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ROBERT BOYLE: VIDA E OBRA

Por:   •  12/6/2018  •  1.430 Palavras (6 Páginas)  •  615 Visualizações

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Segundo a Drª. Anna Marie Roos, especialista na história da Química, O Químico Cético, em português, representa a transição da alquimia para a química e alguns o consideram o primeiro livro de química. Foi também o primeiro livro a ser escrito em inglês, dando a todos acesso às informações. No geral, Robert Boyle estava dando uma abordagem mais científica ao que chamavam até então de alquimia.

No livro, o cientista critica as ideias aristotélicas dos quatro elementos e a teoria dos três elementos de Paracelso. Seu conceito sobre elementos era que seriam corpos primitivos e simples, puros de qualquer mistura; são o que compõe as misturas.

Boyle redigiu seu livro em forma de um diálogo, onde havia um aristotélico, um defensor da química de Paracelso e um químico cético. O raciocínio científico foi utilizado, com ideias distintas e claras. O químico conclui como e por que um tema especial de estudo deveria ser composto pela observação de substâncias individuais e suas transformações.

3.2 NEM EXPERIMENTS

Tal título tem vários volumes, porém o que mais se destaca é a publicação de 1662, em seu apêndice, onde há o que hoje conhecemos como Lei de Boyle, que nos diz que: um volume V de uma amostra de ar, mantida à temperatura constante, varia com o inverso da pressão P. Matematicamente: P.V = constante.

Pode-se ver a teoria aplicada com uma seringa e uma bexiga, por exemplo. Se pegarmos uma bexiga, colocarmos dentro da seringa, tamparmos a ponta da seringa e empurrar o êmbolo, a bexiga irá murchar. Já se puxamos o êmbolo, a bexiga irá “encher”. Para chegar à sua lei, Boyle utilizou uma bomba de vácuo.

Sua obra Novas Experiências Físico-Mecânicas, Concernentes à Elasticidade do Ar e Seus Efeitos, onde há estudos sobre o peso do ar e o vácuo, foi muito criticada por justamente não seguir os princípios aristotélicos. Obras como de Thomas Hobbes forram publicadas lançando essas críticas. Sendo assim, o apêndice da nova publicação de Boyle foi uma resposta.

3.3 ROYAL SOCIETY

Boyle foi também o fundador da Sociedade Real de Ciências da Inglaterra (Royal Society), em 1660. Seu início se deu quando reuniões entre intelectuais da época começaram a acontecer. Fundou-se uma sociedade secreta que visava o avanço da nova ciência, o chamado Colégio invisível. Contudo, em 1663, com a aprovação da coroa, o Colégio passou a ser conhecido como “The Royal Society of London for Improving Natural Knowledge”. Desde então, várias publicações foram feitas, dos mais variados cientistas.

4. BOYLE E O FÓSFORO DE HENNING BRAND

Ainda quando a alquimia estava “em alta”, a busca pelo ouro era a grande caçada. Alguns diziam que ele poderia estar escondido no corpo humano. Observando a propriedade da cor da urina e tendo estoque infinito, Henning Brand tentou isolar ouro da mesma. Tal ideia surgiu não só pela cor, mas também pelo fato de um dos conceitos da alquimia era que o homem era o microcosmo do Universo. Assim, a urina detinha energia vital.

Em 1669, no porão de sua casa em Hamburgo, Brand começou a ebulição da urina para que as partes inúteis deixassem o recipiente, ou seja, principalmente a água. Ele a destilou até que virasse uma pasta, depois a aqueceu a temperaturas altíssimas por vários dias. No final, fumaça revelavam fragmentos que queimavam no ar. Era uma substância que tinha luz mais forte que qualquer vela. Brand havia isolado o fósforo. Foi a primeira pessoa a descobrir um novo elemento.

Hoje sabemos que o fósforo está presente em todo aspecto de nosso corpo, como nos ossos e no sangue, e o seu excesso é transferido para a urina, sendo descartado.

Esse novo elemento é extremamente instável. Quando em contato com oxigênio começa imediatamente a soltar fumaça, e eventualmente se “incendeia”. Devido a sua luminosidade e pelo fato de ser frio o suficiente para segurar um recipiente com o mesmo reagindo, Henning Brand o nomeou de Icy Noctiluca, “a fria luz da noite”.

Brand pensou que essa nova descoberta o daria lucro. Contudo, seu dinheiro acabou, e deve que vendê-la por um preço baixo. Em pouco tempo, o fósforo circulava pelas cortes europeias. A descoberta logo chegou à corte do rei Carlos II. Não demorou muito para que Robert Boyle presenciasse essa estonteante luminosidade e decidisse investigar suas propriedades.

Nas suas experiências, descritas em Novas Experiências e Observações baseadas no “Icy Noctiluca”, Boyle misturou proporções do novo elemento com enxofre, colocou em uma dobra de um pedaço de papel branco e o esmagou com o cabo de uma faca. Assim, os reagentes entraram em combustão. Robert Boyle, considerado o primeiro químico moderno, havia criado o que seria o percursor do palito de fósforo. Uma grande indústria foi criada a partir dessa única experiência.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho ampliou a compreensão sobre a vida e obra de Robert Boyle, bem como sua influência para a ciência da química. Pode-se considerar que ele foi o pai da química, já que a real aplicação científica se deu início com seus conceitos e livros. Boyle conseguiu tirar o lado metafísico da química, antes chamada de alquimia, e inseriu um raciocínio científico para o desenvolvimento da mesma.

6. ANEXOS

Figura I – Robert Boyle

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Figura II – Contra capa de The Sceptical Chymist

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Figura III – Contra capa de New Experiments

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Figura IV – Henning Brand com seu experimento

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Figura V – Contra capa de New Experiments referente ao Icy Noctiluca

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