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ANTEPROJETO DE UM CENTRO ARTÍSTICO SENSORIAL PARA A CIDADE DO NATAL - RN .

Por:   •  23/11/2018  •  2.222 Palavras (9 Páginas)  •  419 Visualizações

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afim de permitir que elas não apenas vejam, mas sintam e interajam com o ambiente, buscar-se-á a utilização da arquitetura sensorial, para que por meio desta seja possível alcançar um nível de satisfação pessoal que não é atingível quando se visita uma edificação de modo efêmero para a utilização de um serviço ou nos prédios em que se trabalha, onde estamos o tempo todo envolvidos com as atividades a serem desenvolvidas e não temos como contemplar aquele espaço.

Hoje, estamos em uma crise. Arquitetura constitui a maior amplitude do ambiente construído; nossos edifícios ainda estão causando estresse fisiológico e mental para o público. A arquitetura está lentamente definhando em um campo onde a eficiência é mais importante do que a finalidade e a praticidade. Perdemos o foco do componente humano. Felizmente, se a arquitetura virar e começar a projetar intuitivamente para envolver os sentidos do público através de hábitos inatos, podemos reduzir o estresse causado pelo "contra sentidos" e projetar para os convidados cansados. (JOHNSON, 2013, p.2)

É finalidade desta monografia projetar espaços em que as pessoas possam se sentir parte da obra. O centro artístico sensorial deve ser projetado para envolver, despertar memórias adormecidas, possibilitar o surgimento de sensações que não são sentidas em ambientes austeros e para que traga a população emoções, assim como, crie zonas de interação social e zonas que permitam o encontro com o próprio íntimo.

O objetivo é agradar o corpo, satisfazer a mente e criar espaços saudáveis. Isso é feito através dos sentidos, hábitos e memórias que os seres humanos trazem consigo. A utilização da arquitetura de forma poética e significativa trará nossa era moderna da tecnologia para uma geração maior de felicidade e propósito. ((JOHNSON, 2013)

Diante disso, Juhani Pallasmaa (2006), enfatiza que o que deve mudar não é a tecnologia que tem sido aplicada à arquitetura, mas a abordagem utilizada pelos arquitetos. Ele acredita que o papel da arquitetura não é alienar uma relação sensual com o mundo, mas fortalecê-la. O elemento voluptuoso da arquitetura é representado pelo toque: o sentido que o convida para juntar-se e ser tocado pelo o meio ambiente. Não obstante, o centro artístico sensorial tem a função não apenas de permitir-

se ser sentido pelos visitantes, mas de fazer transcender fatores externos para dentro da edificação, admitindo que estes por si só criem atmosferas acolhedoras e ajudem as pessoas a se conectarem com o mundo natural, com elas próprias e com o entorno.

O espaço apenas terá vida quando as pessoas entrarem nele. Assim, o importante papel que a arquitetura pode desempenhar, e que o espaço desempenha dentro dessa arquitetura, é incentivar a interação entre pessoas, entre pessoas e as ideias que estão sendo apresentadas nas pinturas e esculturas, e mais importante, entre as próprias pessoas.” (ANDO, 2012).

Com o intento de aprofundar as relações entre pessoas e espaços por meio das sensações, a Royal Academy of Arts de Londres promoveu em janeiro de 2014 uma exposição denominada “Espaços sensoriais: arquitetura reimaginada,” a qual contou com trabalhos de 7 arquitetos que propuseram espaços para serem sentidos e que as pessoas vissem a arte com outros sentidos, não somente de modo visual.

Assim sendo, o espaço tem grande influência sobre o ser humano e a forma como nos relacionamos com o mundo, de tal modo, o arquiteto tem a função de criar mecanismos que possibilitem esta interação e uma delas é utilizando os elementos naturais na construção, como o próprio Tadao Ando diz, a luz natural é o fator controlador em todos os seus trabalhos.

Nas antigas civilizações, a Grécia, considerada berço das artes, foi uma das principais civilizações responsáveis pelo desenvolvimento artístico, visto que utilizavam as artes como culto aos deuses. Dentre 550 a.C. e 220 a.C. o teatro surgiu como um meio de celebrar a Dionísio, deus do vinho, e tinha como marca grandes procissões e a utilização de máscaras.

Todavia, o teatro grego não era como os que temos hoje, eles eram em áreas abertas e o comparecimento da população era considerado um compromisso, assim, ir ao teatro era um ato cívico. Não apenas o teatro, mas também a música, a pintura, a escultura e a arquitetura ganharam grande destaque na cultura grega. Já no Império Romano, a forma de entretenimento da sociedade eram os circos e estes por sua vez eram caracterizados por corridas de cavalos, batalhas e espetáculos.

Com o advento da Revolução Industrial no final do século XVIII, surgiram as Exposições Universais, ou Feiras Mundiais, que tinham como foco mostrar ao mundo o avanço da metalurgia e expor os materiais em ascensão, ferro e vidro. A primeira grande Exposição ocorreu em Londres no ano de 1851, onde foram exibidas obras de arte e novos modelos de locomotivas, porém esta ganhou destaque devido ao Palácio de Cristal, no qual foi sediado o evento. Muitas outras Exposições aconteceram nos anos seguintes, mas ganham destaque as Exposições Universais em Paris, 1878 e 1889, que deixaram como legado, respectivamente, a Estátua da Liberdade e a Torre Eiffel.

Em decorrência da apreciação artística pelos povos, os centros culturais, artísticos e de exposições, também conhecidos como performing arts centers1, têm crescido exponencialmente nos últimos anos e um dos fatores determinantes para este sucesso é o aumento do interesse da população por atividades ligadas as artes.

Em virtude da busca por entretenimento no âmbito cultural e tentando conciliar um contingente de atividades em um mesmo lugar, os centros artísticos têm se ressaltado no contexto da cidade, principalmente nas metrópoles.

A nível mundial destaca-se o Walt Disney Concert Hall, projetado por Frank Gehry e inaugurado em outubro de 2003 na cidade de Los Angeles. A obra marca o cenário da cidade com sua fachada curvilínea em aço inoxidável e pela harmonia encontrada por Gehry entre natureza e edificação ao criar um jardim interno, com uma fonte em forma de rosa e com as colunas do Concert Hall remetendo às arvores. Não somente, a obra distingue-se no cenário não apenas devido sua exuberância, mas pela qualidade acústica que ela dispõe, visto que é imperceptível a existência de uma linha férrea próxima a sua localidade.

No Brasil, as representações artísticas tiveram início com os índios, que pintavam seus corpos e realizavam os rituais em grandes terreiros. Com o passar do

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