenhar a mesma função de conservação social que a religião tivera no período feudal” (MARTINS, 1982, p. 41).

A motivação da obra de Comte repousa no estado de anarquia e de desordem de sua época histórica; segundo ele, a sociedade européia se encontrava em estado de caos social. Acreditava que a propagação das ideias iluministas em plena sociedade industrial somente poderia levar à desunião dos homens e, certo de que a reorganização da sociedade exigiria a elaboração de uma nova maneira de conhecer a realidade, procurou estabelecer os princípios que deveriam nortear os conhecimentos humanos. “O espírito positivo, em oposição à filosofia iluminista, que em sua visão apenas criticava, não possuía caráter destrutivo, mas estava exatamente preocupado em organizar a sociedade” (MARTINS, 1982, p. 44). Na opinião de Comte, o equívoco dos conservadores ao desejarem a restauração do velho regime feudal era postular a ordem em detrimento do progresso, e, por outro lado, os revolucionários preocupavam-se somente com o “progresso”, menosprezando a necessidade de ordem na sociedade.

O início do sec. XX é marcado por grande progresso tecnológico e a obra de Durkheim foi elaborada num período de constantes crises econômicas que ocasionaram o aguçamento das lutas de classes e greves de funcionários. Ele acreditava que as raízes dos problemas de seu tempo não eram de origem econômica, mas de certa fragilidade moral da época. Dessa forma, destacou que os programas de mudança esboçados pelos socialistas, que procurava distribuição da riqueza, ou seja, medidas econômicas, não contribuíam para solucionar os problemas da época. Durkheim ansiava por novas idéias morais capazes de guiar os indivíduos e tinha uma visão otimista sobre a nascente sociedade industrial.

A função da sociologia seria a de detectar e buscar soluções para os problemas sociais restaurando a normalidade social e se convertendo dessa forma numa técnica de controle social e manutenção do poder vigente. (MARTINS, 1982, p. 50)

Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1903) viram o brilhantismo dos socialistas utópicos – pré-marxistas – mas não deixaram de assinalar algumas falhas. Para eles, os socialistas utópicos elaboraram uma crítica à sociedade burguesa mais deixaram de apresentar os meios capazes de promover transformações radicais nesta sociedade. A sociedade capitalista então passa ser vista como algo transitório: o aparecimento de um revolucionário, o proletário, cria as condições para o surgimento de uma nova teoria crítica da sociedade. Segundo Marx e Engels, o conhecimento da realidade social deve se converter em um instrumento político, capaz de orientar os grupos e as classes sociais para a transformação da sociedade.

A intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra

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